Pan Pan tinha 31 anos – 93, em termos humanos – e deixou mais de 130 descendentes, um recorde para a espécie. Animal vivia num centro para pandas idosos e doentes na China.
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O urso panda macho mais velho do mundo, Pan Pan, morreu numa reserva na cidade chinesa de Dujiangyan. Ele tinha 31 anos, o equivalente a 93 anos nos humanos, e deixou mais de 130 descendentes – um quarto de todos os animais desta espécie criados em cativeiro.
Seu estado de saúde estava debilitado, devido à idade avançada. Ele sofria de catarata, pressão alta, tinha dificuldades em se alimentar por ter má dentição e em junho foi diagnosticado com câncer.
Pan Pan vivia num centro para pandas idosos e doentes em Dujiangyan, onde são assistidos cerca de 30 animais, a maioria com mais de 20 anos.
Ao anunciar a morte de Pan Pan, nesta quarta-feira (28/12), o Centro de Pesquisa e Conservação da China para Pandas Gigantes afirmou que o animal estava sofrendo de câncer. "Nos últimos três dias, as condições de saúde de Pan Pan se deterioraram rapidamente, com perda de consciência, além da capacidade de locomoção e alimentação."
A taxa de reprodução de pandas em cativeiro é relativamente baixa, mas Pan Pan, cujo nome significa esperança em chinês, foi um macho prolífico, deixando muitos filhotes, e ao longo dos anos se tornou avô. Ele nasceu numa floresta no sudoeste da província de Sichuan, em 1985, passando a viver em cativeiro com apenas alguns meses de idade.
A morte foi recebida com tristeza pelos órgãos de comunicação oficial, como a agência Xinhua. Também os jornais Global Times e Diário do Povo enviaram pelo Twitter mensagens de despedida ao "avô dos pandas", como era conhecido por sua contribuição para a continuidade da espécie em cativeiro.
A longevidade média de um panda selvagem é 20 anos, mas em cativeiro a espécie costuma viver mais. O animal da espécie mais velho é atualmente uma fêmea de 36 anos, chamada Basi. Existem cerca de 1.800 pandas no mundo, dos quais 400 em cativeiro, em parte em jardins zoológicos.
CN/lusa/afp/efe
Pandas e o mito da solidão
Por muito tempo pesquisadores acreditaram que os ursos pandas preferiam passar a maior parte da vida sozinhos. Mas novos estudos revelam que os animais gostam de companhia.
Foto: Fotolia/xiaoma
Equívoco
Pandas andam sozinhos pelas montanhas da China. A única coisa que os interessa é sua comida favorita: o bambu. Realmente, eles adoram bambu e chegam a comer entre 10 e 20 quilos da planta por dia. Errado, porém, é acreditar que eles preferem viver na solidão.
Foto: Reuters
Vida em sociedade
Pesquisadores dos Estados Unidos e China descobriram que os pandas não são animais solitários. Durante dois anos, eles seguiram os passos de cincos pandas, equipados com aparelhos de GPS, e constataram que três deles permaneceram muito próximos durante um longo período. A descoberta surpreendeu a equipe.
Foto: Fotolia/xiaoma
Difícil de avistar
Até agora, os pesquisadores haviam estudado o comportamento dos pandas sobretudo em zoológicos e em cativeiro, pois é muito raro avistá-los na natureza. Eles vivem em montanhas cobertas por florestas densas, numa região de difícil acesso no sudoeste da China. Além disso, eles são animais noturnos, ou seja, dormem durante grande parte do dia em cavernas.
Foto: picture-alliance/dpa
Sexualmente pouco ativos
As pesquisas recentes mostram que os pandas são mais sociáveis do que se pensava, mas eles só chegam realmente perto uns dos outros durante a época do acasalamento. E os pandas não são muito ativos sexualmente. Eles procriam raramente. No zoológico, é sempre uma sensação quando nasce um filhote.
Foto: picture alliance/dpa/Xu Kangping
Fofinhos
O período fértil da fêmea ocorre apenas uma vez por ano e dura somente dois dias. Mas quando dá certo, nascem filhotes que fazem qualquer um se derreter. Mesmo maiores, como este da foto, os pandas continuam uma graça.
Foto: AP
Sem pelo
Logo após o nascimento, os pandas ainda não têm a pelagem branca e preta. Minúsculos, pesando somente entre 90 e 120 gramas e com um rabo enorme, eles se parecem mais com ratinhos.
Foto: Reuters
Produção em série
A China quer salvar os pandas da extinção. Cientistas já aprimoraram técnicas de reprodução da espécie. O período fértil da fêmea pode ser identificado através de sua linguagem corporal. Assim, especialistas em reprodução assistida sabem exatamente quando é o momento ideal para a inseminação artificial.
Foto: Reuters
Contra a extinção
Os pandas nascidos em cativeiro vivem em zoológicos ou são devolvidos à natureza. Evitar a extinção dessa espécie se tornou uma tarefa nacional na China. E os primeiros sucessos aumentam a esperança. Nos últimos dez anos, o número de pandas voltou a crescer, passando de 268 para 1864.