Possuir algo que outros não podem comprar? Luxo significa exclusividade, diz a ideia corrente. O Museu Victoria & Albert de Londres investiga em mostra como nossos desejos mudaram com o tempo.
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"Queremos iniciar um novo debate", explica Jana Scholze, curadora da exposição What is luxury? (O que é luxo?) no Museu Victoria & Albert em Londres.
O luxo está em todas as bocas. No entanto, o que imaginamos ser luxo é algo que está em constante mudança, já que as circunstâncias de vida se alteram rapidamente. Os organizadores da exposição querem deixar claro aos visitantes que luxo é mais do que automóveis caros, iates, mansões ou joias valiosas.
O que é luxo? Para responder essa pergunta, o visitante adentra os escuros espaços de exposição – nada deve distraí-lo de pensar com clareza. Os objetos intensamente iluminados são um apelo à visão: um chapéu, tecido de delicados fios de ouro, tão finos quanto o próprio cabelo. O artista italiano Giovanni Corvaja levou 12 anos para produzir as estruturas filigranas.
Na mostra também pode ser visto um colar feito de mil bolhas tricotadas a mão da artista britânica Nora Fok ou um vestido de alta costura cortado a laser, da holandesa Iris van Herpen. A mensagem é clara: aqui o luxo está tanto nos materiais caros quanto no know-how técnico e no tempo investido na produção.
Luxo: menos é mais
Tempo – para Jonathan Faiers, isso também é luxo. O cientista anseia, finalmente, ter tempo para si, não fazer nada, desligar a internet, sair da rotina diária. Ele compartilha essa ideia de luxo com outras pessoas, que estão constantemente conectadas graças à tecnologia digital. Há um ano, Jonathan Faiers iniciou na Universidade de Southhampton na costa sul da Inglaterra um grupo de pesquisa para investigar de forma crítica os conceitos de luxo.
Há muitos fatores, diz Faiers, que alteraram de forma significativa o conceito de luxo nos últimos dez anos. Apesar da recessão mundial, o consumo de bens de luxo vivencia um boom principalmente nos países emergentes. Mas: o que este consumo mundial de itens luxuosos diz realmente sobre o luxo, que está associado tradicionalmente com a ideia de exclusividade?
Um olhar sobre a história mostra que o conceito de luxo está em constante mudança. Da Antiguidade até quase o século 18, sua conotação era antes negativa, era considerado imoral, era reservado à aristocracia e às classes superiores. Somente com a industrialização, a classe média pôde ser dar ao luxo de algumas coisas. Um bom exemplo disso é a fita para presente. Ela nunca foi algo necessário para a sobrevivência – sendo assim, um pequeno luxo.
Água – um item de luxo
Água potável, comida suficiente e educação – coisas, que no mundo ocidental eram antes consideradas luxo, deslocaram-se geograficamente. Hoje em dia, principalmente em partes do mundo onde reinam guerras e pessoas sofrem de pobreza e inanição, tais bens são requisitados e valorizados.
Jonathan Faiers, no entanto, diz estar convencido que as pessoas nesses países não consideram a água um "luxo", mas uma necessidade para sobreviver.
Como lhes faltam um mínimo de padrão de vida, essas pessoas não podem saber o que é luxo. Pois tal conceito não implica uma necessidade, mas algo adicional, que pode ser dispensado. Esta é provavelmente a única definição constante de luxo.
Luxo no futuro
Qual é o futuro do luxo? Isso também é investigado por artistas na exposição no Museu Victoria & Albert. Os recursos minerais mínguam, o petróleo se torna mais escasso, os dados pessoais dos seres humanos ficam cada vez mais transparentes – a privacidade torna-se um item de luxo tanto quanto móveis de plástico, cuja produção necessita petróleo.
O conceito de luxo já está sobrecarregado, porque tudo é luxo, critica Jonathan Faiers. Mesmo assim, o pesquisador afirma que a ideia de luxo vai continuar se modificando, tal como a sociedade.
Os hotéis mais luxuosos da Alemanha
Eles já hospedaram grandes personalidades, como Goethe, Marlene Dietrich e Michael Jackson. Os "Grand Hotels" são parte importante do passado e do presente do país.
