Cantor e compositor canadense tinha 82 anos. Autor da famosa canção "Hallelujah", ele iniciou a carreira nos anos 1960 e lançou em outubro seu 14° e último álbum, "You want it darker".
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O cantor e compositor canadense Leonard Cohen morreu aos 82 anos, de acordo com um comunicado postado em sua página no Facebook nesta sexta-feira (11/11). "É com profundo pesar que informamos o falecimento do lendário poeta, compositor e artista Leonard Cohen. Perdemos um dos visionários mais respeitados e prolíficos da música", diz o texto.
"Estou pronto para morrer. Espero que não seja muito desconfortável", disse Cohen recentemente à revista The New Yorker.
Conhecido por intensas letras, com temas que vão de amor e ódio a espiritualidade e depressão, Cohen tinha uma voz profunda, que era acompanhada por marcantes padrões de guitarra.
Sua carreira começou na década de 1960. Três semanas atrás, ele lançou seu 14° álbum, You want it darker. Críticos reconheceram uma espécie de testamento nas canções sombrias, pois o canadense já estava gravemente doente durante a gravação. No entanto, o clima triste não teve impacto negativo sobre as vendas. O álbum subiu nas paradas em muitos países e chegou ao 10° lugar nos EUA no início de novembro.
De Quebec a Nova York
Nascido em Quebec em 1934, ele aprendeu a tocar guitarra quando adolescente e formou um grupo folk. Mas depois de ler o escritor espanhol Federico García Lorca, passou a se dedicar à poesia. Ele se formou na Universidade McGill e foi morar na ilha grega de Hydra, onde escreveu três coleções de poemas.
Em 1966 ele se mudou para Nova York e conheceu a cantora de folk Judy Collins, que gravou duas de suas canções, incluindo Suzanne, em um álbum que ela lançou naquele ano. Ele conheceu Andy Warhol, a banda Velvet Underground e cantora alemã Nico. Seu álbum Songs of Leonard Cohen, lançado em 1967, foi apresentado e cantado em um estilo semelhante ao de Nico.
Cohen escreveu mais músicas para Collins e também para James Taylor, Willie Nelson e outros.
Mais álbuns se seguiram, e na década de 1970 ele começou a primeira de suas muitas e longas turnês pelos EUA e pela Europa. Sua canção mais famosa, Hallelujah, foi incluída em um álbum que a Columbia Records se recusou a lançar em 1984 e que só se tornou conhecida quando Jeff Buckley a gravou em 1994.
Cohen também escreveu e realizou obras de comédia. Seu primeiro romance humorístico The Favorite Game (O jogo favorito, em tradução livre), foi publicado em 1963, e o DVD Ladies and Gentlemen: Mr Leonard Cohen o mostra atuando como humorista stand up.
Monge budista
Em 1995, ele interrompeu sua carreira para se recluir no monastério budista Mount Baldy Zen Center, perto de Los Angeles, onde foi ordenado monge budista e assumiu o nome Jikan, que significa "silêncio". No entanto, ele nunca abandonou o judaísmo.
Ele lançou mais músicas em 2001 e 2004, antes de surgirem suspeitas de que seu empresário de longa data, Kelley Lynch, estava desviando fundos de sua conta de aposentadoria.
Após ter 5 milhões de dólares roubados, Cohen começou a fazer shows novamente para recuperar suas finanças. De 2008 a 2010, ele realizou 247 shows ao redor do mundo. Ele gravou mais dois álbuns, em 2012 e 2014, antes de You want it darker, de outubro passado.
Cohen disse que apreciava a própria capacidade de superação e de continuar trabalhando. "Isso é muito mais importante nesta idade do que quando eu tinha 30 anos, quando achava tudo muito fácil."
Dez músicas dedicadas a Berlim
De David Bowie a Bloc Party, passando por Ramones e Rufus Wainwright: todos eles se encataram pela capital alemã. E todos declararam seu amor pela cidade fazendo o que sabem fazer melhor.
Foto: picture-alliance/dpa
Marlene Dietrich: "Ich hab noch einen Koffer in Berlin"
A relação entre Marlene Dietrich e sua cidade natal era conturbada. A ascensão do nazismo levou a estrela a um exílio eterno – mas seu anseio conflituoso por Berlim nunca cessou. E acabou capturado, de forma comovente, em "Ich hab noch einen Koffer in Berlin" (Eu ainda tenho uma mala em Berlim). Ela só voltou à terra natal em 1992, para ser enterrada ao lado da mãe.
