Primo do rei Charles 3º do Reino Unido, Constantino 2º reinou brevemente antes de ser deposto por uma junta militar em 1967. Ele viveu décadas no exílio até retornar em 2013 ao seu país, onde morreu aos 82 anos.
Anúncio
O antigo rei da Grécia Constantino 2º, o último monarca a ocupar o trono antes da instauração da República no país, morreu em Atenas nesta terça-feira, aos 82 anos.
Segundo informações da imprensa grega, a causa da morte foi um acidente vascular cerebral (AVC). Ele foi internado em um hospital na capital do país na semana passada com problemas respiratórios.
Constantino, primo do rei britânico Charles 3º, nasceu em 2 de junho de 1940 em Atenas. Ele era filho do príncipe Paulo 1º da Grécia – irmão do rei George 2º – e da princesa Federica, de Hanôver.
Ele pertencia à Casa Real de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, ou Casa de Glücksburg, com origem no século 14, que incluía famílias reais na Dinamarca, Noruega e Grécia. Era também a Casa Real à qual pertencia o príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth 2ª, do Reino Unido.
Antes de seu primeiro aniversário, a família real teve de deixar o país para escapar da invasão de tropas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O rei George 2º voltou à Grécia em 1946, mas morreria meses mais tarde, fazendo com que Constantino se tornasse o herdeiro do trono.
Seu pai, o rei Paulo 1º, morreu de câncer em 1964, ano em que Constantino se tornou o rei da Grécia.
Breve reinado
O jovem monarca, que já tinha sido campeão olímpico de iatismo, era bastante popular. Mas, parte desse apoio se esvaiu em razão de seu envolvimento em manobras políticas, em um período marcado pela instabilidade no país.
Após o golpe de Estado de 1967, Constantino foi obrigado a se exilar no Reino Unido depois de tentar, sem sucesso, organizar um contragolpe. Um ano mais tarde, um referendo proposto pelo governo de unidade nacional aboliu de vez a monarquia e enterrou suas esperanças de voltar a reinar.
O fato de Constantino aceitar o juramento da tomada de posse da junta militar que governaria a Grécia pelos próximos anos fez com que ele fosse considerado um colaborador da ditatura que se instaurou no país.
Em 1994, o governo retirou sua cidadania grega, porque ele desejava manter em seu passaporte o nome Constantino da Grécia, e não Constantino Glücksburg, que estaria de acordo as regras da República grega, que proíbe títulos nobiliárquicos.
Constantino viveu até ao final de sua vida apenas com a cidadania dinamarquesa, embora tenha voltado a viver na Grécia a partir de 2013.
rc (AFP, AP, Reuters, ots)
Dez coroas reais europeias
Desde a Antiguidade, a coroa tem sido um dos símbolos de poder e autoridade de reis e imperadores. Veja aqui exemplos dessas insígnias ao longo da história na Europa. Uma delas foi até mesmo confeccionada no Brasil.
Foto: gemeinfrei
Coroa Real Portuguesa
O Brasil é o único país das Américas onde um rei europeu foi elevado ao trono. Em 6 de fevereiro de 1818, Dom João 6° foi aclamado no Rio de Janeiro soberano do Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves. Feita na capital fluminense, a coroa portuguesa é composta por oito arcos fechados e foi executada exclusivamente em ouro. Ela foi usada pelos reis de Portugal até o fim da monarquia, em 1910.
Foto: gemeinfrei
De diadema a mitra
Inicialmente, as coroas se pareciam com diademas, como a coroa de louros na Antiguidade (foto). Depois, no Império Bizantino, elas se tornaram uma cobertura de cabeça com adornos pendentes, assumindo posteriormente a forma de mitra, o que, de certa forma, é válido até hoje. Com este símbolo sacerdotal do Velho Testamento, os soberanos transmitiam a ideia da dignidade imperial como dádiva divina.
