Estudo sugere que combater nove fatores de risco pode retardar ou até evitar casos de demência. Recomendações para aumentar resiliência do cérebro abrangem desde a infância até a terceira idade.
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Não há maneiras comprovadas de evitar a doença de Alzheimer, o tipo de demência mais comum, mas um estudo publicado nesta quinta-feira (20/07) aponta que combater riscos-chave desde a infância possa retardar ou até mesmo evitar cerca de um terço dos casos de demência em todo o mundo.
Segundo o estudo, publicado na revista científica britânica Lancet, fatores de estilo de vida, como sedentarismo e falta de interação social, podem tornar o cérebro mais vulnerável a problemas de memória e de raciocínio à medida que envelhecemos.
Um painel designado pela revista Lancet criou um modelo de risco de demência ao longo da vida que estima que cerca de 35% de todos os casos sejam atribuíveis a nove fatores de risco – que as pessoas potencialmente poderiam mudar.
As recomendações são: garantir uma boa educação na infância; evitar hipertensão, obesidade e tabagismo; gerenciar diabetes, depressão e perda auditiva relacionada à idade; ser fisicamente ativo; permanecer socialmente engajado na velhice.
A teoria é que esses fatores juntos influenciam a resiliência do cérebro para suportar anos de dano silencioso, que eventualmente resulta na doença de Alzheimer.
Os autores do estudoreconhecem que se trata de uma estimativa teórica, com base em estatística. Um relatório recente dos EUA foi muito mais cauteloso, afirmando que existem sugestões encorajadoras de que algumas mudanças de estilo de vida podem reforçar a saúde cerebral, mas que há pouca ou nenhuma prova.
Ainda assim, nunca é tarde para tentar, segundo o autor principal do artigo publicado na Lancet, Gill Livingston, professora de psiquiatria na University College de Londres. "Embora a demência seja diagnosticada na vida adulta, as alterações cerebrais geralmente começam a se desenvolver anos antes", observou.
Testes e evidências
No início do próximo ano, um estudo de 20 milhões de dólares começará a testar rigorosamente se algumas simples atividades diárias realmente ajudam os idosos a se manterem aguçados. Enquanto isso, especialistas em Alzheimer defendem que há de fato algumas vantagens em certas recomendações de senso comum.
"O aumento da saúde do corpo ajuda a aumentar a saúde do cérebro", disse a neurocientista Laura Baker, da Wake Forest School of Medicine na Carolina do Norte, que liderará o próximo estudo americano.
No mês passado, as Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina dos EUA comunicaram que há pouca prova em relação a tais recomendações. O relatório determinou algumas evidências de que controle de pressão arterial, exercício físico e certas formas de treinamento cerebral – mantendo o cérebro intelectualmente estimulado – podem funcionar.
Isso porque o que é bom para o coração geralmente é bom para o cérebro. De fato, a pressão arterial elevada, que pode desencadear ataques cardíacos e derrames, também aumenta o risco da chamada "demência vascular". E quanto mais aprender, mais conexões o cérebro forma – o que cientistas chamam de reserva cognitiva.
A evidência mais forte de que as mudanças de estilo de vida ajudam a prevenir e combater o Alzheimer vêm da Finlândia, onde um grande estudo aleatório descobriu que idosos com alto risco de demência obtiveram melhores resultados em testes cerebrais após dois anos de exercícios, dieta balanceada, estimulação cognitiva e atividades sociais.
PV/ap/ots
Dez verdades amargas sobre o açúcar
Aumento do consumo de açúcar afeta seriamente a saúde da população do planeta, e a Organização Mundial da Saúde alerta para uma "epidemia global". Confira dez riscos associados ao produto.
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Engorda
No corpo, o açúcar é convertido em gordura por volta de duas a cinco vezes mais rapidamente que os amidos. Ou seja, quando comemos açúcar, alimentamos nossas células de gordura. A frutose no produto também é metabolizada pelo fígado, o que pode contribuir para a esteatose hepática ou "fígado gorduroso". Isso pode promover a resistência à insulina e levar a diabetes do tipo 2.
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Afeta o humor
Em pequenas quantidades, o açúcar promove a liberação da serotonina, um hormônio que estimula o humor. No entanto, o consumo elevado do produto pode fomentar a depressão e a ansiedade. Mudanças repentinas nos níveis de açúcar no sangue também podem levar à irritabilidade, ansiedade e alterações de humor.
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Contribui para o envelhecimento
Já é sabido que o açúcar afeta a saúde, mas também atinge a pele. Isso acontece em parte devido à glicação, processo pelo qual moléculas de açúcar se ligam às fibras de colágeno. Como resultado, estas perdem sua elasticidade natural. O excesso de açúcar também prejudica a microcirculação, o que retarda a renovação celular. Isso pode estimular o desenvolvimento de rugas e o envelhecimento precoce.
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Prejudica o intestino
A flora intestinal promove a digestão e protege o sistema digestivo de bactérias nocivas. O consumo elevado de açúcar deixa a microbiota intestinal fora de sintonia. Fungos e parasitas adoram açúcar. O excesso do fungo "Candida albicans" pode levar a uma série de sintomas irritantes. E o açúcar também contribui para o resfriado, a diarreia e gases.
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Pode viciar
Em pessoas adiposas, o cérebro responde ao açúcar, liberando dopamina, da mesma forma que responde ao álcool e a outras substâncias que causam dependência. Faça o teste: evite todos os alimentos e bebidas adocicadas por dez dias. Se você começar a ter dor de cabeça e picos de irritabilidade após um ou dois dias, e passar a ter desejo por açúcar, então pode estar sofrendo de abstinência de açúcar.
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Provoca agressividade
Pessoas que consomem açúcar em excesso são mais propensas a assumir um comportamento agressivo. Crianças que sofrem de deficit de atenção e hiperatividade também são afetadas pelo açúcar. O consumo elevado do produto afeta a concentração e fomente a hiperatividade. É por isso que é uma boa ideia que as crianças evitem comer açúcar durante o horário escolar.
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Enfraquece o sistema imunológico
Depois do consumo de açúcar, a capacidade do sistema imunológico de matar germes é reduzida para até 40%. O açúcar também enfraquece o estoque de vitamina C, da qual os leucócitos necessitam para combater vírus e bactérias. O doce produto também fomenta o processo inflamatório e mesmo a menor inflamação pode desencadear graves doenças.
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Contribui para o Alzheimer
Estudos mostraram que o excesso de consumo de açúcar aumenta o risco de desenvolvimento da Doença de Alzheimer. Uma pesquisa de 2013 mostrou que a resistência à insulina e altos valores de açúcar no sangue – ambos são comuns no diabetes – estão associados a um maior risco de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer.
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Eleva o risco de câncer
As células cancerígenas precisam do açúcar para se multiplicar. Uma equipe internacional de pesquisa, chefiada por Lewis Cantley, da Escola Médica de Harvard, está pesquisando como o açúcar pode contribuir para o crescimento de células malignas. Cantley acredita que o açúcar refinado faz com que células cancerígenas se transformem em tumores e recomenda o menor consumo possível do produto.
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Provoca perda de memória
O consumo elevado de açúcar pode ter efeito negativo sobre a memória. Segundo estudo realizado pelo Hospital Universitário Charité de Berlim, pessoas com níveis elevados de açúcar no sangue têm um hipocampo menor, parte do cérebro fundamental para memória de longo prazo. Na pesquisa, o desempenho de pessoas com quantidade elevada de açúcar no sangue foi pior do que aquelas com níveis menores.