Morre Wolfgang Petersen, diretor de "A História sem Fim"
17 de agosto de 2022
Cineasta alemão teve uma carreira de sucesso em Hollywood, trabalhando com nomes como George Clooney, Morgan Freeman, Clint Eastwood, Harrison Ford e Brad Pitt.
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O cineasta alemão Wolfgang Petersen, conhecido por sucessos como A História sem Fim, Mar em Fúria e Tróia, morreu aos 81 anos em decorrência de um câncer de pâncreas, informou nesta terça-feira (16/08) a imprensa americana e alemã.
Nascido em Emden, na Alemanha, em 1941, Petersen morreu na sexta-feira em sua casa em Brentwood, em Los Angeles, nos EUA, deixando um importante legado à indústria do cinema.
Peterson começou a carreira dirigindo filmes e curtas para a televisão alemã nas décadas de 1960 e 1970.
O reconhecimento mundial veio em 1981, com o filme Das Boot (O Barco: Inferno no Mar), cuja trama acompanha a saga de uma tripulação alemã num submarino durante a Segunda Guerra Mundial. O cineasta foi indicado a um prêmio Bafta e o longa foi nomeado em seis categorias do Oscar, algo raro para um filme estrangeiro.
A partir de então, Petersen teve uma carreira consolidada e de sucesso em Hollywood, com filmes amplamente aclamadas pelo público, como A História sem Fim, de 1984, com a trama adaptada de um famoso livro alemão. O filme segue as aventuras do pequeno Bastian Balthazar Bux (Barrett Oliver) entre a realidade e um mundo de fantasia.
Contabilizando várias produções de filmes de ação, suspense e fantasia, o cineasta esteve por trás de títulos como Inimigo Meu (1985), Encurralados (1991), Na Linha de Fogo (1993), Epidemia (1995), Força Aérea Um (1997) e Poseidon (2006).
A filmagem em estúdio de filmes de ação era um dos pontos fortes de Petersen. George Clooney, Morgan Freeman, Clint Eastwood, Glenn Close, Harrison Ford, Renee Russo, Brad Pitt, Diane Lane e Dustin Hoffman são alguns dos nomes da longa lista de artistas famosos que foram dirigidos por Petersen.
O funeral será reservado para a família, por decisão de sua mulher, Maria Antoinette, com quem foi casado por mais de 50 anos, e seu filho, Daniel.
le (Lusa/Fim
Dez grandes cineastas alemães
A Alemanha conquistou um lugar próprio no cenário do cinema ocidental pós-guerra. Dos filmes de autor dos anos 1960 até a produção contemporânea, alguns nomes merecem ser especialmente lembrados.
Foto: Vanessa-Maas/bombero international
Rainer Werner Fassbinder
Considerado um dos mais importantes diretores alemães de todos os tempos, Rainer Werner Fassbinder (1945-1982) viveu apenas 37 anos, nos últimos 16 dos quais realizou 44 filmes. Maior "cronista" em imagens do país e tido como gênio, ele se tornou o mais conhecido cineasta da Alemanha no exterior. Um sem número de teses acadêmicas, livros e documentários confirma hoje a importância de sua obra.
Foto: Imago/United Archives
Wim Wenders
Um dos diretores alemães mais conhecidos fora do país, Wim Wenders realizou dezenas de filmes. Além dos lendários "Paris, Texas" e "Asas do desejo". de ficção, ele dirigiu também diversos documentários sobre música, arquitetura, dança e moda. "Pina", sobre a célebre coreógrafa alemã, realizado em 2011 em 3D, marcou o uso dessa tecnologia em filmes de arte.
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Ferrari/ANSA
Werner Herzog
Ao lado de Fassbinder e Wenders, Werner Herzog é o terceiro nome mais conhecido da geração do Novo Cinema Alemão. Autodidata, começou ainda muito jovem a realizar seus filmes, tendo se tornado conhecido através de seus trabalhos com o excêntrico ator Klaus Kinski, com quem realizou cinco filmes. "Fitzcarraldo", de 1982, teve a Amazônia brasileira e peruana como cenário.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Carstensen
Margarethe von Trotta
A berlinense que nasceu em 1942 começou carreira como atriz, indo aos poucos se afirmando como diretora e roteirista de cinema. Personagens femininas são uma marca de sua obra. Margarethe von Trotta já levou às telas as trajetórias de Hildegard von Bingen, Rosa Luxemburg e Hannah Arendt, entre outras.
Foto: picture-alliance/dpa
Volker Schlöndorff
Volker Schlöndorff viveu na França, onde foi assistente de Jean-Pierre Melville, Alain Resnais e Louis Malle. Em 1966, garantiria seu posto no grupo dos grandes nomes do Novo Cinema Alemão ao levar às telas "O jovem Törless", de Robert Musil. A partir daí, consagrou-se por suas adaptações literárias, entre elas "O tambor", de Günter Grass, pelo qual recebeu um Oscar em 1980.
Foto: picture-alliance/dpa
Alexander Kluge
Nascido em 1932, Alexander Kluge foi aluno de Theodor W. Adorno na Universidade de Frankfurt, na mesma época que o filósofo Jürgen Habermas, e fez suas primeiras experiências com cinema como assistente de Fritz Lang. Kluge foi um dos mentores do "Manifesto de Oberhausen", tornado-se posteriormente um dos principais pensadores do Novo Cinema Alemão.
Foto: picture-alliance/dpa/Dedert
Werner Schroeter
Devido à radicalidade de sua obra, Werner Schroeter (1945-2010) nunca conseguiu atingir a popularidade de outros de seus contemporâneos. O gênero lírico era presença constante na obra deste cineasta, que foi também diretor de teatro e ópera. Consta que Fassbinder teria certa vez dito que Schroeter era "o único gênio que a Alemanha mereceria, se não o tivesse desprezado".
Foto: picture-alliance/dpa
Harun Farocki
Cineasta, ensaísta, videoartista e teórico de mídia, Harun Farocki (1944-2014) realizadou de mais de 90 filmes e instalações de mídia e vídeo, em parceria com museus e galerias do mundo. Considerado um dos documentaristas mais importantes de sua geração, questionou em seus filmes-ensaios diversas vezes o próprio discurso da mídia e o uso da tecnologia.
Foto: picture-alliance/dpa
Doris Dörrie
A cineasta tornou-se internacionalmente conhecida em 1985 com a comédia de costumes "Homens". Ela assina a direção de mais de 30 filmes, encenações de ópera, romances e livros infantis. Alguns de seus filmes são adaptações para a tela de seus próprios romances. Uma das características da obra de Doris Dörrie é o humor constante.
Foto: picture-alliance/Geisler-Fotopress
Fatih Akin
O turco-alemão Fatih Akin é considerado um dos grandes nomes do cinema da Alemanha. Depois de "Em julho" e "Solino", alcançou reconhecimento internacional com "Contra a parede", que em 2004 recebeu o Urso de Outro no Festival de Berlim. O cinema de Akin talvez seja o mais multicultural produzido na Alemanha, transitando entre fronteiras tanto geográficas quanto culturais.