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Exposição

(ca)8 de setembro de 2008

Museu da Guerra de Londres reúne, pela primeira vez, diferentes respostas que artistas deram à perseguição de judeus na Europa. A exposição traz obras de pintores ingleses da época e de sobreviventes do Holocausto.

Edith Birkin, 'Um campo de gêmeos', Ausschwitz 1982Foto: IWM/Edith Birkin

Após a libertação do campo de Bergen-Belsen, em abril de 1945, artistas britânicos puderam conhecer de perto a dura realidade dos campos de concentração nazistas. A exposição Unspeakable: The Artist as Witness to the Holocaust (Indizível: o artista como testemunha do Holocausto), no Museu da Guerra de Londres, traz agora a repercussão das atrocidades do Holocausto traduzida em obras de arte.

As pinturas de artistas britânicos da época são mostradas ao lado de trabalhos de arte produzidos por sobreviventes do Holocausto que, após a Segunda Guerra, passaram a viver no Reino Unido, bem como de trabalhos de artistas contemporâneos.

As notícias da perseguição de judeus chegaram ao Reino Unido já no começo dos anos de 1940. O obscuro quadro de grande proporção do pintor britânico Morris Kestleman Lama Sabachtani (Por que você me abandonou?) marca o início e dá o tom da exposição Unspeakable, que poderá ser visitada até 31 de agosto de 2009 no museu londrino.

Perda, desespero e separação

Roman Halter, 'Transporte', 1974-77Foto: IWM/Roman Halter

Perante os acontecimentos que estavam a acontecer, o retrato de mulheres chorando seus mortos, pintado por Kestleman em 1943, tem um caráter religioso e profético. Além de artistas da época, a exposição também traz desenhos e pinturas de sobreviventes do Holocausto, como Alicia Melamed Adams, Roman Halter e Edith Birkin, que se fixaram no Reino Unido após a guerra. Através de suas vivências e memórias, eles captaram o legado de perda, desespero e separação.

A exposição também inclui trabalhos de artistas contemporâneos retratando como estes reagiram a locações do Holocausto. Entre os artistas que não participaram dos cruéis eventos, mas que estão presentes na mostram, estão Darren Almond e Paul Ryan.

Segundo a curadora da exposição, Ulrike Samlley, a exposição mostra a resposta artística de seis décadas à perseguição de judeus pelos nazistas. Alicia Melamed Adams, cujos pais foram fuzilados em 1943, afirmou que "pintar me deu o único consolo, ajudou-me a sarar feridas".

Edith Birkin, que viveu no gueto Litzmannstadt na Polônia, explicou: "Eu queria mostrar como as pessoas se sentiam num corpo cansado, esquálido e de aparência esdrúxula que foi separado de sua família para sempre."

Museu Imperial da Guerra

Bill, 'Prisioneiros judeus no trabalho', 1944Foto: IWM/Bill

O Museu da Guerra de Londres faz parte do Museu Imperial da Guerra, que possui uma das maiores coleções de arte britânica do século 20. A coleção foi estabelecida durante a Primeira Guerra Mundial, tornando-se um precioso acervo para pesquisa da arte britânica das duas guerras. O museu se entende como museu das experiências de pessoas que vivenciaram, lutaram e morreram em conflitos envolvendo o Reino Unido e a Comunidade Britânica.

O acervo do braço londrino do Museu Imperial da Guerra se estende de tanques e aviões a fotografias e cartas pessoais. Ele também abriga filmes, material sonoro e coleção de pinturas.

A exposição Indizível: o artista como testemunha do Holocausto tornou-se possível devido a doações do Art Fund, maior fundo independente de caridade artística do Reino Unido.

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