Morre artista que criou grafite icônico do Muro de Berlim
15 de agosto de 2022
Russo Dmitri Vrubel elaborou obra em 1990, durante a dissolução da antiga Alemanha Oriental. Grafite é um dos pontos mais fotografados da capital alemã e retrata beijo entre os líderes Leonid Brezhnev e Erich Honecker.
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Morreu neste domingo (14/08), aos 62 anos, de complicações causadas pela covid-19, o autor do famoso grafite que retrata um beijo entre o líder soviético Leonid Brezhnev e o último chefe de Estado da República Democrática Alemã (RDA) Erich Honecker.
Dmitri Vrubel nasceu em Moscou em 1960 e se mudou para Berlim durante a dissolução da Alemanha Oriental, em 1990.
Em uma parte remanescente do Muro de Berlim, conhecida como East Side Gallery, no lado oriental do muro já aberto, ele pintou seu grafite mais famoso, na primavera do mesmo ano, tornando o desenho um dos pontos mais visitados e fotografados da capital alemã.
O grafite mostra Brezhnev e Honecker se beijando na boca, com uma legenda escrita em alemão e russo que diz: "Meu Deus, ajude-me a sobreviver a esse amor mortal".
O mural original, também conhecido como "beijo fraternal", se deteriorou com a passagem do tempo e acabou sendo removido em 2009 como parte da restauração dessa seção do muro. Posteriormente, o artista pintou uma versão mais aprimorada, a pedido das autoridades locais. A imagem foi inspirada em uma fotografia de Régis Bossu que mostra os dois líderes comunistas na comemoração dos 30 anos da RDA, em 1979.
Pela nova versão da obra, Vrubel recebeu 3 mil euros e, embora a imagem tenha sido usada em inúmeras lembranças vendidas em Berlim, como canecas, cartões postais e pratos, o artista costumava afirmar que a taxa de reprodução foi o único valor que recebeu pela lendária imagem no mural.
"Beijo fraterno"
Por décadas, os líderes da antiga União Soviética costumavam se cumprimentar com o chamado "beijo fraterno". O ato não tinha nenhuma conotação romântica ou sexual e buscava transmitir para o mundo a mensagem de que as lideranças permaneceriam juntas, como irmãos.
Em 2001, Vrubel e sua esposa, a artista Victoria Timofeyeva, criaram um calendário com retratos do presidente russo, Vladimir Putin, intitulado "Os 12 estados de espírito de Putin", que inesperadamente se tornou um best-seller na Rússia.
Antes de se mudar para Alemanha, Vrubel organizou exposições de arte ilegais em seu apartamento na Rússia e, em 1987, tornou-se membro do grupo de arte progressista Club d'Avant-Garde (KLAVA).
Descendente do pioneiro modernista Mikhail Vrubel, nos últimos anos o artista atuou nas fileiras do alemão Partido Pirata.
le (EFE, ots)
Dez fatos curiosos sobre Berlim
A capital alemã se tornou um ímã turístico desde a queda do Muro de Berlim, em 1989. Mas poucos conhecem alguns superlativos e curiosidades impressionantes sobre a cidade.
Foto: Stefan Ziese/imageBROKER/picture alliance
Cidade com três casas de ópera
Berlim é a única cidade do mundo com três casas de ópera! Felizmente, não há nenhum fantasma - e, se houvesse algum, ele estaria bastante ocupado. A razão desta situação ímpar é que por mais de 40 anos Berlim, como todo o país, foi dividida entre Oriental e Ocidental. Mesmo depois da queda do Muro de Berlim, em 1989, as casas de óperas de ambos os lados continuaram em atividade.
Foto: Paul Zinken/dpa/dpa-Zentralbild/picture alliance
Mais pontes que Veneza
Ir de A a B em Berlim é fácil, pois a cidade tem cerca de 2.100 pontes, das quais mais de 600 são sobre a água. O número de pontes bate facilmente o de Veneza. Afinal, a capital alemã tem quase 200 quilômetros de rios e canais, com inúmeras embarcações sobre o rio Spree, o rio Havel e o canal Teltow.
