Ator italiano chegou à fama atuando em subgênero dos filmes de faroeste, aliando cenas de briga e humor. Batizado como Carlos Pedersoli, ele obteve sucesso também como atleta, disputando dois Jogos Olímpicos.
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O ator italiano Bud Spencer, nome artístico de Carlo Pedersoli, morreu nesta segunda-feira (27/06) aos 86 anos. O comunicado foi feito pelo seu segundo seu filho, Giuseppe Pedersoli, que afirmou que Spencer morreu acompanhado de sua família num hospital de Roma.
Além de astro do chamado "Spaghetti western", subgênero dos filmes de faroeste, produzidos em Itália e Espanha e popular nas décadas de 1960 e 1970, Spencer obteve sucesso também como atleta, disputando dois Jogos Olímpicos
"Papai se foi serenamente às 18h15 (horário local). Não sofreu, tinha todos nós junto a ele, e sua última palavra foi 'obrigado'", afirmou Giuseppe, de acordo com a imprensa italiana.
O ministro da Cultura da Itália, Dario Franceschini, também lamentou a morte de Spencer. "Desaparece um grande ator de nosso cinema que, no curso de sua longa carreira, soube divertir gerações inteiras e conquistar o público com seu grandíssimo profissionalismo".
"Ciao #Bud Spencer. Tantos gostavam de você", escreveu em sua conta no Twitter o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.
A última participação do ator na televisão foi em 2010, em uma série de ficção da emissora italiana Canale 5 chamada "I delitti del cuoco" (Os crimes do cozinheiro).
O ator foi conhecido, sobretudo, por papéis carismáticos em alguns dos chamados "Spaghetti western", especialmente os humorísticos, junto com Mario Girotti, o verdadeiro nome de Terence Hill.
Devido a seu físico imponente, ele começou a trabalhar em alguns filmes como "Quo Vadis?" (1951), mas seu primeiro grande papel foi o do agressivo Nando do filme de Mario Monicelli "Um Herói de Nossos Tempos" (1955).
Em 1957, Pedersoli deixou a Itália rumo à América do Sul, onde trabalhou como operário da construção civil. E, após retornar a seu país natal, fez sucesso na música compondo para cantores do momento como Ornella Vanoni e Nico Fidenco.
Seu retorno ao cinema foi com a obra "Deus Perdoa... Eu Não!", de 1967, que marcou o tipo de personagem que Spencer interpretaria depois, o do gigante gentil, mas muito bom de briga.
Mas foi sua parceria com Terence Hill que o catapultou à fama, lançando um autêntico gênero cinematográfico com filmes como "Os Quatro da Ave Maria" (1968), "A Colina dos Homens Maus" (1969), "Chamam-me Trinity" (1970), "Trinity Ainda é Meu Nome" (1971), entre muitos outros.
Nos anos 80, Bud Spencer protagonizou filmes em parceria com Terence Hill que misturavam humor e ação, embora sem a ambientação do Velho Oeste, como "Quem Encontra um Amigo, Encontra um Tesouro" (1981), "Dois Loucos com Sorte" (1983), "Eu, Você, Ele e os Outros" (1984) - rodado no Rio de Janeiro - e "Os Dois Super-Tiras em Miami" (1985).
Carlo Pedersoli também quis dar o salto à política, e em 2005 disputou as eleições regionais do Lácio, cuja capital é Roma, pelo Forza Itália, partido de Silvio Berlusconi, mas não foi eleito.
Antes de ficar mundialmente conhecido como ator, Pedersoli foi 20 vezes campeão italiano de natação em provas medley e dos estilos peito e borboleta. Em julho de 1950, aos 20 anos, tornou-se o primeiro italiano a nadar os 100 metros medley abaixo de 1 minuto (59s5).
Pedersoli disputou dois Jogos Olímpicos, os de Helsinque 1952 e Melbourne 1956. Além disso, praticou polo aquático, pela SS Lazio, rúgbi e boxe.
PV/lusa/efe
Os dez melhores filmes em Berlim
Palco de guerra e conciliação, centro de política e diversão, cidade de agentes e criminosos, música e poesia: há mais de 100 anos o cinema enfoca Berlim. Quais são os seus filmes preferidos sobre a mágica metrópole?
Foto: picture-alliance/dpa
#10: Menschen am Sonntag
Um olhar cético: a modelo Annie (Annie Schreyer) bem gostaria de passar o domingo em casa. Seus amigos estão se divertindo no lago Wannsee. Berlim e cercanias são os verdadeiros protagonistas de "Gente no domingo", uma mistura de documentário e ficção lançada em 1930. A direção conjunta desse legendário pioneiro entre os filmes sobre Berlim coube a Robert Siodmak e Edgar G. Ulmer.
