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Moscou e Damasco acusam Israel de atacar base síria

9 de abril de 2018

Bombardeio contra instalação militar na Síria deixa ao menos 14 mortos. EUA e França negam envolvimento, enquanto governos russo e sírio acusam forças israelenses.

Míssil disparado pelo Exército sírio no sábado em Ghouta OrientalFoto: picture-alliance/Photoshot

Um ataque com mísseis contra uma base aérea na Síria deixou 14 mortos, incluindo iranianos, segundo agências que monitoram a guerra. Estados Unidos e França negam autoria, enquanto Rússia e Damasco acusam Israel de executar o ataque.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede no Reino Unido, disse que não está claro quem é responsável pelo ataque desta segunda-feira (09/04) na base aérea T4 do governo sírio, localizada entre a terceira maior cidade síria, Homs, e a cidade ancestral Palmira, no oeste do país.

A maioria dos mortos era iranianos ou membros de grupos apoiados pelo Irã, disse Rami Abdurrahman, líder do Observatório, que monitora regularmente a guerra de sete anos na Síria. "Forças russas, iranianas e do movimento libanês Hisbolá", aliados do regime de Bashar al-Assad, estão estacionadas nesta base, de acordo com o observatório.

Além disso, a imprensa libanesa divulgou que moradores que vivem perto da fronteira com a Síria ouviram caças não identificados nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira.

EUA e França negam

Os Estados Unidos negaram ter bombardeado a base aérea, horas depois de um ataque químico realizado no sábado supostamente pelo Exército sírio na cidade de Duma, em Ghouta Oriental, que causou dezenas de mortos.

"Neste momento, o Departamento de Defesa não está realizando ataques aéreos na Síria", disse o Pentágono em comunicado. "No entanto, seguimos observando de perto a situação e apoiamos os esforços diplomáticos em curso para fazer com que os que usam armas químicas, na Síria e outros lugares, prestem contas."

Imagem do bombardeio de sábado, em Duma, em Ghouta Oriental, no qual supostamente foi utilizado gás venenoso Foto: picture-alliance/Xinhua/A. Safarjalani

O porta-voz das Forças Armadas francesas, o coronel Patrik Steiger, negou também a participação da França no ataque. "Não fomos nós", limitou-se a dizer à agência francesa de notícias AFP.

Os Estados Unidos e a França decidiram coordenar conjuntamente "ações e iniciativas" no quadro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que se reunirá nesta segunda-feira para condenar a falta de respeito "de forma contínua" da resolução sobre o uso de armas químicas pelas forças governamentais sírias.

No domingo, o presidente francês, Emmanuel Macron, conversou por telefone com seu homólogo americano, Donald Trump, que já havia alertado que haveria um "grande preço a pagar" pelo ataque de gás venenoso de sábado, em Douma.

Israel na mira

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta segunda-feira que as alegações de que o governo sírio tenha executado o ataque com gás venenoso no sábado são falsas e uma provocação. 

A Síria e a Rússia acusaram Israel de autoria do ataque. "Caças F-15 israelenses realizaram o ataque de mísseis contra a base militar T4 e dispararam vários mísseis a partir do território libanês", afirmou a agência síria de notícias Sana, que citou uma fonte militar.

Já a agência russa de notícias Tass, que citou o Ministério da Defesa da Rússia, publicou que caças israelenses executaram os ataques a partir do espaço aéreo do Líbano. Ainda segundo o Tass, a defesa aérea síria conseguiu destruir cinco mísseis guiados, enquanto três atingiram o aeródromo T4.

O Exército de Israel, que em ocasiões passadas atingiu alvos dentro da Síria, recusou-se a comentar se caças israelenses estavam envolvidos no ataque. Habitualmente, Israel nem confirma nem desmente os ataques que realiza contra a Síria. A exceção é quando se trata de bombardeios defensivos ou contra comboios que estima que transportem armas do país vizinho para o Líbano destinadas à milícia xiita Hisbolá, contra a qual manteve uma guerra em 2006.

PV/rtr/afp/dpa/ap/lusa/efe

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