Ele estava internado desde dezembro em hospital de Los Angeles por complicações da covid-19. Comunicador fez história na TV americana, comandando programa na CNN por mais de 25 anos.
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O apresentador americano Larry King morreu neste sábado (23/01), aos 87 anos, em um hospital de Los Angeles, nos Estados Unidos.
"É com profundo pesar que a Ora Media anuncia a morte de nosso co-fundador, apresentador e amigo Larry King, que faleceu nesta manhã no Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles", informa um comunicado veiculado no perfil do próprio comunicador no Twitter.
O apresentador, que comandou um programa de entrevistas por mais de 25 anos na emissora americana CNN, estava internado desde o início deste mês, devido complicações provocadas pela infecção pelo novo coronavírus.
A causa da morte não foi divulgada, mas a CNN havia informado no dia 2 de janeiro que King estava hospitalizado havia mais de uma semana com covid-19.
"Durante 63 anos, nas plataformas de rádio, televisão, meios digitais, as milhares de entrevistas, prêmios e elogios globais de Larry, são um testemunho de seu talento único e duradouro como comunicador", prossegue a nota veiculada no Twitter.
Em maio de 2019, King, que tinha diabetes, sofreu um derrame cerebral, semanas depois de ter sido operado para a colocação de um stent, elemento metálico utilizado para combater o entupimento de artérias.
Além disso, ao longo da sua vida ainda teve um ataque cardíaco, em 1987, e lutou contra câncer no pulmão e na próstata.
Em 2002, sofreu um duro golpe quando, em pouco mais de três semanas, perdeu dois filhos: Andy, de 65 anos, vítima de um ataque cardíaco, e Chaia, de 51, de câncer no pulmão.
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Filho de imigrantes judeus
Lawrence Harvey Zeiger nasceu no bairro novaiorquino do Brooklyn, filho de imigrantes judeus da Áustria e de Belarus. O pai morreu de um ataque cardíaco. A mãe criou seus dois filhos trabalhando como costureira e com ajuda de assistência social.
Larry sonhava com uma carreira no rádio. Por recomendação de um locutor de TV, ele se mudou para a Flórida, onde havia demanda por apresentadores num mercado de rádio em crescimento. Em 1957, entrou no ar pela primeira vez.
Seu chefe considerava o sobrenome judaico Zeiger como "étnico demais" e sugeriu o nome artístico King, inspirado por um anúncio de bebida de jornal.
Sua carreia de rádio e jornal balançou quando em 1971 King foi preso e acusado de furto por um ex-parceiro de negócios. O caso foi arquivado, mas levou vários anos antes que ele retomasse a carreira.
O popular Larry King Show na rede MBS se tornou então o precursor de seu famoso programa de televisão, que estreou em 1985. Foi a primeira transmissão em que os espectadores podiam telefonar para participar ao vivo.
King entrevistava políticos, atletas, heróis americanos e figuras curiosas. Mesmo na corrida para a Casa Branca, parecia que os candidatos primeiro tinham que passar pelo seu programa. O empresário Ross Perot anunciou sua candidatura em 1992 ao vivo no programa – e perdeu a eleição.
Brando, Gaga, Sinatra
King levou o tímido Marlon Brando diante de suas câmeras, assim como os Beatles, Frank Sinatra, Lady Gaga e o rapper Snoop Dogg. Em 1995, King conseguiu unir diante de seu microfone três protagonistas do conflito do Oriente Médio: o líder palestino Yasser Arafat, o rei Hussein da Jordânia e o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin.
Mesmo um homem chamado Donald Trump sentou-se diante de King, embora ainda na época em que era empresário imobiliário. Trump surpreendeu certa vez o entrevistador com um comentário no programa sobre o mau hálito de King.
Em 2016, King disse que Trump é um "ótimo amigo", mas não poderia votar nele para presidente.
O então presidente Barack Obama descreveu King como um "gigante" da sua profissão, quando este anunciou em 2010 o fim de Larry King Live após 25 anos.
Segundo a CNN, ele na sua carreira de 53 anos no rádio e na TV, ele conduziu TV cerca de 50 mil entrevistas.
MD/efe/dpa/efe
Alemanha e suas séries de TV e streaming
O mercado alemão de séries floresce, e não só com produções de emissoras locais. Gigantes como Sky, Amazon e Netflix apostam na estratégia de oferecer obras alemãs a um público internacional.
Foto: Netflix
"Dark", a primeira série alemã da Netflix
Em dezembro de 2017 estreou a primeira série alemã da Netflix para o mercado mundial. A temporada, de dez episódios, trata dos destinos de quatro famílias no interior da Alemanha: o sumiço de duas crianças desencadeia investigações que remontam até a década de 1950. A segunda temporada estreou em junho de 2019, e a terceira foi confirmada para 2020. Foi dublada e legendada em português brasileiro.
Foto: Netflix
Êxito artístico com "Im Angesicht des Verbrechens"
Muitos consideram "Im Angesicht des Verbrechens" (Diante do crime) a melhor série alemã da década: o épico de dois policiais investigando os círculos da máfia russa em Berlim. Contudo as vertiginosas sequências de cenas, enquadramentos sombrios e experimentos formais do diretor Dominik Graf foram ousados demais para parte do público, e a produção teve baixa audiência em 2010.
