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Criminalidade

Mortes em ações policiais aumentaram com intervenção no Rio

18 de janeiro de 2019

Entre março e dezembro de 2018, estado registrou mais de 1,2 mil homicídios por intervenção de agentes de segurança – um salto de 35%. Número de policiais mortos e roubos de carga, por outro lado, caiu no mesmo período.

Soldados militares fazem operação em favela no Rio de Janeiro
A intervenção federal na segurança pública do Rio vigorou entre meados de fevereiro e dezembro de 2018Foto: picture-alliance/dpa/AP/L. Correa

O número de homicídios por intervenção de agentes de segurança do Estado cresceu quase 35% durante o período da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Os dados são do Instituto de Segurança Pública (ISP) e foram divulgados nesta sexta-feira (18/01).

Entre março e dezembro de 2018 – período em que vigorou o decreto assinado pelo então presidente Michel Temer – foram registradas 1.273 mortes envolvendo agentes policiais em todo o estado. Esse índice foi de 944 no mesmo período de 2017, o que representa um aumento de 34,9%.

A intervenção federal na segurança pública do Rio teve início em 16 de fevereiro do ano passado, mas, como os dados são compilados mês a mês e para permitir a comparação com os mesmos meses do ano anterior, o ISP, órgão vinculado à Secretaria de Segurança do governo estadual, fez seus cálculos a partir de março.

Quando analisados os dados do ano inteiro, a alta é semelhante. Em todo o ano passado, houve 1.532 mortes em ações de agentes do Estado, ante as 1.127 ocorridas em 2017 – um aumento de quase 36%. O número de 2018 o é o mais alto já registrado pelo ISP desde que o instituto começou a compilar esse índice, em 1998.

Em dezembro, a organização de direitos humanos Human Rights Watch criticou a tendência de aumento. "Operações militares que deixam um rastro de morte nas comunidades carentes não melhoram a segurança pública. Pelo contrário, fazem com que os moradores das comunidades fiquem com medo da polícia e com muito mais receio de cooperarem com ela no combate ao crime."

Por outro lado, o número de policiais militares mortos em serviço diminuiu durante a intervenção federal. Entre março e dezembro do ano passado, foram registradas 21 mortes, uma redução de 19,2% em comparação com o mesmo período de 2017, com 26 casos.

Os homicídios dolosos, quando se tem a intenção de matar, também foram reduzidos no estado entre março e dezembro. O número de casos caiu de 4.364 nos últimos dez meses de 2017 para 4.027 no mesmo período de 2018 – um declive de 7,7%.

Outro índice que registrou queda foi o de roubo de cargas. Os 9.454 casos registrados entre março e dezembro de 2017 foram reduzidos em 21,1%, para 7.463 ocorrências no mesmo período de 2018.

O combate ao roubo de cargas foi tido como uma das prioridades da intervenção na segurança pública fluminense, depois de um alto índice em 2017 ter levado algumas empresas a cobrarem mais caro para fazer entregas no Rio. Motoristas chegaram, inclusive, a negar serviços no estado.

Nesta sexta-feira, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC) – que assumiu o cargo em janeiro, após o fim da intervenção –, reafirmou seus elogios ao resultado da ação do governo federal.

"Evidente que o estado do Rio de Janeiro estava em um colapso na segurança pública. A intervenção ajudou a avançar, e agora nós estamos ajudando mais, estamos demonstrando uma enorme quantidade de operações policiais que vem reduzindo o índice de criminalidade."

EK/ots

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