Foto: picture-alliance/dpa
Iggy Pop: "The Passenger"
"The Passenger" fala sobre como é ver o mundo passando da janela de um metrô de Berlim e se tornou um hino da contracultura. Gravado no legendário Hansa Studios, próximo ao Muro, enquanto Iggy Pop estava no exílio autoimposto na cidade dividida, a música do álbum "Lust for Life" (1977) impulsionou o ex-vocalista dos Stooges ao sucesso comercial.
Foto: picture-alliance/dpa
David Bowie: "Where are we now"
Na sequência de especulações sobre sua saúde, Bowie levou frenezi ao mundo da música com o single "Where are we now?" Ele gravou a maior parte da "Berlin Trilogy" na cidade, nos anos 1970 – incluindo a obra-prima "Heroes". Mas "Where are we now?" revisita a cidade como um senhor idoso. Um passeio nostálgico pela Berlin que ele chamou de casa: "A man lost in time near KaDeWe".
Foto: imago/LFI
Lou Reed: "Berlin"
Diferentemente de Bowie e Iggy Pop, Lou Reed nunca morou em Berlim. Mas isso não o impediu de inspirar-se na cidade para seu álbum no estilo Kurt Weill chamado "Berlin", de 1973. A letra da faixaque leva o mesmo nome do disco evocou perfeitamente o espírito da época de uma geração: "In Berlin, by the Wall / You were five feet, ten inches tall / It was very nice / candlelight and Dubonnet on ice".
Foto: Getty Images/Afp/Stringer
Leonard Cohen: "First we take Manhattan"
Como judeu, Cohen sempre teve problemas com Berlim. Mas, como compositor, ele se sentiu atraído pela história explosiva da cidade no século 20. Em seu clássico cult "First we take Manhattan", de 1987, o canadense faz referências diretas à cidade e canta: "First we take Manhattan…then we take Berlin". A poderosa crítica à hegemonia global estimulou inúmeras versões cover.
Foto: F. Coffrini/AFP/Getty Images
U2: "Zoo station"
Em 1991, o U2 procurava um recomeço após "Rattle and Hum", que dividiu a crítica. E Bono procurou uma nova inspiração em Berlim. Ao fugir para o Hansa Studios, compôs uma música que definiria uma nova e ousada época: "Zoo station". Batizada em homenagem à estação de trem, a banda usou a metáfora para uma Berlim reunida e a nova ordem mundial, intitulando o álbum de "Zooropa".
Foto: picture-alliance/AP Photo/J. Hayward/The Canadian Press
Bloc Party: "Kreuzberg"
No início deste século, Berlim tornou-se santuário para os que buscavam se achar, atraídos por este lugar entre o velho e o novo século. Os integrantes da banda britânica de rock alternativo Bloc Party estava entre eles e tentavam dar um novo sentido às suas vidas. O single "Kreuzberg", de 2007, alfinetou: "There is a wall that runs right through me / Just like this city, I will never be joined".
Foto: picture-alliance/Jazzarchiv
Rufus Wainwright: "Tiergarten"
Enquanto a maioria é atraída a Berlim por causa da história mais recente da cidade, Rufus Wainwright foi buscar inspiração no cabaré e na decadência dos anos 1920, na República de Weimar. "Tiergarten" provou ser uma de suas baladas mais duradoras. Muitos perderam o fôlego com o refrão: "Won't you walk me through the Tiergarten / Doesn't matter if it's raining / Won't you walk me through it all".
Foto: picture-alliance/AP Photo
Black Rebel Motorcycle Club: "Berlin"
O que você faz quando está em uma das bandas mais descoladas do mundo? Você escreve, claro, uma música para uma das cidades mais descoladas do planeta. Segunda faixa do álbum "Baby 81", de 2007, "Berlin" não faz nenhuma referência particular à capital alemã, ainda que o som da progressão de acordes da guitarra seja inconfundível como Berlim: petulante, provocativa e sexy.
Foto: picture-alliance/Geisler-Fotopress
The Ramones: "Born to die in Berlin"
Desde o primeiro "hey ho, let's go", a banda Ramones não escondeu sua fascinação por todas as coisas teutônicas – e, de forma provocativa, deu o nome "Blitzkrieg Bop" ao seu single de estreia, de 1976. Dee Dee Ramone, principal compositor da banda, é filho de uma alemã e cresceu em Berlim. E seu amor pela capital (e as drogas) ficariam para sempre na história com "Born to die in Berlin", de 1995.