Polonês foi baleado horas antes do atentado em Berlim
27 de dezembro de 2016
Inicialmente supunha-se que Lukasz Urban teria lutado com autor do atentado momentos antes do ataque ao mercado de Natal. Autópsia indica, porém, que ele não tinha mais condições de interferir nos acontecimentos.
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A autópsia do corpo do motorista polonês, Lukasz Urban, de 37 anos, que foi encontrado morto dentro do caminhão usado no atentado em Berlim, revelou que ele levou um tiro na cabeça horas antes do ataque ao mercado de Natal, segundo publicou nesta terça-feira (27/12) o jornal alemão Bild.
Urban foi encontrado baleado e com marcas de esfaqueamento na cabine de seu caminhão, alimentando suposições de que ele teria lutado com o autor do ataque para tentar recuperar o volante no momento em que o veículo avançou sobre a feira natalina.
Segundo a autópsia, Urban aparentemente não teve mais capacidade de interferir nos acontecimentos. Ele foi baleado na cabeça entre 16h30 e 17h30 (horário local), pouco mais de 3 horas antes do ataque, que ocorreu pouco depois das 20h. Segundo o jornal, é possível que o polonês ainda estivesse vivo no momento do atentado, embora inconsciente.
As marcas deixadas no volante – o que levou à hipótese de luta dentro da cabine –, provavelmente surgiram, conforme o relatório, devido ao impacto no momento da batida.
Nos últimos dias, mais de 37 mil pessoas participaram de um abaixo-assinado pedindo a Bundesverdientskreuz, a ordem de mérito da Alemanha, ao caminhoneiro polonês. Segundo a petição, ele seria um herói, que teria lutado contra o motorista no momento do ataque, evitando que a tragédia fosse maior.
O atentado ao mercado de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, deixou 12 mortos e 48 feridos na última segunda-feira. O suspeito de ser o autor do ataque, o tunisiano Anis Amri, foi morto pela polícia italiana na cidade de Sesto San Giovanni, nos arredores de Milão, na sexta-feira. Imagens de câmeras de segurança mostraram que ele passou pela França antes de seguir para a Itália.
CN/epd/dpa/lusa
O que se sabe sobre a tragédia em Berlim
Reunimos os principais fatos sobre o ataque com um caminhão à feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O local
Por volta das 20h (hora local) de segunda-feira (19/12), um caminhão avançou contra uma feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim. A praça diante da Igreja Memorial do Imperador Guilherme é um destino turístico conhecido. Próximos dali ficam a Estação Zoo e a famosa avenida Kurfürstendamm.
Foto: Google Earth
O que ocorreu
O caminhão invadiu a calçada e avançou cerca de 80 metros sobre a feira de Natal, atropelando pessoas e destruindo barracas. As autoridades dizem não haver dúvidas de que se trata de um atentado e partem do princípio de que seja um ato terrorista.
Foto: Reuters/F. Bensch
As vítimas
Ao menos 12 pessoas morreram e outras 56 ficaram feridas, 30 das quais em estado grave. Oito dos mortos foram identificados como alemães, um homem é polonês, uma mulher é israelense, uma segunda é italiana e um outra é da República Tcheca.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
A vítima polonesa
A primeira vítima do atentado foi o polonês Lukasz U., de 37 anos, motorista do caminhão sequestrado pelo autor do ataque. Segundo investigadores, o polonês foi esfaqueado diversas vezes, sugerindo que teria tentado reassumir o volante do veículo. Após a autópsia, contudo, constatou-se que Lukasz fora fuzilado horas antes do ataque. A polícia encontrou o corpo do polonês na cabine do veículo.
Foto: picture alliance/AP Photo/Str
As investigações
As investigações foram encaminhadas à Procuradoria Federal, responsável por casos de terrorismo. Os motivos do atentado ainda são desconhecidos, mas ele é investigado como sendo um atentado terrorista. Investigadores falam que várias pessoas podem estar envolvidas. Uma operação de busca foi realizada pela polícia num abrigo de refugiados de Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O primeiro suspeito
O refugiado paquistanês detido por suposto envolvimento no ataque foi solto pelas autoridades. A Procuradoria Federal comunicou que não foi expedido nenhum mandado de prisão contra o jovem de 23 anos, que entrou no país como refugiado em 31 de dezembro de 2015. As investigações não conseguiram provar que ele esteve na cabine do caminhão. Não havia, por exemplo, manchas de sangue na roupa dele.
Foto: Reuters/H. Hanschke
O segundo suspeito
Anis Amri, um tunisiano de 24 anos, é o principal suspeito. Ele foi morto por policiais italianos quatro dias depois do ataque. Amri chegou à Alemanha em 2015 e teve pedido de refúgio negado em junho de 2016. Como não pôde ser deportado por questão burocrática, passou a ser "tolerado". Ele circulava entre Berlim e o estado da Renânia do Norte-Vestfália. Um documento dele foi encontrado na cabine.
Foto: picture-alliance/dpa/Bundeskriminalamt
Os responsáveis
O tunisiano Anis Amri, de 24 anos, é o suspeito de ser o condutor do caminhão. Ele foi morto por policiais italianos na madrugada desta sexta-feira. Um documento dele, de "refugiado tolerado" na Alemanha, foi encontrado na cabine do caminhão. O "Estado Islâmico" assumiu a autoria do ataque.