Foto: Imago/United Archives
#9: Cabaret
O diretor e coreógrafo americano Bob Fosse rodou o musical "Cabaret" em 1972, em duas cidades alemãs: a maioria das externas em Berlim Ocidental, as cenas internas em estúdios de Munique. A trama da intensa tragicomédia, premiada com oito Oscars, se desenrola em 1931, tendo a ascensão do nazismo como pano de fundo para os improváveis amores Liza Minnelli (na foto, com Joel Grey).
Foto: picture-alliance/AP Photo/Warner Bros. Home Video
#8: Die Mörder sind unter uns
Wolfgang Staudte realizou "Os assassinos estão entre nós" em 1946, como primeira produção cinematográfica alemã após a Segunda Guerra Mundial, pela companhia Defa. As filmagens se dividiram entre estúdios berlinenses e locações autênticas na metrópole devastada – dando origem ao gênero "Trümmerfilm" ("filme das ruínas"). A estreia foi no setor de Berlim sob ocupação soviética.
Foto: DEFA
#7: One, two, three
Billy Wilder enfrentou circunstâncias espetaculares ao realizar "Cupido não tem bandeira" em 1961. O veterano hollywoodiano nascido na Áustria pretendia usar como cenário a Berlim dividida, mas ainda basicamente transitável. Durante as filmagens, porém, o Muro foi erguido. Por ser impossível filmar no Portão de Brandemburgo, o monumento precisou ser trabalhosamente replicado em Munique.
Foto: picture-alliance/dpa
#6: Bridge of Spies
A trama da coprodução teuto-americana "Pontes dos espiões" (2015) igualmente se desenrola no auge da Guerra Fria. O aclamado Steven Spielberg realizou as filmagens em locações originais da capital alemã. Além do icônico Muro de Berlim, recebe destaque a Glienicker Brücke, ponte historicamente famosa como local de troca de espiões na Alemanha dividida.
Foto: 2014 Twentieth Century Fox
#5: Berlin is in Germany
Em 2001 Hannes Stöhr salpicou com imagens eloquentes da nova-velha capital sua história de um outsider da história. Em "Berlim fica na Alemanha", Jörg Schüttauf (na foto, à esquerda) interpreta Martin, cidadão da extinta RDA que começou a cumprir sua pena de prisão nos tempos do regime comunista. Ao ser libertado, a queda do Muro e o país reunificado são coisas que ele só conhece da televisão.
Foto: Imago/EntertainmentPictures
#4: Sommer vorm Balkon
Andreas Dresen concentrou a ação de "Verão em Berlim" (2004) no bairro Prenzlauer Berg. As protagonistas Katrin (Inka Friedrich) e Nike (Nadja Uhl) têm sua amizade posta à prova ao conhecerem um caminhoneiro boa-vida. A combinação de comédia social e colorido local berlinense agradou ao público nacional.
Foto: Imago/United Archives
#3: Oh Boy
O diretor Jan-Ole Gerster evocou atmosferas anticonvencionais em seu primeiro longa. Com grande sensibilidade para nuances poéticas, encenou a trajetória do melancólico Niko Fischer (Tom Schilling), que largou a universidade e vaga pelas ruas berlinenses. Trabalho de conclusão do curso de cinema para Gerster, "Oh Boy" (2012) conquistou seis Prêmios do Cinema Alemão, entre outros.
Foto: picture-alliance/dpa/X-Verleih
#2: Victoria
Em 2015, Sebastian Schipper conseguiu materializar nas telas o mundo noturno da juventude de Berlim. Tudo começa com uma noitada num clube, onde vários amigos se reúnem – mas acabam por se envolver num redemoinho de situações imprevistas e potencialmente fatais. Rodado em uma única tomada, o thriller "Victoria" oferece 140 minutos de autêntica vivência jovem berlinense.
Foto: Panorama Entertainment
#1: Der Himmel über Berlin
Mais berlinense de todos os filmes berlinenses, "As asas do desejo" (1987) deve ao fotógrafo francês Henri Alekan inesquecíveis imagens em preto-e-branco da metrópole a poucos anos da queda do Muro. Wim Wenders enfoca Damiel (Bruno Ganz) e Cassiel (Otto Sander), dois anjos que observam e guardam à distância a vida na cidade. Até que um deles sucumbe ao fascínio de ser humano. Ou de Berlim?