1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Situação no Egito

10 de fevereiro de 2011

Em pronunciamento transmitido pela televisão, o presidente egípcio Hosni Mubarak afirmou que não pretende deixar o país nem renunciar ao cargo. Manifestantes, frustrados, permanecem na praça Tahrir.

Em discurso à nação pela TV, Mubarak diz que não renunciaFoto: picture alliance/dpa

Os rumores de que Hosni Mubarak finalmente cederia à pressão popular e deixaria o cargo chegaram ao conhecimento público no final da tarde desta quinta-feira (10/02), mas acabaram em frustração.

Na praça Tahrir, mais de um milhão de egípcios aguardavam o anúncio oficial em clima de festa, quando o presidente disse, em pronunciamento transmitido durante 18 minutos pela televisão, que não pretende renunciar.

Mubarak afirmou, contudo, que irá transferir algumas competências do cargo ao vice-presidente, Omar Suleiman. Além disso, ele afirmou que não pretende deixar o país. A recusa do presidente em renunciar deixou decepcionados os manifestantes reunidos na praça Tahrir. No local, ouvia-se palavras de ordem como "abaixo Mubarak", "nós vamos mandá-lo embora" ou "desapareça, suma".

Manifestante pede saída de governanteFoto: dapd

O presidente, por sua vez, insiste que o Egito esteja a caminho de uma "transferência pacífica de poder", que deverá se dar no pleito regular agendado para setembro próximo. Sua renúncia a uma candidatura nas próximas eleições já havia sido anunciada por ele anteriormente.

Mubarak salientou ainda que não pretende ouvir lições de outros países sobre a conduta a seguir neste momento, rejeitando assim claramente qualquer interferência do exterior na política egípcia.

"Medidas de proteção"

Durante a tarde desta quinta-feira, a televisão egípcia havia interrompido a programação para mostrar imagens de um encontro que reuniu oficiais militares. Um comunicado do Conselho Supremo das Forças Armadas dizia que, "em apoio às demandas legítimas da população, o Exército continuará examinando as medidas a serem tomadas para proteger a nação."

Após a expectativa de uma renúncia ter provocado euforia dos manifestantes que ocupam as ruas do Egito desde 25 de janeiro último, a televisão estatal já havia divulgado uma nota do ministro de Comunicação, no decorrer do dia, que negava a saída de Mubarak.

Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama comentou a situação durante um discurso oficial. "Estamos acompanhando os eventos de hoje no Egito bem de perto. Teremos mais a dizer com o desenrolar dos fatos".

Para Obama, é "absolutamente claro que estamos testemunhando um acontecimento histórico. Este é um momento de transformação, que está acontecendo porque a população no Egito está pedindo uma mudança".

SV/NP/dpa/afp/ap/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheeer

Pular a seção Mais sobre este assunto