Depois de impedir homem negro de ocupar assento, passageira é expulsa de ônibus público pelo motorista. Empresa que opera o transporte público na capital berlinense elogia atitude do funcionário.
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Uma mulher que tentou impedir um homem negro de sentar-se ao lado dela num ônibus público em Berlim foi expulsa do veículo nesta sexta-feira (22/12).
O episódio foi relatado no Twitter por uma funcionária da Anistia Internacional (AI). Em entrevista ao site alemão do HuffPost, Lena Rohrbach disse que a passageira afirmou ao rapaz: "Não sente-se aqui".
Ao questionar o motivo, o homem recebeu a seguinte resposta: "Quando eu vejo pessoas como você, eu tenho arrepios", afirmou a mulher em voz alta e de forma agressiva.
Ao perceber a situação, o motorista parou o ônibus e disse que a mulher deveria deixar o rapaz se sentar ao lado dela. Caso contrário, deveria deixar o ônibus.
A mulher desceu do veículo e o homem agredido verbalmente seguiu a viagem sentado. A funcionária da AI elogiou a atitude do motorista.
"Obrigada ao motorista do ônibus M41 que expulsou do veículo uma mulher que não queria que um homem negro ocupasse um assento vazio ao lado dela e o insultou", escreveu Lena Rorbach.
A Berliner Verkehrsbetriebe (BGV), empresa que gerencia o transporte público na capital alemã, tenta identificar quem foi o motorista que tomou a atitude classificada como "correta" pela companhia.
"A coragem civil [do motorista] foi exemplar", declarou a presidente do Conselho de Administração e Operações da BGV, Sigrid Evelyn Nikutta.
Suásticas viram grafites divertidos em Berlim
Suásticas viram grafites divertidos em Berlim
Foto: Legacy BLN - Graffiti Culture & Art Tools
Cubo mágico
Os ângulos retos característicos das suásticas viram base para um motivo colorido. A iniciativa PaintBack foi fundada em Berlim pelo artista de grafite e empresário Ibo Omari. A ideia nasceu em 2015, quando um freguês da loja de tintas para grafite de Omari quis comprar um spray de tinta para cobrir uma pichação nazista.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Kembowski
Pichando símbolos do ódio
Além de ser dono de uma loja de materiais para grafiteiros, Ibu Omari, de 37 anos, dirige um clube jovem que reúne crianças e adolescentes de origem alemã e imigrante para promoção de atividades diversas, incluindo arte de rua. "Nós, como artistas da rua, queríamos enviar a mensagem 'você está usando o grafite de forma abusiva', diz ele, para justificar a criação da iniciativa PaintBack.
Foto: picture alliance / dpa
Gato na janela
Omari e outros voluntários adultos usam os motivos criados pelos menores de seu clube para "embelezar" as suásticas. O grafite é aplicado quando alguma suástica é encontrada nas redondezas, após ser obtida uma autorização do dono da propriedade pichada. "Escolhemos imagens doces e atrevidas", diz ele.
Foto: Legacy BLN - Graffiti Culture & Art Tools
Coruja
A maioria dos motivos é desenhado por crianças, para que mesmo os iniciantes, que não são artistas de grafite, possam reproduzi-las facilmente. A ideia da iniciativa é responder aos símbolos nazistas, ícones do ódio e do preconceito, com "humor e amor'".
Foto: Legacy BLN - Graffiti Culture & Art Tools
Mosquito
A ação visa combater a tendência de aumento de pichações nazistas, que voltaram a se multiplicar, aparentemente alimentadas pelo afluxo de mais de um milhão de imigrantes após a chanceler Angela Merkel ter aberto as fronteiras em 2015. A agência de inteligência doméstica alemã registrou aumento de 7% dos crimes politicamente motivados em 2016, um terço deles foi tido como "crime de propaganda".
Foto: Legacy BLN - Graffiti Culture & Art Tools
Humor contra o preconceito
Omari, cujos pais fugiram do Líbano como refugiados quando ela ainda estava por nascer, disse que os jovens de seu clube são importantes para transformar em ação "os sentimentos de choque e impotência" provocados pelas pichações de suásticas. Assim, eles apagam, com humor, símbolos nazistas e, ao mesmo tempo, deixam suas próprias marcas em Berlim.