Mulher de atirador de Orlando sabia do ataque, dizem fontes
15 de junho de 2016
Autoridades acreditam que Noor Salman tinha consciência de que Omar Mateen planejava massacre que deixou 49 mortos em casa noturna gay. Ela teria levado o marido à boate para estudar o local do crime.
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A mulher do atirador que matou 49 pessoas numa casa noturna gay em Orlando no último domingo sabia que ele planejava o ataque, segundo a agência de notícias Reuters. Uma fonte teria informado que um inquérito para apurar o envolvimento de Noor Salman pode ser aberto nesta quarta-feira (15/06).
A CNN também noticiou indícios de envolvimento da mulher no ataque. "Parece que ela sabia o que estava acontecendo", afirmou Angus King, membro do Comitê de Inteligência do Senado americano à emissora.
Segundo a rede de televisão NBC News, Noor Salman disse à polícia que tentou impedir que o marido, Omar Matten, cometesse o massacre, mas também relatou ao FBI que uma vez o levou de carro até o clube Pulse para que ele examinasse o local.
Mateen, de 29 anos, e Salman, de 30, se casaram em 2011, três meses depois de ele oficializar o divórcio com a ex-mulher Sitora Yusifiy. Em depoimento à polícia, ela disse que o ex-marido era violento e instável.
Salman, de pais palestinos, nasceu em Rodeo, na Califórnia, e conheceu Mateen pela internet. O casal vivia em Fort Pierce, na Flórida, e tinha um filho de três anos.
"Ele parece ter sido um jovem instável, bravo e com distúrbios, que se radicalizou", afirmou Obama nesta terça-feira. Investigadores do FBI informaram que Mateen se radicalizou pela internet.
Durante o ataque, ele ligou para o número de emergência da polícia e jurou lealdade ao grupo "Estado Islâmico" (EI), além de "saudar" os irmãos Tsarnaev, autores do atentado da Maratona de Boston, em 2013.
Um sobrevivente contou a jornalistas que o ex-vigilante atirava nas pessoas que já estavam caídas no chão para garantir que estivessem mortas. Angel Colon, que estava entre corpos e pessoas feridas, levou um tiro na mão e no quadril. "Eu olhei ao redor e vi que ele atirou na garota do meu lado. Eu estava deitado e pensando: 'Sou o próximo, estou morto'", contou em entrevista no Centro Médico Regional de Orlando.
KG/ap/rtr
O massacre de Orlando
Os Estados Unidos viveram o maior massacre a tiros de sua história: um homem armado abriu fogo em uma casa noturna na Flórida deixando dezenas de mortos e feridos, antes de ser morto pela polícia.
Foto: picture-alliance/AP Images/B. Self
No fim da noite
O tiroteio na casa noturna Pulse, em Orlando, começou por volta das 2h (horário local), pouco antes de o clube fechar. "Todos estavam bebendo o último drinque", conta um sobrevivente. O atirador abriu fogo e matou ao menos 50 pessoas. Mais de 50 outras ficaram feridas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/P. M. Ebenhack
Reféns por três horas
O homem armado com um rifle e uma pistola abriu fogo contra os frequentadores do clube noturno Pulse, na área central da cidade, e fez reféns por cerca de três horas. A polícia decidiu entrar no local e chegou a trocar tiros com o atirador, que foi morto. Não se sabe quantos dos reféns foram mortos na troca de tiros.
Foto: picture-alliance/AP Photo/P. M. Ebenhack
Ação da Swat
Agentes da Swat, forças especiais da polícia americana, entraram na Pulse por volta das 5h (horário local) e mataram o homem.
Foto: picture-alliance/AP Photo/P. M. Ebenhack
Estado de emergência
O maior massacre da história dos Estados Unidos fez a Flórida e a cidade de Orlando declararem estado de emergência. A Casa Branca informou que o presidente americano, Barack Obama, está acompanhando as investigações junto ao FBI.
Foto: Reuters/K. Kolczynski
"Você reza para não levar um tiro"
"Pensei, isso é sério? Então só me agachei. E disse 'por favor, por favor, quero conseguir sair daqui'. E quando eu fui, vi pessoas baleadas. Vi sangue. Você reza para não levar um tiro", contou Christopher Hansen, que estava na área VIP da boate quando o homem armado com um rifle e uma pistola começou o massacre. Na foto, parente de vítima é consolado em frente à casa noturna.
Foto: Reuters/S. Nesius
Tiros ininterruptos
"Pessoas na pista de dança e no bar se deitaram no chão e alguns de nós que estávamos no bar e perto da saída conseguimos sair e correr", lembra Ricardo Almodovar. Segundo o portorriquenho, os tiros foram disparados sem interrupção por cerca de um minuto.
Foto: picture-alliance/AP Photo/P. M. Ebenhack
Obama lamenta
O presidente americano afirmou que o maior massacre a tiros da história dos EUA foi um ataque contra todos os americanos e voltou tocar na questão do porte de armas, um discurso repetido em mesmo tom por Hillary Clinton.
Foto: Getty Images/A. Wong
Ruas isoladas
Mais de 12 horas após o ataque, as ruas em torno da discoteca continuavam isoladas. O incidente é investigado pelo FBI (a polícia federal americana) como um ato de terrorismo. Os primeiros detalhes sobre o atirador sugerem um homem instável, violento, homofóbico e simpatizante do "Estado Islâmico".
Foto: picture-alliance/AP Photo/C. O'Meara
Doação de sangue
Americanos fizeram fila em Orlando para doar sangue, após um apelo feito pelas autoridades locais. Pelo menos 53 pessoas ficaram feridas no ataque, muitas delas em estado grave.