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Mulheres receberam 23,6% menos que homens em 2015, diz IBGE

5 de julho de 2017

Dados revelam que aumentou o número de mulheres assalariadas no Brasil, mas remuneração continua bem menor que a dos homens. Cresce disparidade entre salários no setor público e privado.

Mulher trabalha em fábrica
Entre 2010 e 2015, o número de mulheres assalariadas no Brasil aumentou 1,9 ponto percentualFoto: Getty Images/AFP/N. Almeida

Dados divulgados nesta quarta-feira (05/07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que continua grande a disparidade entre os salários de mulheres e homens no Brasil. Em 2015, as trabalhadoras receberam salários 23,6% menores que os dos homens, apontam estatísticas do Cadastro Central de Empresas (Cempre) do IBGE. Os homens ganharam, em média, 2.708,22 reais, e as mulheres, 2.191,59 reais.

Apesar de continuar grande, a lacuna entre homens e mulheres diminuiu de 2014 para 2015. Em 2014, os homens receberam, em média, 2.521,07 reais, e as mulheres, 2.016,63, o que representa uma diferença de 25%.

Em 2015, as empresas e organizações do país empregavam 46,6 milhões de trabalhadores assalariados, sendo 56% homens e 44%, mulheres. Um desenvolvimento positivo para as mulheres foi que, entre 2010 e 2015, o número de assalariadas aumentou 1,9 ponto percentual.

A maior participação das mulheres foi na administração pública e em entidades sem fins lucrativos, nas quais o percentual feminino aumentou de 53,3% para 55,8%, e o masculino, caiu de 46,7% para 44,2%. A diferença entre o número de homens e mulheres empregados vem diminuindo desde 2010, tendo caído 5,2 pontos percentuais em cinco anos.

Escolaridade e setores público e privado

Quanto à escolaridade, 20,4% dos assalariados possuía educação de nível superior em 2015. O salário médio dos trabalhadores com formação superior em 2015 era de 5.349,89 reais e dos sem nível superior, 1.745,62 – uma diferença de 206,5%. 

Entre 2013 e 2015, a diferença entre as remunerações em instituições públicas e privadas aumentou significativamente. Em 2015, os salários mais baixos eram pagos pelo setor privado, com valores médios de 2.168,45 reais, enquanto nos órgãos públicos federais, estaduais e municipais a média era de 3.592,33 reais. A diferença foi, portanto, de 65,7%, registrando um aumento em relação a 2014 (61,7%) e 2013 (58,1%).

Segundo o IBGE, essa diferença pode estar relacionada ao agravamento da crise econômica. Isso porque, nas empresas públicas, os funcionários costumam ter mais garantias e estabilidade, enquanto no setor privado os contratados muitas vezes aceitam salários menores em meio à crise.

O Cempre coleta informações de empresas e organizações inscritas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), atualizado anualmente.

RC/abr/ots

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