Fiocruz inicia liberação de milhões de Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia no Rio de Janeiro. Objetivo é reduzir proliferação e eficácia da picada do mosquito, que também transmite zika e chikungunya.
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Pesquisadores iniciaram nesta terça-feira (29/08) uma nova fase de combate a dengue, zika e chikungunya no Rio de Janeiro, com o início da liberação de milhões de mosquitos Aedes aegypti e infectados com a bactéria Wolbachia.
A ação dura até o fim de 2018 e prevê a liberação dos mosquitos em áreas que abrigam 2,5 milhões de habitantes, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A meta dos pesquisadores é promover uma substituição gradual da população dos mosquitos por espécimes portadores da Wolbachia, que reduz a proliferação e a eficácia da picada do mosquito.
A fêmea transmite a bactéria aos filhotes, perpetuando a Wolbachia nas próximas gerações. O cruzamento natural garante a perpetuação dos mosquitos com a bactéria e não exige novas liberações depois que a população de mosquitos com a Wolbachia se estabelece.
A Fiocruz, apoiada pelo Ministério da Saúde no projeto, tem no momento capacidade para produzir 600 mil ovos do mosquito com a bactéria por semana. O número deve ser expandido inicialmente para 1,6 milhão e depois para 3 milhões de ovos semanais.
Impactos no longo prazo
Os impactos no Brasil virão com o tempo, segundo a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima. "O trabalho será acompanhado por profissionais, pesquisadores e epidemiologistas, e a nossa expectativa é que resultados importantes comecem a aparecer a partir de 2020 a 2021."
O pesquisador da Fiocruz Luciano Moreira, líder do programa, estima que dentro de três a cinco anos seja possível avaliar realmente a dimensão e o impacto que a ação iniciada nesta semana trará para a população e até que ponto houve benefícios.
O programa, intitulado "Eliminar a Dengue: Desafio Brasil", teve início em 2014 na região metropolitana do Rio de Janeiro e agora deve ser expandido em larga escala para outras áreas da cidade.
As primeiras liberações de mosquitos nesta nova fase irão beneficiar dez bairros da Ilha do Governador. Depois, toda a ilha será coberta, e o projeto se expandirá para as zonas Sul e Norte do Rio de Janeiro.
O programa no Brasil é parte do projeto mundial "Eliminate Dengue: Our Challenge", com sede na Universidade Monash, na Austrália. Além de Brasil e Austrália, também participam do projeto Colômbia, Índia, Indonésia, Sri Lanka, Vietnã, Fiji, Vanuatu e Kiribati.
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.