Foto: public domain
Coroa do Sacro Império Romano-Germânico
Confeccionada entre 960 e 1000, esta insígnia real foi usada até o início do século 19 pelos monarcas do Sacro Império Romano-Germânico. Diferente de outras coroas, ela é octogonal, pois consta que somente oito pessoas sobreviveram ao dilúvio bíblico. Além disso, ela tem 240 pérolas e 120 pedras preciosas: cifras divisíveis por 12 para representar os 12 apóstolos e as 12 tribos de Israel.
Além da cruz inclinada que a encima, esta insígnia do antigo Reino da Hungria é uma das poucas coroas que ainda guardam adornos pendentes. Conhecida como Coroa de Santo Estêvão, sua origem remonta ao século 12. Durante sua longa existência, ela já foi roubada, enterrada e até mesmo perdida. Depois da Segunda Guerra, ela foi levada para os EUA, sendo devolvida aos húngaros definitivamente em 1978.
Foto: Public Domain
Coroa da Boêmia
Esta insígnia real foi executada em 1346 para a coroação do rei da Boêmia, região que hoje faz parte da República Tcheca. Toda em ouro, ela tem forma de diadema com quatro flores-de-lis verticais, conectadas por arcos transversais. A cruz no topo conteria um espinho da coroa de Jesus, segundo a inscrição latina nela gravada: "Hic est spina corona Domini" (aqui está um espinho da coroa do Senhor).
Foto: picture alliance/dpa/M. Dolezal
Joias dinamarquesas
Estas duas coroas pertencem às insígnias do monarca dinamarquês. Desde cerca de 1680, tais joias são guardadas no Palácio de Rosenborg, em Copenhague. Na foto, vê-se em primeiro plano a chamada Coroa de Christian 5°, executada por volta de 1670. Atrás dela, está a coroa das rainhas. Desde meados do século 19, elas são usadas somente em cerimônias de sepultamento, sendo colocadas sobre o caixão.
Foto: picture alliance/Scanpix Denmark
Coroa Imperial da Rússia
A coroa dos czares foi confeccionada para a entronização de Catarina 2ª. Mas ficou pronta tarde demais, sendo o czar Paulo 1° o primeiro a usá-la, em 1796. Ela foi utilizada pelos soberanos russos até o fim da monarquia, em 1917. Feita em ouro e prata, a insígnia contém pérolas e 4.936 diamantes, espalhados em forma de mitra. No topo, ela é encimada por um espinélio vermelho de 398,72 quilates.
Foto: picture alliance/dpa/J. Lampen
Coroa de Napoleão
Feita em prata dourada e bronze, esta insígnia foi executada em 1804 para a entronização de Napoleão Bonaparte, que foi realizada na Catedral de Notre Dame. Durante quase toda a cerimônia, no entanto, o imperador preferiu usar uma coroa de louros de ouro, como os antigos romanos. A coroa da foto foi utilizada somente para a sua autocoroação, sendo logo recolocada sobre o altar.
Foto: picture alliance/akg-images
Coroa holandesa
Em comparação com outras monarquias europeias, as joias da Casa Real holandesa são relativamente novas, tendo sido executadas em 1840, sob encomenda do rei Willem 2°. A coroa (foto) é feita de prata dourada e não contêm nenhum diamante ou pérola de verdade. Os reis holandeses optam por não usá-la: junto ao cetro e ao orbe, ela é deixada sobre uma mesa durante a cerimônia de juramento do monarca.
Foto: picture alliance/dpa/P. van Katwijk
Coroa Imperial Britânica
As joias da Casa Real britânica contêm a mais preciosa coleção de brilhantes do mundo. Entre eles está o famoso Cullinan 2°, que adorna a coroa usada por Elizabeth 2ª (foto). Essa insígnia imperial possui 2.868 diamantes, 273 pérolas, 17 safiras, 11 esmeraldas e cinco rubis. Ela foi confeccionada para a coroação de George 6°, em 1937, e modificada para a entronização da rainha britânica, em 1953.