Foto: ARD/Julia von Vietinghoff
"Parfum", uma série criminal brutal e surpreendente
Em 2018, o canal alemão ZDFneo exibiu a série criminal Parfum (O Perfume), de seis episódios. Na trama, a brutal morte de uma antiga amiga leva um grupo a se reunir. Características específicas no cadáver fazem os amigos pensarem que somente um deles poderia ter cometido o crime. Fora da Alemanha, a produção foi disponibilizada pela Netflix, incluindo no Brasil, legendada e dublada em português.
Foto: Filmfest München 2018
How to Sell Drugs Online (Fast), tom de comédia para assunto sério
Em “How to Sell Drugs Online (Fast)”, que estreou em junho na Netflix, um estudante de uma pequena cidade da Alemanha, filho de um policial, decide vender drogas pela internet para se reaproximar da ex-namorada e arrasta o melhor amigo para o negócio. A série, em tom de comédia, foi dublada e legendada em português brasileiro e o título traduzido para "Como Vender Drogas Online (Rápido)".
Foto: picture-alliance/dpa/Netflix
"Weissensee": Berlim Oriental dos anos 80
Lançada em 2010, "Weissensee" é uma vitória da televisão alemã ao abordar temas da história recente. Tratando de duas famílias de Berlim Oriental na década de 1980, a produção da TV ARD teve boa audiência, já está caminhando para a quarta temporada e foi vendida para a Itália e a Rússia, entre outros mercados.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Pedersen
"Deutschland 83" e mais
"Deutschland 83" foi exibida em 2015 na Alemanha pelo canal privado RTL. Apesar de premiada no exterior, ela teve baixa audiência na TV comercial e, a sequência, “Deutschland 86”, foi disponibilizada apenas na Amazon Prime, em 2018. No Brasil, a série foi transmitida pelo +Globosat, com o título “Deutschland - Espião Novato” e segue disponível no Globoplay. Os autores já prometem “Deutschland 89”.
Foto: picture alliance/dpa/R. Hirschberger
"Cães de Berlim" e o submundo da capital alemã
Produzida pela Netflix, "Dogs of Berlin" (Cães de Berlim) estreou em dezembro de 2018. A trama mergulha na face sombria da capital alemã e tem como protagonistas dois policiais não convencionais: Kurt Grimmer, um ex-neonazista, e Erol Birkan, homossexual e de ascendência turca. A dupla investiga o assassinato do jogador de futebol turco-alemão Orkan Erdem. É dublada e legendada em português.
Foto: Netflix
"You are wanted" na Amazon
Antecipando-se por alguns meses à rival Netflix, a gigante americana do streaming Amazon Prime lançou em março de 2017 sua primeira série alemça, "You are wanted" (Você é procurado), protagonizada por Matthias Schweighöfer. Focando vigilância digital e teorias da conspiração, a série não encontrou aprovação unânime do público e crítica. Ainda assim, sua segunda temporada já está em preparação.
Foto: picture alliance / Stephan Rabold/Amazon/dpa
Clãs de Berlim em "4 Blocks"
A produção do diretor Marvin Kren pode ser considerada um sucesso entre as séries alemãs e entrará em sua segunda temporada. Tratando dos conflitos entre os clãs familiares rivais do bairro berlinense de Neukölln, ela foi lançada em maio de 2017, em seis episódios, pelo canal de TV a cabo TNT Serie. "4 Blocks" recebeu críticas entusiásticas, chegando a ser comparada à americana "Os Sopranos".
Foto: picture-alliance/dpa/Handout/2017 Turner Broadcasting System Europe Limited & Wiedemann & Berg Television GmbH & Co.
Opulência dos anos 20 em "Babylon Berlin"
Série mais cara da TV alemã, "Babylon Berlin", de 2017, exibida pela Sky, é a prova de que os roteiristas e cineastas alemães são especialmente bons ao abordar temas históricos. Com grande minúcia e em imagens opulentas, três cineastas, entre os quais Tom Tykwer, evocaram a Berlim dos anos 1920. A série já foi vendida para diversos países.
Foto: 2017 X Filme/Frédéric Batier
"Das Verschwinden": drama psicológico
As emissoras de direito público da Alemanha também têm se lançado com sucesso no universo das séries. Em outubro de 2017, a ARD apresentou "Das Verschwinden" (O desaparecimento), uma sinistra história passada na Alemanha, dirigida por Hans-Christian Schmid. Como em "Dark", o tema aqui é o sumiço de uma jovem, e o drama psicológico resultante.
Na trilha das rivais Amazon e Sky, a Netflix conseguiu ampliar com "Dark" a sua parcela no mercado alemão: ao lado de seu enorme sucesso global, a plataforma de streaming persegue a estratégia de aproximar-se ainda mais das plateias nacionais encomendando especialmente séries para os mercados específicos.
Foto: Netflix
Mundos obscuros
O suíço Baran bo Odar dirigiu a série "Dark", escrita a quatro mãos com sua esposa, Jantje Friese. Em 2010, ele levara às telas uma história semelhante: também "Das letzte Schweigen" (O silêncio) é um drama familiar em torno de um desaparecimento, que conecta duas diferentes gerações. "Dark", porém, é bem mais sombrio, numa encenação quase sufocante.