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MPF pede arquivamento de inquérito contra Adélio Bispo

4 de junho de 2020

Com base em investigação da PF, Ministério Público Federal conclui que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho no ataque contra o então candidato à presidência. Ele já havia sido absolvido em outro processo do caso.

Bolsonaro foi alvo de um ataque com faca em 6 de setembro, quando participava de um ato de campanha em Juiz de Fora
Bolsonaro foi alvo de um ataque com faca em 6 de setembro, quando participava de um ato de campanha em Juiz de ForaFoto: Getty Images/AFP/R. Leite

O Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais concluiu que Adélio Bispo de Oliveira, o homem que esfaqueou o então candidato à presidência Jair Bolsonaro, agiu sozinho e pediu nesta quinta-feira (04/06) o arquivamento provisório do segundo inquérito que apura o caso.

O MPF baseou a decisão no material que recebeu da Polícia Federal (PF) e afirmou que Adélio concebeu, planejou e executou o ataque sozinho. Os procuradores destacam que o acusado já estava em Juiz de Fora quando o ato da campanha de Bolsonaro foi organizado. Desta maneira, ele não se descolou para a cidade para cometer o crime.

Dados do celular e do computador de Adélio também não mostraram trocas de mensagem ou telefonemas com supostos interessados no crime. O inquérito revelou ainda que tanto o autor do crime quanto seus familiares não apresentaram movimentação financeira incompatível com seus trabalhos e padrões de vida. Não há depósitos atípicos, suspeitos ou de origem desconhecida nas contas dos investigados.

O pedido de arquivamento provisório ocorre por haver uma diligência pendente – referente à análise de material aprendido no escritório de um ex-advogado de Adélio, que visa esclarecimento sobre o pagamento de honorários para a defesa do agressor – para a conclusão do inquérito. O processo está no Supremo Tribunal Federal (STF), que precisa decidir sobre a legalidade da apreensão deste material. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) argumenta que essa perícia é ilegal.

A conclusão do MPF é a mesma do primeiro inquérito do caso, que foi finalizado em setembro de 2018. Na época, a PF afirmou que Adélio agiu sozinho ao esfaquear Bolsonaro. Ele foi indiciado por prática de atentado pessoal por inconformismo político, com base na Lei de Segurança Nacional. A Polícia Federal abriu a segunda investigação para assegurar que não houve participação de terceiros no crime.

Em julho de 2017, a Justiça Federal em Juiz de Fora absolveu Adélio. O agressor foi considerado inimputável, e o juiz do caso determinou sua internação por tempo indeterminado. Sem recursos, a sentença transitou em julgado e o processo foi encerrado. Adélio não pode mais ser condenado pelo crime.

Bolsonaro foi alvo de um ataque com faca em 6 de setembro, quando participava de um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Desde o episódio da facada, o presidente vem afirmando acreditar que Adélio fazia parte de uma conspiração, contestando as conclusões da Polícia Federal de que o agressor agiu sozinho. Bolsonaro, porém, não recorreu da sentença que absolveu Adélio.

À época da divulgação da decisão, Bolsonaro reagiu com indignação, disse que pretendia recorrer e iria até "as últimas consequências" para rever a sentença, algo que não chegou a fazer.

CN/ots

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