Morre primeiro paciente diagnosticado com ebola nos EUA
8 de outubro de 2014
Liberiano, que contraiu o vírus na África, estava internado em hospital do Texas e não resistiu mesmo sendo tratado com droga experimental. Casa Branca anuncia medidas de segurança extras em aeroportos.
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Primeiro paciente diagnosticado com ebola fora da África, o liberiano Thomas Eric Duncan, de 42 anos, morreu nesta quarta-feira (08/10), em Dallas, nos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo hospital Texas Health Presbyterian, onde ele estava internado em isolamento.
Segundo o jornal The New York Times, durante a internação, Duncan foi tratado com o antiviral experimental Brincidofovir. O serviço de saúde de Dallas continua monitorando dezenas de pessoas que tiveram contato com Duncan, sendo dez que possuem alto risco de terem sido infectadas.
"É com profunda tristeza e decepção que informamos a morte de Thomas Eric Duncan nesta manhã às 7h51 (9h51 no horário de Brasília)", disse o porta-voz do hospital, Wendell Watson, em comunicado. "Nós ofereceremos à família todo o apoio e condolências nesse momento difícil."
Duncan foi infectado pelo vírus provavelmente na Libéria, em 15 de setembro. Ele ajudou uma paciente grávida a voltar para casa depois que ela não conseguiu obter um leito em um hospital. A mulher morreu no dia seguinte.
Duncan viajou da Libéria ao Texas para visitar familiares e começou a apresentar sintomas do vírus dois dias após desembarcar, em 20 de setembro. Ele procurou ajuda médica no dia 26, mas foi mandado de volta para casa com prescrição de antibiótico, apesar de ter contado que acabara de chegar de viagem da África Ocidental.
Maior surto de ebola da história
A África enfrenta a pior epidemia de ebola. Não existem medicamentos ou vacina para conter a doença. Perante surto, a Organização Mundial da Saúde liberou o uso de substâncias experimentais em pacientes infectados.
Foto: Reuters
Conhecido desde 1976
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores da Bélgica. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Desde então, já houve 15 epidemias nos países africanos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Foto: Reuters
Chances mínimas
Há diversas variações do vírus, e apenas algumas causam a febre hemorrágica. Ainda não há vacina ou medicamentos aprovados para combater o ebola. A doença é fatal na maioria dos casos: a taxa de mortalidade é de 90%. O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais.
Foto: AFP/Getty Images
Sintomas
Os sintomas, que aparecem entre 2 e 21 dias após a infecção, são fraqueza, dores de cabeça e musculares, calafrios, falta de apetite, dor de estômago e de garganta, diarreia, vômitos e febre hemorrágica. As principais regiões do corpo afetadas são o aparelho digestivo, o baço e o pulmão.
Foto: picture alliance/AP Photo
Contágio
A transmissão do ebola ocorre apenas através de fluídos corporais, ou seja, deve haver contato direto entre as pessoas ou animais infectados, e também por meio do contato com ambientes contaminados. Ele se propaga, por exemplo, em hospitais, entre enfermeiros e médicos que tratam de pessoas infectadas. Além disso, pode ser transmitido ao se tocar no corpo de pessoas que morreram dessa doença.
Foto: Reuters/Unicef
De animais para humanos
Animais infectados também transmitem a doença. O ebola foi introduzido na população humana através de contato com sangue, secreções, órgãos e fluídos corporais de animais que carregavam o vírus. Morcegos, por exemplo, são hospedeiros do vírus, mas eles não adoecem e podem carregar o ebola consigo até o fim da vida.
Foto: picture-alliance/dpa
Informação é o melhor remédio
Campanhas de esclarecimentos sobre o ebola são fundamentais para conter o avanço da epidemia. A única maneira de evitar uma infecção são medidas preventivas, como melhores condições de higiene nos hospitais, uso de luvas e a quarentena.
Foto: Sia Kambou/AFP/Getty Images
Atual epidemia
Os primeiros casos do atual surto de ebola foram confirmados em março deste ano na Guiné. Desde então, a pior epidemia dessa doença da história já se alastrou por seis países africanos. Casos já foram registrados na Libéria, em Serra Leoa, na Guiné, na Nigéria, na República Democrática do Congo e no Senegal.
Foto: picture-alliance/dpa
Fronteiras fechadas
Os governos de Serra Leoa, Libéria e Nigéria decretaram estado de emergência devido à epidemia. O surto levou alguns países africanos a colocar em quarentena regiões fortemente atingidas pela doença. Além disso, para tentar evitar a propagação da epidemia, países como Guiné, Libéria e Costa do Marfim fecharam suas fronteiras.
Foto: Reuters
Mais de mil mortes
A OMS considerou o atual surto de ebola com o maior e pior da história. Desde março, mais de 3 mil casos da doença já foram confirmados e mais de 1.500 pessoas morrem de ebola. Entretanto, a agência teme que mais de 20 mil pessoas possam ser infectadas até que a epidemia seja controlada.
Foto: DPA
Vida em risco
No atual surto há uma elevada taxa de infecção entre profissionais de saúde que cuidam de pacientes com ebola. Mais de 240 médicos e enfermeiros já foram infectados e mais de 120 morreram. A falta de roupas de proteção e o cansaço após jornadas exaustivas de trabalho são as razões para essas infecções. Alguns deles estão recebendo o tratamento em países europeus e nos Estados Unidos.
Foto: Getty Images/Afp/Seyllou
Medicamentos experimentais
O médico americano Kent Brantly foi tratado nos Estados Unidos com o soro experimental ZMapp. Após três semanas de isolamento ele foi curado. Mas a eficácia desse medicamento é controversa. Um padre espanhol tratado com esse soro não sobreviveu. Perante a gravidade da crise, a OMS aprovou em meados de agosto a utilização de substâncias experimentais contra o ebola.
Foto: picture-alliance/dpa
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No dia 28, quando o seu estado piorou, retornou ao hospital Texas Health Presbyterian. Desde então, ele estava internado em isolamento.
Nesta quarta-feira, a Casa Branca anunciou a colocação de scanners corporais em cinco aeroportos internacionais dos EUA que recebem voos de países africanos onde há epidemia de ebola.
O objetivo é medir a temperatura corporal dos viajantes nos aeroportos de Nova York (JFK e Newark), Washington, Chicago e Atlanta, aonde chegam 94% dos voos provenientes do oeste africano.
Além dos EUA, a Espanha vive alerta devido ao ebola. Uma assistente de enfermagem foi contaminada pelo vírus no hospital onde estavam sendo tratados dois missionários espanhóis, que morreram após contrair ebola na África.
Além dela, mais cinco pessoas, entre elas duas enfermeiras e o marido da funcionária contaminada, estão internadas sob suspeita de estarem com a doença.