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Moscou não pretende ajudar investidores russos no Chipre

1 de abril de 2013

Exceção: situação de empresas com participação acionária estatal será estudada caso a caso. Russos têm entre 5 e 10 bilhões de euros na ilha. Justiça cipriota investiga grandes retiradas antes do fechamento dos bancos.

Foto: Fotolia/A. Gvozdikov

Depois do anúncio de que grandes correntistas de bancos do Chipre vão perder até 60% do valor de seus depósitos, a Rússia garantiu que não pretende ajudar os investidores russos que tenham aplicações no paraíso fiscal. Segundo estimativas do Banco Central do Chipre, estas perfazem entre 5 bilhões e 10 bilhões de euros.

Para o vice-primeiro-ministro russo, Igor Shuvalov, a perda de dinheiro dos investidores russos é "uma pena, pois o governo russo não tomará nenhuma medida nesta situação", afirmou em entrevista transmitida pela televisão russa na noite deste domingo (31/03).

No entanto, haverá exceções: caso grandes empresas em que o Estado russo seja acionista tenham perdas dramáticas, a situação será analisada caso a caso. "Se há algum tipo de situação concreta, estaríamos dispostos a examiná-la publicamente, com transparência", frisou Shuvalov.

Antes do pacote de resgate bancário, o Chipre era atrativo para o capital estrangeiro por seus baixos impostos, pouco controle e juros altos. Grande parte do dinheiro era aplicado para obter juros favoráveis e outra parte visava subtrair as divisas do controle das autoridades fiscais russas, acrescentou Shuvalov.

Já em Nicósia, o governo cipriota anunciou nesta segunda-feira ter renegociado com seus investidores internacionais – a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) – mais tempo para sanear o orçamento público. Agora, o orçamento do país terá o prazo até 2017 para se tornar superavitário – antes o limite era até 2016. O país pretende cumprir o plano mediante aumento de impostos e corte de gastos públicos.

Contas de até 100 mil euros no Bank of Cyprus escapam da taxaçãoFoto: REUTERS

Justiça investiga vazamento de informações

A Justiça do Chipre vai analisar a partir desta terça-feira acusações de que políticos e empresários do país pagaram somente uma parte ou até mesmo nem pagaram empréstimos concedidos entre 2007 e 2012 pelo Bank of Cyprus e Laiki Bank.

A lista foi divulgada na semana passada pela mídia grega. Em entrevista para a televisão estatal RIK, o procurador-geral cipriota, Petros Klerides, confirmou a investigação, afirmando que ainda não há mais detalhes sobre os próximos passos a serem tomados.

Além disso, o parlamento cipriota encarregou uma comissão de juízes de analisar a suspeita de que, pouco antes de os bancos serem fechados por dias seguidos, muitos privilegiados conseguiram sacar grandes somas de suas contas bancárias. Meios de comunicação da Grécia também divulgaram que empresas cipriotas e europeias enviaram para o exterior cerca de 700 milhões de euros antes de os bancos fecharem.

Pacote de ajuda ao Chipre

Para receber os 10 bilhões de euros prometidos pelo Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional, o Chipre precisa garantir, de seu lado, uma soma de 5,8 bilhões de euros, e os investidores vão ser forçados a participar do pacote de ajuda.

Assim, o Chipre anunciou neste sábado que as contas do Bank of Cyprus com até 100 mil euros vão permanecer intocadas. Acima dessa marca, os correntistas vão receber 37,5% do capital excedente na forma de ações do instituto financeiro.

Além disso, será retido 22,5% dos valores acima de 100 mil euros e "colocado de lado", caso o banco precise de mais capital para o seu financiamento. O restante dos depósitos seguirá existindo no papel, mas só será disponibilizado aos correntistas quando o banco tiver a sua situação regularizada.

FC/ap/rtr/dpa/afp

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