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Mortalidade infantil cai pela metade em 25 anos

9 de setembro de 2015

Apesar de queda no número de óbitos, meta da ONU de redução em dois terços não foi atingida. A cada dia, 16 mil crianças com menos de cinco anos de idade ainda morrem no mundo. No Brasil, redução foi de 73%.

Foto: picture-alliance/dpa/W. Grubitzsch

As chances de uma criança morrer antes de completar cinco anos de idade caíram em mais da metade desde 1990, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (09/09) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Banco Mundial e Nações Unidas.

As mortes nessa faixa etária passaram de 12,7 milhões por ano em 1990 para 5,9 milhões neste ano, uma redução de 53%. No entanto, a meta estabelecida pela ONU há 15 anos como parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU, de reduzir os óbitos de crianças com menos de cinco anos de idade em dois terços em relação a 1990, não foi atingida.

Apesar do declínio, 16 mil crianças com menos de cinco anos de idade ainda morrem a cada dia. Quase a metade dessas mortes ocorre durante as primeiras quatro semanas de vida, e, a cada ano, um milhão de bebês morre no primeiro dia de vida.

"Para reduzirmos ainda mais esses índices, precisamos nos concentrar na mortalidade neonatal", salienta Flavia Bustreo, vice-diretora-geral para Família, Mulher e Criança da OMS.

Bustero diz que são necessárias intervenções de profissionais de saúde para combater problemas como asfixia, e que também é preciso incentivar a amamentação e a vacinação.

Além disso, conforme o estudo, quase metade das mortes antes dos cinco anos de idade estão relacionadas à má nutrição. A situação é particularmente grave na África subsaariana, onde a probabilidade de crianças morrerem até os cinco anos de idade é 12 vezes maior do que nos países de maior poder econômico.

Brasil atinge meta

A ONU cita como bom exemplo os grandes progressos alcançados por 24 países em desenvolvimento, que cumpriram os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ao reduzirem em dois terços a taxa de mortalidade de menores de cinco anos.

No Brasil, a queda foi de 73% entre 1990 e 2015. "Apesar de o Brasil ter conseguido reduzir as desigualdades regionais em relação à mortalidade infantil nos últimos 25 anos, as disparidades ainda persistem no país", pondera o relatório.

O Unicef destaca que 48 milhões de vidas de crianças nessa faixa etária foram salvas desde que os governos se comprometeram a atingir os Objetivos do Milênio, em 2000.

"Temos que reconhecer o enorme progresso global, mas ainda há um número muito grande de crianças morrendo de causas evitáveis. Isso deveria nos levar a dobrar nossos esforços para fazermos o que sabemos que precisa ser feito", afirma Geeta Rao Gupta, vice-diretor-executivo do Unicef.

Neste mês, líderes mundiais irão se reunir em Nova York para adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Eles deverão orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional nos próximos quinze anos, substituindo os Objetivos do Milênio.

MP/rtr/ap/efe

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