Foto: Hotel Adlon
Hotel Adlon, Berlim
O hotel Adlon é um dos mais conhecidos da Alemanha. Fica em frente ao Portão de Brandemburgo, símbolo de Berlim. O estabelecimento foi inaugurado em 1907 e destruído durante a Segunda Guerra Mundial. Noventa anos mais tarde, renasceu com todo o seu brilho. O hotel de luxo já hospedou personalidades como Marlene Dietrich e Michael Jackson.
O hotel Vier Jahreszeiten (Quatro Estações) é relativamente simples. Os visitantes aproveitam o luxo de outra maneira, por exemplo, em seu grande salão de lazer. São cerca de 100 metros quadrados, com saunas, banhos de vapor e academias de ginástica. O edifício ainda oferece uma bela vista panorâmica da cidade de Hamburgo.
Foto: Fairmont Hotel Vier Jahreszeiten
Hotel Elephant, Weimar
O hotel Elephant, na praça central de Weimar, foi fundado em 1696 como hospedaria. Ao longo dos séculos, foi transformado em filial dos correios e, mais tarde, em hotel de luxo. Personalidades como Johann Wolfgang von Goethe e Friedrich Schiller costumavam se hospedar aqui.
Foto: Hotel Elephant
Hotel Taschenbergpalais, Dresden
O hotel Taschenbergpalais, em Dresden, foi construído no século 18 para ser a residência de uma das amantes do príncipe Augusto, o Forte. Foi destruído durante a Segunda Guerra Mundial e reconstruído em 1995. O hotel é uma joia arquitetônica histórica com design moderno. O Taschenbergpalais fica ao lado do Zwinger de Dresden – famoso edifício barroco, assim como a igreja Frauenkirche.
Foto: Taschenbergpalais
Bayerischer Hof, Munique
Foi inaugurado em 1841, no centro de Munique, por ordem de Luís 1º da Baviera. O rei queria uma acomodação confortável para seus hóspedes. Hoje, o Bayerischer Hof é um hotel cinco estrelas, considerado um dos melhores do mundo. Conta com 340 quartos luxuosos, 65 dos quais são suítes, algumas em estilo original bávaro e outras com design moderno.
Foto: Bayerischer Hof
Grandhotel Petersberg, Bonn
O Grandhotel Petersberg, nos arredores de Bonn, desempenhou um papel importante na Alemanha pós-guerra. Representantes dos Aliados moraram lá logo após o segundo conflito mundial. Hoje, o local não é somente um hotel, mas também serve de acomodação para hóspedes do governo alemão, além de abrigar conferências nacionais e internacionais.
Foto: Grandhotel Petersberg
Breidenbacher Hof, Düsseldorf
O hotel Breidenbacher Hof, em Düsseldorf, é um lugar tradicional, localizado na avenida Königsallee, uma das mais famosas da cidade. Lá já se hospedaram personalidades da nobreza, como o czar russo Alexandre 2º. O hotel também abriga escritórios e uma rua comercial, com butiques de luxo. No Cigar Lounge, é possível escolher entre 125 tipos de charutos.
Foto: Breidenbacher Hof
Castelo de Bensberg, Bergisch Gladbach
O ambiente do hotel do Schloss Bensberg (Castelo de Bensberg), em Bergisch Gladbach, perto de Colônia, é rico em história. Seus afrescos barrocos e esculturas transportam o visitante ao passado. E o hotel é um paraíso para os amantes da boa gastronomia. Seu restaurante, Vendôme, recebeu três estrelas do Guia Michelin.
Foto: Schloss Bensberg
Hotel Colombi, Freiburg
O hotel Colombi fica nos limites da cidade de Freiburg, no sul da Alemanha. O nome é uma referência à família nobre Colombi, que mandou construir um palácio em frente ao hotel.
Foto: Hotel Colombi
Brenners Park-Hotel, Baden-Baden
"A arte de viver em harmonia com a natureza": esse é o lema do Brenners Park Hotel, em Baden Baden, no sul da Alemanha. O hotel é um pequeno oásis no meio de um grande parque. Na área de banhos e massagem, os hóspedes podem relaxar e descansar. Inicialmente um balneário, o local foi transformado num "Grand Hotel" em 1885.