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Multa de US$ 355 mi. para Trump é "vitória para americanos"

17 de fevereiro de 2024

Fraudes em negócios familiares custam centenas de milhões a magnata, sua organização e filhos. Trump alega "perseguição política". Apesar de outros processos em curso, segue candidato republicano à presidência favorito.

Donald Trump em audiência relativa ao processo Stormy Daniels
Além do processo de fraude em Nova York, ex-presidente americano responde na Justiça por diversos outros possíveis crimes. Na foto, em audiência de 15/02/2024 sobre caso Stormy DanielsFoto: Brendan McDermid/UPI Photo/Newscom/picture alliance

A procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, comemorou nesta sexta-feira (16/02) sua "enorme vitória" contra o ex-presidente americano Donald Trump (2017-2021), que foi condenado a pagar multas de 355 milhões de dólares (R$ 1,76 bilhão) por vários casos de fraude em seus negócios familiares.

James, que apresentou o caso de fraude civil contra o ex-presidente, seus dois filhos mais velhos e dois ex-executivos da Organização Trump, disse em mensagens na rede social X que o republicano "finalmente está enfrentando as consequências de suas ações ilegais".

A procuradora democrata concentrou parte de sua campanha no ataque ao ex-presidente, o qual a acusou de ser parcial e até racista, liderando uma vingança política contra ele.

"A favor do trabalhador que segue as regras"

Além da multa milionária contra Trump e suas empresas, o juiz Arthur Engoron, de Nova York, inabilitou o réu de atuar como diretor de qualquer empresa no estado pelos próximos três anos. Além disso, seus dois filhos mais velhos, Donald Trump Jr. e Eric Trump, terão de pagar cerca de 4 milhões de dólares cada um, e estão proibidos de atuar como diretores financeiros de qualquer empresa de Nova York.

O juiz Engoron baseou sua sentença na constatação de que Trump e os demais acusados inflaram os valores de seus ativos para garantir acordos vantajosos com bancos e seguradoras. Todos seriam "incapazes de admitir o erro de sua conduta", demonstrando "falta de contrição e remorso".

No X, a procuradora James comentou: "os americanos comuns não podem mentir para um banco para obter uma hipoteca e, se o fizessem, nosso governo os puniria." Falando à imprensa, pouco depois do fim da audiência, ela enfatizou que a acusação demonstrara "o escopo impressionante da fraude e a maneira exata pela qual Donald Trump e os outros réus enganaram bancos, seguradoras e outras instituições financeiras para seu ganho pessoal".

E concluiu: "hoje o tribunal decidiu novamente a nosso favor e a favor de todo americano trabalhador que segue as regras." A jurista havia solicitado originalmente uma multa de 370 milhões de dólares e uma proibição vitalícia no setor imobiliário nova-iorquino.

Trump queixa-se de perseguição política

Antes, a Justiça de Nova York já condenara o magnata republicano a pagar mais de 83 milhões de dólares à autora E. Jean Carroll por difamação. Ele enfrenta ainda outras ações jurídicas: no mesmo estado, um processo civil em torno do suborno pago à atriz pornô Stormy Daniels em 2016; na Flórida, acusações federais por manipulação de documentos confidenciais após o mandato (julgamento marcado para maio); em Washington, por interferência na eleição de 2020; na Geórgia, por tentar reverter os resultados do pleito.

Apesar dos vereditos e dos processos em curso, Trump continua sendo o principal candidato do Partido Republicano nas primárias para a eleição presidencial de novembro. E se mostra desafiador do sistema, alegando perseguição politicamente motivada.

Após o veredito desta sexta-feira, classificou o processo como "farsa", acusando o juiz Engoron de ser "extremamente hostil", e a procuradora James de "pau-mandado político". Na véspera, quando se definiu 25 de março para o início do processo sobre o caso Daniels, comentou publicamente: "eles não iam ter trazido isso – de jeito nenhum! – exceto pelo fato de que eu sou candidato a presidente e estou indo bem."

av/le (EFE, AP, Reuters, AFP, DPA)

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