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Movimentos sociais ocupam sede da Bolsa em ato contra fome

23 de setembro de 2021

Liderados pelo MTST, manifestantes protestam contra inflação e desemprego e responsabilizam governo Bolsonaro pela crise. Prédio da Bolsa de Valores em São Paulo foi escolhido por ser "símbolo da desigualdade social".

Manifestantes protestam na sede da Bolsa de Valores em São Paulo
"Enquanto as empresas lucram, o povo passa fome", afirmam ativistasFoto: Amanda Perobelli/REUTERS

Membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e de outros movimentos sociais ocuparam nesta quinta-feira (23/09) a sede da Bolsa de Valores brasileira, a B3, no centro de São Paulo, em um protesto contra o desemprego, a inflação e a fome.

O local da manifestação foi escolhido por ser "o maior símbolo da desigualdade social" no país, afirmou o MTST nas redes sociais. "Enquanto as empresas lucram, o povo passa fome, e o trabalho é cada vez mais precário. Quem segura o Bolsonaro lá são os donos do mercado."

As ações das grandes empresas estavam em alta até meados do ano. Em junho, mesmo em meio à crise causada pela pandemia de covid-19, a B3 bateu recordes e chegou a acumular oito altas seguidas, na maior série de ganhos em três anos. Enquanto isso, milhões de brasileiros de classes mais pobres sofrem com a fome e o desemprego.

Após ter deixado o mapa da fome da ONU em 2014, o país tem convivido com um cenário de crescente insegurança alimentar. A fome atingiu 19 milhões de brasileiros na pandemia em 2020, e mais da metade dos domicílios no país enfrentou algum grau de insegurança alimentar, segundo um estudo nacional realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).

Cartazes destacam desigualdade social e responsabilizam Bolsonaro pela criseFoto: Amanda Perobelli/REUTERS

Segundo o MTST, o ato desta quinta-feira foi pacífico e simbólico, visando chamar atenção para o problema agudo da desigualdade no país, agravado pelas políticas do governo do presidente Jair Bolsonaro, afirmam os manifestantes.

"Estamos aqui para denunciar o que acontece no país e a política por trás disso. Em um ano, o número de milionários dobrou, enquanto aumentou a miséria. Não é possível que 99% da população empobreça para que 1% enriqueça", disse Debora Pereira, liderança do MTST, ao portal de notícias G1. "Este é um grito que estava engasgado na garganta de quem vai no supermercado."

Os manifestantes, que chegaram a ocupar o térreo do prédio da B3, erguiam cartazes com dizeres como"Fora, Bolsonaro", "Tem gente ficando rica com a nossa fome" e "Sua ação financia nossa miséria". "Tá tudo caro, e a culpa é do Bolsonaro" era o mote do protesto.

Fotos e vídeos publicados em redes sociais ainda mostram alguns ativistas carregando ossos bovinos: "Até osso, que era dado em açougue, agora é vendido", justificou Pereira ao G1.

Segundo informações da B3 à imprensa brasileira, o protesto foi pacífico.

ek (ots)

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