Mulher confunde munição com pedra colorida em praia alemã
5 de agosto de 2017
Turista escapa por pouco de ferimento após pedaço de fósforo branco entrar em combustão no bolso da sua jaqueta. Ela acreditou que material fosse uma pedra de âmbar.
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Uma mulher de 41 anos escapou por pouco de ficar ferida nesta sexta-feira (04/08) após encontrar um pedaço de fósforo branco numa praia de Wedel, nas margens do rio Elba, próximo de Hamburgo.
Bombeiros foram chamados ao local depois de o material começar a queimar no bolso da jaqueta da mulher. As autoridades locais disseram que ela acreditou que o material fosse uma pedra de âmbar – uma resina fóssil que pode ser encontrada em praias do norte da Europa e que é usada em joias.
Segundo a polícia local, a mulher caminhava pela praia quando notou uma pedrinha amarela no chão. Ela então a recolheu e colocou no bolso da jaqueta, não percebendo que se tratava de um pedaço de fósforo branco, um material que foi muito usado em munições e bombas durante a Segunda Guerra Mundial.
Altamente inflamável, o fósforo branco tem que ser mantido úmido, do contrário começa a queimar em contato com o ar. A temperatura pode chegar a 1.300°C. Depois de o material entrar em combustão, o fogo não pode ser controlado por água.
Minutos depois, o material começou a queimar a jaqueta, que havia sido deixada pela mulher em um banco. Outros turistas notaram que a roupa estava pegando fogo e alertaram a mulher. Bombeiros foram chamados e constataram que o material fazia parte de uma antiga bomba. Eles realizaram buscas na praia para localizar mais "falsas pedras preciosas", mas não encontraram nada.
Alerta
Depois do episódio, a polícia alemã aconselhou as pessoas que procuram por âmbar nas praias no país a usar recipientes especiais para armazenar pedras que forem inicialmente identificadas como âmbar.
Não é a primeira vez que um incidente desses é registrado no país. Em 2014, um aposentado sofreu queimaduras ao colocar um pedaço de fósforo no bolso da sua calça. Ele também acreditou que se tratava de um pedaço de âmbar. O incidente aconteceu perto da cidade portuária de Kiel.
Em 2012, duas mulheres sofreram queimaduras graves na ilha de Usedom ao tocarem o pedaço de uma antiga bomba, que também foi confundida com âmbar.
Nos últimos 40 anos, mais de cem banhistas sofreram queimaduras graves dessa maneira.
JPS/dw/dpa
Há 75 anos, Colônia era destruída na 2ª Guerra
Os britânicos chamaram de "Operação Milênio" o bombardeio na noite de 30 para 31 de maio de 1942, que deixou mais de 45 mil desabrigados. Em menos de duas horas, a cidade alemã ficou completamente desfigurada.
Foto: Getty Images/Hulton Archive
Ruínas por toda parte
A famosa catedral (ao fundo na foto) foi poupada. Alguns alegam que foi por respeito, mas na realidade as duas torres serviram de orientação para os pilotos naquela noite clara em maio de 1942. O que salvou a catedral foi provavelmente sua construção gótica. Especialistas acreditam que a grande quantidade de vitrais e as estruturas de sustentação ajudaram a igreja a resistir às detonações.
Foto: Getty Images/Hulton Archive
Às margens do Reno
A reconstrução aconteceu às pressas e de forma barata, para garantir moradias aos desabrigados. Por isso, não foi possível reconstruir tudo como era antes. Mais de 41 mil apartamentos e 3.330 casas haviam sido destruídas. Às margens do Reno, no entanto, as casas históricas foram reconstruídas ou consertadas conforme o original (foto).
Foto: Imago/H. Galuschka
Bombardeio intenso
Exatamente à 0h47 de 31 de maio de 1942, as bombas mataram 469 pessoas nas proximidades da catedral. Até as 3h10, caíram 20 minas aéreas, 864 bombas, 110 mil bombas incendiárias e 110 mil bombas de fósforo branco. Mais de 45 mil pessoas perderam suas moradias.
Foto: Getty Images/Keystone/Hulton Archive
O fim da Colônia antiga
As cicatrizes do bombardeio na antiga colônia romana e importante centro comercial e universitário da Idade Média perduram até hoje. Muitos dizem que, não fosse a catedral e o Reno, Colônia seria uma cidade feia. Os trabalhos de reconstrução não permitira reerguer destaques arquitetônicos por toda parte. As ruínas de uma igreja, inclusive, foram mantidas como símbolo da destruição.
Foto: picture-alliance/AP Photo
O "bombardeiro" Harris
Arthur Harris, apelidado "bombardeiro Harris", comandou os bombardeios contra as cidades alemãs na Segunda Guerra. Sua tática, de ataques contra civis, foi questionada no próprio Reino Unido. Só muito tempo mais tarde e sem muita publicidade, ele recebeu um monumento em seu país. Foi o único líder militar a não receber um mandato na Câmara dos Lordes.
Foto: Getty Images/Fox Photos/M. McNeill
Pilotos britânicos
O então premiê britânico Winston Churchill costumava telefonar todas as manhãs para o posto de comando dos bombardeios para perguntar sobre o êxito dos ataques aéreos noturnos contra a Alemanha. O próprio Churchill teria se admirado com a frieza do general da Força Aérea Arthur Harris e dito: "Estou cansado dos ataques contra Colônia." E Harris respondeu: "Os colonianos também."
Foto: Getty Images/Keystone
"Carga para Colônia"
Na foto, um bombardeiro Lancaster é carregado para um ataque aéreo noturno sobre a Alemanha. Alguns historiadores discordam que a "guerra total" a partir do ar tenha sido decisiva para o fim da guerra. Também a Força Aérea britânica sofreu grandes perdas. Praticamente metade dos tripulantes dos aviões não voltou para casa.
Foto: Getty Images/Fox Photos
Perigo até hoje
Ainda hoje quase são frequentemente encontradas bombas soterradas em Colônia e nas proximidades, o que exige uma enorme logística para a remoção de moradores e para desarmar os dispositivos. Arthur Harris teria dito certo dia: "Eles quiseram a guerra total. Demos a eles o que pediram."