Morre o cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão
20 de fevereiro de 2020
Mestre do terror brasileiro morre aos 83 anos em decorrência de uma broncopneumonia. Ao longo de décadas de carreira, ele dirigiu mais de 40 obras e atuou em mais de 60 produções, entre curtas, longas e séries.
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O ator e cineasta José Mojica Marins, conhecido pelo personagem Zé do Caixão e autor de dezenas de filmes, morreu nesta quarta-feira (19/02), aos 83 anos, em decorrência de uma broncopneumonia. A morte foi confirmada pela filha Liz Marins à imprensa brasileira.
Mojica morreu às 15h46 (horário local) no hospital Sancta Maggiore, em São Paulo. Ele estava internado desde 28 de janeiro, quando contraiu uma infecção que evoluiu para uma pneumonia.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, ele chegou a ser entubado durante o período de internação, teve os tubos retirados após melhora, mas seu quadro voltou a piorar na terça-feira. A saúde de Mojica estava debilitada desde 2014, quando sofreu um enfarte.
O velório ocorrerá nesta quinta-feira no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, a partir das 16h (horário local), e será aberto ao público.
Ao longo de sua carreira, Mojica assinou mais de 40 obras como diretor e atuou em mais de 60 produções, incluindo longas-metragens, curtas, documentários e séries.
Seu último trabalho foi no roteiro e direção de Memórias da Boca, de 2015, obra dividida em oito episódios (três de ficção e cinco documentários) dirigidos por um time de cineastas célebres. No mesmo ano, fez uma participação como ator no filme Entrando numa roubada, de André Moraes e estrelado por Deborah Secco, Lúcio Mauro Filho e Júlio Andrade.
Devido à saúde debilitada e a uma degeneração mental causada pela idade avançada, Mojica deixou de aparecer em público nos últimos anos e vivia recluso em São Paulo.
Mestre do terror brasileiro, ele nasceu numa sexta-feira 13, em março de 1936, na capital paulista, filho dos artistas circenses Antonio André e Carmen Marins.
Cineasta autodidata, Mojica lançou seu primeiro longa-metragem em 1958, o faroeste A sina do aventureiro, e em seguida veio o drama Meu destino em suas mãos, de 1961.
Segundo o próprio cineasta contou em diversas entrevistas, a ideia para o personagem Zé do Caixão surgiu durante um pesadelo que ele teve no início de 1963, em que um homem vestido todo de preto, com seu rosto, o arrastava para um túmulo.
O coveiro Josefel Zanatas, nome verdadeiro do personagem famoso por sua cartola, capa e unhas longas, apareceu pela primeira vez no cinema em 1964, no filme À meia-noite levarei sua alma.
Zé do Caixão também estrela Esta noite encarnarei no teu cadáver, de 1967, O estranho mundo de Zé do Caixão, de 1968, e Encarnação do demônio, de 2008.
Muitas vezes confundido com seu próprio personagem, Mojica ainda comandou o programa de entrevistas O estranho mundo do Zé do Caixão, que estreou em 2008 no Canal Brasil e contou com sete temporadas.
Como prova de que o gênero de terror não morreu, dois longas apavorantes foram lançados neste ano. Conheça os novos títulos e mais oito clássicos do gênero.
Foto: picture alliance/dpa/United Archives
Halloween (2018)
Ele está de volta: o louco Michael Myers, do lendário filme de 1978 "Halloween". No longa, a jovem Laurie Strode, interpretada por Jamie Lee Curtis, é a única sobrevivente de um massacre em Haddonfield, Illinois. O novo filme continua praticamente de onde pararam tanto o primeiro como todos os outros filmes da série, incluindo Jamie Lee Curtis, agora aos quase 60 anos de idade.
Foto: Universal Pictures
Halloween - A Noite do Terror (1978)
Em 1978, John Carpenter lançou no cinema o pai de todos os filmes "Halloween". Apesar do baixo orçamento, o longa foi um fenômeno e rendeu milhões de dólares - além de uma franquia de sucesso no cinema. O novo "Halloween", o 11º da série, repete a fórmula: uma produção barata, mas com sucesso de bilheteria imediato.
Para "Halloween", Carpenter buscou inspiração em filmes como "Psicose" (1960), de Alfred Hitchcock. Antes dele, filmes de terror eram caracterizados sobretudo pelo surgimento de monstros, vampiros e outras figuras assustadoras. O truque de Hitchcock em "Psicose" foi transformar o inicialmente simpático Norman Bates num monstro humano só no final do filme.
Foto: AP
O Bebê de Rosemary (1968)
Um filme diabólico justamente por não deixar claro onde está o horror. Estaria apenas na mente da gestante Rosemary (Mia Farrow)? Ou de fato no mundo ao redor dela? "O Bebê de Rosemary" ganhou notoriedade quando a atriz Sharon Tate, grávida e esposa do diretor do longa, Roman Polanski, foi brutalmente assassinada um ano depois.
Foto: Imago
O Exorcista (1973)
Em meados da década de 1970, o diretor William Friedkin deu um passo adiante em termos de efeitos assustadores. Em "O Exorcista", o cineasta conseguiu transformar uma criança inocente em um temível ser possuído por Satanás. Isso acabou provocando alguns colapsos nervosos nas salas de cinema - além de levar a uma altíssima venda de ingressos.
Foto: imago stock&people
O Iluminado (1980)
Inesquecíveis são, acima de tudo, os locais de filmagem do filme "O Iluminado", de Stanley Kubrick. Qualquer um que tenha visto o "Hotel Overlook" no suspense psicológico do cineasta americano não o esquece jamais. A interpretação de Jack Nicholson do papel de um escritor à beira da loucura é grandiosa. Apesar de não trazer muito sangue, "O Iluminado" consegue ser apavorante.
Foto: picture alliance/dpa/United Archives
A Hora do Pesadelo (1984)
Pouco depois do lançamento de "O Iluminado", no início dos anos 80, veio o fim da era de filmes de horror "sutis". Maquiadores e técnicos de efeitos especiais entraram em cena, trazendo muito sangue falso e todo tipo de refinamento em termo de truques técnicos. Um dos diretores mestres do gênero de terror foi o americano Wes Craven, que horrorizou o público com filmes como "A Hora do Pesadelo".
Foto: imago/EntertainmentPictures
Pânico (1996)
Wes Craven também foi responsável por "Pânico", que serviu de modelo para muitos filmes de horror subsequentes. No longa, uma pequena cidade é aterrorizada por um assassino sádico. O filme começa quando alguns estudantes do ensino médio se preparam para uma sessão de filmes. Hoje, apesar de ninguém mais assistir a filmes em fitas de vídeo, tais sessões continuam populares em noites de Halloween.
Foto: picture-alliance/Mary Evans
Os Outros (2001)
"Os Outros" (2001), do diretor chileno-espanhol Alejandro Amenábar, é indicado para aqueles amantes de filmes de terror sem muito sangue e ataques brutais à faca. Nele, Nicole Kidman interpreta a mãe de duas crianças que sofrem de uma leve alergia. Rodado exclusivamente em um castelo espanhol, o filme assustador convenceu a muitos com seu horror sutil e um final surpreendente.
Foto: picture-alliance/dpa
Suspiria (2018)
Ao lado da reedição de "Halloween", o filme "Suspiria" é, provavelmente, o remake mais esperado do ano pelos fãs de terror. O diretor italiano Luca Guadagnino se atreveu a fazer um nova versão do clássico homônimo de Dario Argento, de 1977. "Suspiria" fala sobre bruxas - e especialmente sobre a história alemã.