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MPF diz que recibos apresentados por Lula são falsos

6 de outubro de 2017

Força-tarefa da Lava Jato pede ao juiz Sérgio Moro perícia para apurar circunstâncias da emissão dos documentos, que se referem ao aluguel de apartamento em São Bernardo do Campo.

Brasilien Luiz Inacio Lula da Silva
Foto: Reuters/P. Whitaker

A força-tarefa da Lava Jato no Paraná afirmou ao juiz Sérgio Moro que, "sem margem à dúvida", uma série de recibos apresentados pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são "ideologicamente falsos".

Os procuradores pediram autorização ao juiz para realizar uma perícia para apurar as circunstâncias da confecção dos recibos.

"Sem margem à dúvida que os recibos juntados pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva são ideologicamente falsos, visto que é simulada a relação locatícia representada pelo engendrado contrato de locação", disseram os procuradores em manifestação a Moro.

Os 26 recibos se referem ao pagamento de aluguel de um apartamento em São Bernardo do Campo, no mesmo prédio em que o presidente possui um imóvel. O período dos documentos abrange fevereiro de 2011 a novembro de 2015.

O Ministério Público Federal acusa o presidente de nunca ter efetivamente pago o aluguel neste período e que os custos do imóvel, usado como extensão da casa do ex-presidente, foram bancados de forma simulada pela empreiteira Odebrecht como forma de propina. O apartamento estava no nome do engenheiro Glaucos da Costamarques, apontando como laranja de Lula e da Odebrecht.

O caso do apartamento e de mais um terreno que também teria sido passado pela Odebrecht de forma dissimulada ao Instituto Lula renderam ao ex-presidente uma ação penal em Curitiba por suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A expectativa é que Moro decida sobre o caso nas próximas semanas, o que pode resultar numa segunda condenação de Lula.

Segundo o MPF, não houve movimentação financeira por parte de Lula que comprovasse que o pagamento dos aluguéis foi real. Os recibos foram entregues em setembro pela defesa do ex-presidente. À época, a imprensa destacou que dois deles apresentavam datas inexistentes no calendário (31 de junho e 31 de novembro).

Costamarques disse em depoimento a Moro que nunca recebeu qualquer valor no período indicado nos recibos e que não foi o responsável pela emissão deles. Segundo ele, os documentos foram fornecidos por um contador indicado por Roberto Teixeira, amigo de Lula, que pediu para que o engenheiro assinasse todos os documentos de uma vez, em dezembro de 2015.

A perícia dos documentos vai ficar a cargo da Polícia Federal.

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula no processo penal, afirmou que "o questionamento do MPF é uma tática ilusionista de quem não conseguiu provar que valores provenientes de contratos da Petrobras beneficiaram o ex-presidente Lula". Segundo Zanin, a realização de perícia nos recibos "irá demonstrar que eles são idôneos e que foram assinados pelo proprietário do imóvel".

JPS/ots

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