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Mulheres no poder

Rodrigo Rodembusch21 de novembro de 2005

A eleição de Angela Merkel como chanceler federal da Alemanha nesta terça-feira não é um fato isolado de presença feminina no mais alto cargo político de um país.

Angela Merkel poderá figurar na lista de mulheres no cargo mais alto do governoFoto: AP

Nove semanas depois de a União Democrata Cristã ser, em aliança com a União Social Cristã, o partido mais votado nas eleições parlamentares alemãs, o presidente Horst Köhler sugeriu oficialmente, nesta segunda-feira (22/11), o nome da candidata da aliança, Angela Merkel,como chefe de governo.

Com a medida, uma mulher assume o mais importante posto do Poder Executivo em uma nação européia. Fato que não é singular. Outros exemplos semelhantes podem ser observados na Finlândia, Irlanda e Letônia.

Poder feminino na Escandinávia

Eleita por voto popular para um mandato de seis anos em 16 de janeiro de 2000, Tarja Kaarina Halonen assumiu o cargo de presidente da República da Finlândia em 1º de março de 2000.

Tarja Halonen, presidente da FinlândiaFoto: dpa

Nascida em 24 de dezembro de 1943, a chefe de Estado ocupou durante sua trajetória política diferentes cargos. Entre 1987 e 1990, foi ministra de Assuntos Sociais e Saúde. No mesmo ano, trocou de pasta, assumindo a Justiça (função exercida até o ano seguinte).

Com uma formação na área do Direito, a presidente finlandesa ainda recebeu condecorações honorárias nas Universidades de Kent (Reino Unido), Tartu (Estônia), Yerevan (Armênia) e Bluefiels (Nicarágua).

Dose dupla irlandesa

No dia 11 de novembro de 1997, Mary McAleese foi proclamada como oitava presidente da Irlanda. Era o início de sua carreira política como chefe de Estado, cargo em que foi reconfirmada em 1º de outubro de 2004.

Nascida em 27 de junho de 1951, em Belfast, é a primeira presidente que tem origem norte-irlandesa. A filha mais velha de nove crianças cresceu acompanhando os conflitos entre protestantes e católicos. Casada e mãe de três filhos, McAleese já foi professora de Direito, antes de ocupar cargos políticos.

Presidente irlandesa, Mary McAleese, acompanhada da marido, MartinFoto: dpa

McAleese também tem experiência no setor das comunicações: foi apresentadora na televisão e no rádio. Seus temas de interesse estão relacionados com a igualdade, inclusão social e reconciliação.

A chefia de Estado exercida por uma mulher não surpreende os irlandeses, já que não é a primeira vez que o cargo não é ocupado por um homem. Já em 1990, Mary Robinson fora eleita presidente do país.

Exemplo báltico

Vaira Vike-Freiberga, presidente da LetôniaFoto: dpa

Com pouco mais de dois milhões de habitantes, a letônia tem nas rédeas do poder uma mulher. Vaira Vike-Freiberga é a presidente país báltico, reeleita para um mandato de quatro anos (sufrágio ocorrido em 20 de junho de 2003).

Nascida em Riga, capital do país que governa, em 1° de dezembro de 1937, cresceu em um campo de refugiados na Alemanha. Após infância difícil, estudou no Canadá, onde concluiu mestrado e doutorado em Psicologia.

Casada em 1960 e mãe de dois filhos, Vike-Freiberga foi escolhida como diretora do recém-criado Instituto Letoniano em Riga pelo primeiro-ministro do país no outono de 1998, tendo sido eleita presidente no ano seguinte.

Sangue azul no poder

Rainha Beatrix, da HolandaFoto: AP

Duas chefes de Estado européias têm origem nobre. Na Holanda, a rainha Beatrix Armgard Wilhelmina, princesa de Orange-Nassau, é a figura mais representativa do país desde 30 de abril de 1980, quando foi coroada, aos 42 anos de idade.

Outra monarca na linha de frente (e talvez a mais conhecida do mundo) é a rainha Elizabeth II. Coroada em 6 de fevereiro de 1952, Elizabeth Alexandra Mary é também chefe da Comunidade Britânica, governante suprema da Igreja na Inglaterra e comandante-chefe das Forças Armadas do Reino Unido.

Cerca de 125 milhões de pessoas vivem em países em que ela é chefe de Estado. Seu reinado já passou pelo governo de dez diferentes primeiros-ministros.

Seguindo a linha sucessória das casas reais européias, a Suécia também terá uma rainha no futuro. Primeira filha do rei Carl 16º Gustav e da rainha Silvia (que tem sangue brasileiro), Victoria Ingrid Alice Desiree já é vista como a nova monarca sueca. Uma questão de tempo.

Pelo mundo afora

Presidente das Filipinas, Gloria Macapagal ArroyoFoto: AP

Além dos exemplos europeus, outras mulheres estão à frente de governos em outros países: Gloria Arroyo (Filipinas) foi nomeada chefe de Estado, em lugar do presidente Joseph Estrada, destituído sob acusação de corrupção, Chandrika Kumaratunga (Sri Lanka) e Helen Clark (Nova Zelândia), a primeira mulher a ser primeira-ministra no país.

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