MP alemão acusa político da AfD por uso de slogan nazista
6 de junho de 2023
Promotores afirmam que Björn Höcke teria dito intencionalmente em comício frase de paramilitares nazistas da SA. Símbolos nazistas são proibidos na Alemanha.
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O líder do partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) na Turíngia, Björn Höcke, foi acusado formalmente nesta segunda-feira (05/06) pela Promotoria de Halle, no leste alemão, por uso de vocabulário nazista.
Höcke é a principal figura da ala mais extrema da AfDe, embora seja apenas líder da legenda na Turíngia, é considerado umas das pessoas mais influentes do partido. Ele é acusado de usar intencionalmente um slogan nazista durante um evento de campanha em maio de 2021.
O que Höcke disse?
Assim como outros políticos do AfD, Höcke costuma fazer declarações altamente provocativas, muitas evocando imagens do passado nazista da Alemanha, bem como outras que procuram minimizar crimes históricos cometidos por fascistas alemães. Em uma ocasião, Höcke chegou a dizer que o Monumento às Vítimas do Holocausto era uma vergonha para a Alemanha
Os promotores observaram que, apesar de estarem confiantes de que têm provas suficientes para uma condenação, todo réu é presumido inocente até que se prove o contrário.
Em novembro de 2021, o parlamento estadual da Turíngia revogou o direito de Höcke à imunidade, abrindo caminho para acusações contra ele em abril. Em 2020, ele já perdido a imunidade após ser alvo de uma queixa criminal por incitação.
Monitorado pelo serviço de inteligência
A atual acusação contra Höcke foi apresentada pelo líder do partido Verde na Saxônia-Anhalt, Sebastian Riegel.
Höcke já foi líder de uma ala da AfD que foi formalmente dissolvida depois que foi de ter sido considerada extremista de direita pelo Departamento de Proteção à Constituição da Alemanha (BfV), a agência de inteligência interna do país. Aseção estadual do AfD da Turíngia também foi classificada como uma organização extremista de direita pelo BfV.
O próprio Höcke é monitorado pelo serviço inteligência interno do país desde 2020. Ele defende a remoção do código penal alemão de artigos que criminalizam a incitação ao ódio racial e a negação do Holocausto. Ele também é figura frequente em atos de grupos de extrema direita na Alemanha.
ip/cn (AFP, dpa)
Os principais partidos alemães
São eles: Partido Social-Democrata (SPD), União Democrata Cristã (CDU), União Social Cristã (CSU), Partido Liberal Democrático (FDP), Alternativa para a Alemanha (AfD), Verdes, Esquerda e Aliança Sahra Wagenknecht (BSW)
Foto: picture-alliance/dpa
União Democrata Cristã (CDU)
Fundada em 1945, a CDU se considera "popular de centro". Seus governos predominaram na política alemã do pós-guerra. O partido soma em sua história cinco chanceleres federais, entre eles Helmut Kohl, que governou por 16 anos e conduziu o país à reunificação em 1990, e Angela Merkel, a primeira mulher a assumir o cargo, em 2005.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Dedert
Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD)
Integrante da Internacional Socialista, o SPD é uma reconstituição da legenda homônima fundada em 1869 e identificada com as classes trabalhadoras. Na Primeira Guerra, ele se dividiu em dois partidos, ambos proibidos em 1933 pelo regime nazista. Recriado após a Segunda Guerra, o SPD já elegeu quatro chanceleres federais: Willy Brandt, Helmut Schmidt, Gerhard Schröder e Olaf Scholz.
Foto: Thomas Banneyer/dpa/picture alliance
União Social Cristã (CSU)
Igualmente fundada em 1945, a CSU só existe na Baviera, onde a CDU não conta com diretório local. Os dois partidos são considerados irmãos. A CSU tem como objetivo um Estado democrático e com responsabilidade social, fundamentado na visão cristã do mundo e da humanidade. Desde 1949, forma no Bundestag uma bancada única com a CDU.
Foto: Peter Kneffel/dpa/picture alliance
Aliança 90 / Os Verdes (Partido Verde)
O partido Os Verdes surgiu em 1980, após três anos participando de eleições como chapa avulsa, defendendo questões ambientais e a paz. Em 1983, conseguiu formar uma bancada no Bundestag. Oito anos depois, o movimento Aliança 90 se fundiu com ele. Em 1998 participou com o SPD pela primeira vez do governo federal.
Foto: Christophe Gateau/dpa/picture alliance
Partido Liberal Democrático (FDP)
O Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em alemão) foi criado em 1948, inspirado na tradição do liberalismo e valorizando a "filosofia da liberdade e o movimento pelos direitos individuais". O partido é tradicionalmente um membro minoritário de coalizões de governo federais
Foto: Hannes P Albert/dpa/picture alliance
A Esquerda (Die Linke)
Die Linke (A Esquerda, em alemão) surgiu da fusão, em 2007, de duas agremiações esquerdistas: o Partido do Socialismo Democrático (PDS), sucessor do Partido Socialista Unitário (SED) da extinta Alemanha Oriental, e o Alternativa Eleitoral por Trabalho e Justiça Social (WASG, criado em 2005, aglutinando dissidentes do SPD e sindicalistas).
Foto: DW/I. Sheiko
Alternativa para a Alemanha (AfD)
Fundada em 2013, inicialmente como uma sigla eurocética de tendência liberal, a AfD rapidamente passou a pender para a ultradireita, especialmente após a crise dos refugiados de 2015-2016. Com posições radicalmente anti-imigração, membros que se destacam por falas incendiárias, a legenda tem vários diretórios classificados oficialmente como "extremistas" pelas autoridades
Foto: Martin Schutt/dpa/picture alliance
Aliança Sahra Wagenknecht (BSW)
A Aliança Sahra Wagenknecht (BSW) é um partido fundado em janeiro de 2024 pela mulher que lhe dá o nome, uma ex-parlamentar do partido Die Linke (A Esquerda) que defende uma mistura de política econômica de esquerda e retórica social de direita. Nas suas primeiras eleições, o partido tomou boa parte do espaço que era ocupada pela Esquerda.
Foto: Anja Koch/DW
Os pequenos
Há numerosos partidos menores na Alemanha, como Os Republicanos (REP) e o Heimat (Pátria), ambos de extrema direita, ou o Partido Marxista-Leninista (MLPD), de extrema esquerda. Outros defendem causas específicas, como o Partido dos Aposentados, o das mulheres, dos não eleitores, ou de proteção dos animais. E mesmo o Violetas, que reivindica uma política espiritualista.