Foto: picture-alliance/dpa/W. Kumm
Sonho de consumo
Paris tem a Galeria Lafayette, Madri tem a El Corte Inglés, mas é Berlim que tem a maior loja de departamentos da Europa continental. Fundada em 1907, a Kaufhaus des Westens (Loja de Departamentos do Oeste), mais conhecida como KaDeWe, tem o tamanho de oito campos de futebol, com 64 escadas rolantes e 26 elevadores. A cada dia, mais de 50 mil pessoas vêm aqui fazer compras, sendo 40% turistas.
Foto: Imago/Revierfoto
Confusão culinária
Quando o então presidente americano John F. Kennedy declarou "Ich bin ein Berliner" (Eu sou um berlinense), em 1963, ele insinuou que poderia ser um sonho, pois a guloseima frita recheada com creme ou geleia é conhecida em toda a Alemanha como "Berliner". Em Berlim, no entanto, é conhecido com "Pfannkuchen", panqueca. Já a panqueca é chamada pelos berlinenses de "Eierkuchen", bolo de ovos.
Foto: Caroline Seidel/dpa/picture alliance
Único restaurante público em prédio parlamentar
Um dos melhores locais em Berlim para desfrutar destas e de outras especialidades tipicamente alemãs fica no topo do prédio do Reichstag, sede do Parlamento alemão. Ele é o único restaurante em um prédio parlamentar no mundo aberto ao público. No entanto, é necessário registrar-se com antecedência, fornecendo dados pessoais e apresentando identificação ao entrar no prédio.
Foto: Christian Beier/chromorange/picture-alliance
Delícias multiculturais
Falando em comida, a grande comunidade turca de Berlim tem uma enorme influência na culinária local. Com 1.600 pontos de venda de döner kebab, em Berlim há mais deste tipo de estabelecimento do que em Istambul! A razão é que o kebab como lanche com carne, salada e molho foi realmente inventado em Berlim.
Foto: picture-alliance/dpa/W. Steinberg
Sem carne, por favor!
Quem não come carne tem muitas opções em Berlim. A cidade tem mais de 100 restaurantes veganos ou semelhantes, que servem comida sem origem animal. A maioria dos supermercados, cafés e sorveterias também oferece produtos veganos. A capital alemã tem até mesmo uma sex shop vegana.
Foto: Ole Spata/dpa/picture alliance
Importância do sexo
O sexo desempenha um papel especial em Berlim. Mesmo o lema não oficial da cidade "arm aber sexy" (pobre, mas sexy) reflete este aspecto da identidade moderna de Berlim. Para muitas pessoas, a expressão de sua sexualidade é parte da cultura geral da cidade. Há até mesmo um museu gay (Schwules Museum) e um museu de batons (Lippenstift-Museum).
Foto: picture-alliance/dpa/J. Kalaene
Museus e galerias de todos os tipos
Com 300 galerias, Berlim é o maior centro europeu de arte contemporânea. Quem busca obras fora do comum, certamente vai achá-las em Berlim. Entre os tantos tipos de museus, a cidade tem também os tradicionais, conhecidos mundialmente, na Ilha dos Museus. Berlim tem também o maior museu ao ar livre do mundo: a East Side Gallery, com arte pintada sobre o que resta do Muro de Berlim.
Foto: picture-alliance/S. Lubenow
Chove? Vou ao museu!
O clima em Berlim é tudo menos tropical, mas você sabia que lá há mais museus do que dias de chuva por ano? Portanto, não deixe que boatos de mau tempo atrapalhem seus planos turísticos. Os viajantes profissionais até planejam suas viagens em torno deste fato e procuram os interiores acolhedores de uma grande galeria ou museu em dias cinzentos e chuvosos de inverno.