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"Mundo reconheceu que ebola é ameaça grave", diz chefe de missão da ONU

Daniel Pelz (pv)13 de outubro de 2014

Responsável das Nações Unidas para o combate ao vírus, Anthony Banbury afirma, em entrevista à DW, que não está sendo feito o suficiente para conter a epidemia e pede que mais países se engajem.

Foto: imago/Xinhua

A epidemia de ebola que assola a África Ocidental já matou mais de 4 mil pessoas. Os países mais afetados são Libéria, Guiné e Serra Leoa, mas o vírus já matou uma pessoa nos Estados Unidos e infectou outra em um hospital espanhol. Especialistas alertam que o ebola pode ser a nova aids e preveem 1,4 milhão de infectados até janeiro de 2015.

A ajuda da comunidade internacional é essencial no combate ao vírus. Mas o chefe da Unmeer (Missão da ONU de Resposta Emergencial ao Ebola), Anthony Banburry, é categórico: "Não está sendo feito o suficiente para deter a doença".

Em entrevista à DW, ele reitera que mais recursos financeiros e humanos, além de equipamentos, são necessários nos países africanos. E diz que o mundo, agora, reconheceu que o vírus é uma grave ameaça.

Deutsche Welle: Depois de ter visto a situação in loco em Guiné, Libéria e Serra Leoa, voe acredita que a Unmeer vai cumprir suas metas de tratar 70% das pessoas infectadas em 60 dias?

Anthony Banbury:Tratar 70% das pessoas infectadas em 60 dias é a chave para uma reviravolta na crise, mas é também uma meta extremamente ambiciosa. Nós estamos agora combinando o que é necessário para alcançar este objetivo com os recursos que esperamos que estejam disponíveis não apenas para a Unmeer, mas a todos os parceiros que contribuem na luta contra a crise do ebola. E também para ver o que precisamos fazer para preencher esta lacuna e atingir a meta.

Mas após ter visitado Serra Leoa, Libéria e Guiné, o quão confiante você está de que isso é possível?

O que mais me impressionou é a terrível situação na qual as pessoas destes países estão como resultado da doença. É de partir o coração. Há um risco grande para as pessoas e as economias. A comunidade internacional, incluindo a Unmeer, precisa encontrar uma maneira de dar um fim a esta crise e conter essas doença.

Você está recebendo os recursos que precisa?

Os recursos estão começando a entrar. Naturalmente, olhando para trás, o mundo inteiro queria que se tivesse agido mais rápido, mas agora é possível ver uma mobilização mais rápida. Mas não se está fazendo o suficiente. Precisamos de mais países para contribuir com mais recursos humanos e coisas como unidades de tratamento e laboratórios para testes. Precisamos de mais profissionais de saúde, helicópteros, recursos financeiros a serem entregues a agências de auxílio. E nós precisamos disso tudo para hoje.

Mais pessoas foram infectadas fora da África. O caso mais recente foi uma profissional da saúde nos EUA. Isso poderia estimular países ocidentais a dedicar mais recursos para o combate contra o ebola?

Acho que o mundo agora reconheceu que a crise do ebola na África Ocidental é uma ameaça grave, não apenas para as pessoas desses países, mas para as pessoas da região e além. A melhor maneira de proteger todos os países e os povos do mundo é deter o ebola no local de sua eclosão.

Os profissionais de saúde já ameaçaram entrar em greve na Libéria. Que efeitos isso teria sobre os esforços na luta contra o ebola?

É claro que isso seria devastador. Mas o mundo tem uma obrigação muito forte em garantir que os trabalhadores locais, que trabalham na linha de frente na luta contra essa doença, sejam pagos. É o mínimo que podemos fazer. E assegurar que eles tenham o equipamento necessário para mantê-los em segurança quando estão trabalhando.

A Unmeer vai trabalhar muito duro para garantir que não apenas os profissionais de saúde, mas também as pessoas que trabalham nos enterros e aquelas que fazem o rastreamento de contágios, sejam pagas corretamente. A Unmeer vai trabalhar com parceiros como o Banco Mundial, governos e o Pnud, o programa de desenvolvimento da ONU, para garantir que isso aconteça.

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