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MPF denuncia Mantega e Palocci

11 de agosto de 2018

Ex-ministros são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. Eles teriam recebido propina da Odebrecht em troca de medidas provisórias que beneficiaram a empreiteira.

Guido Mantega
Guido Mantega foi ministro da Fazendo entre 2006 e 2014Foto: Getty Images/AFP/E. Sa

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta sexta-feira (10/08) os ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. Os dois teriam editado medidas provisórias para beneficiar a construtora Odebrecht.

Segundo a denúncia, Marcelo Odebrecht teria oferecido 50 milhões de reais aos ex-ministros em trocas das medidas provisórias 470 e 472, criadas em 2009, que permitiam o pagamento parcelado de dívidas referente a tributos federais, além da redução da multa e compensação com prejuízos fiscais.

As medidas foram aprovadas e beneficiaram empresas do grupo Odebrecht, como a Braskem. Os procuradores basearam a denúncia em provas fornecidas pela empreiteira.

Palocci está preso desde 2016Foto: Reuters/U. Marcelino

De acordo com os procurados, o valor teria sido pago pela Odebrecht numa conta mantida pelo setor de propinas da empreiteira, comandado por Fernando Migliaccio e Hilberto Silva. Uma parcela do montante foi entregue aos publicitários Mônica Moura, João Santana e André Santana e teria sido usada na campanha eleitoral de 2014.

O MPF denunciou ainda por corrupção e lavagem de dinheiro Marcelo Odebrecht, seu cunhado Maurício Ferro, Bernardo Grandin, Fernando Migliaccio, Hilberto Silva e Newton de Souza, da Odebrecht, além dos publicitários Mônica Moura, João Santana e André Santana.

Mantega foi ministro da Fazendo entre 2006 e 2014, nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Palocci foi um político de confiança dos governos petistas. Foi ministro da Fazenda entre 2003 e 2006, na gestão Lula, e ministro-chefe da Casa Civil durante seis meses em 2011, no governo Dilma. Em setembro do ano passado, dias após fazer acusações contra o ex-presidente e sob ameaça de ser expulso do PT, ele pediu sua desfiliação do partido. Ele está preso em Curitiba desde 2016.

CN/ots

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