Mundo supera marca de 2 milhões de mortes por covid-19
16 de janeiro de 2021
Cinco países com mais óbitos concentram quase metade das vítimas do planeta, embora representem apenas 27% da população mundial. Chefe da ONU atribui número "impressionante" à ausência de um esforço global coordenado.
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O mundo superou oficialmente nesta sexta-feira (15/01) a marca de 2 milhões de mortes ligadas à covid-19 desde o início da pandemia. A cifra foi reportada pela Universidade Johns Hopkins, num momento em que vários países já deram início à corrida para vacinar sua população.
A contagem é baseada em dados fornecidos pelas agências governamentais de todo o mundo, mas estima-se que os números reais de casos de infecção e mortes sejam muito maiores, devido à falta de testagem em larga escala e à subnotificação das ocorrências.
Desde que o coronavírus Sars-Cov-2 foi detectado pela primeira vez na cidade de Wuhan, na China, no final de 2019, o planeta levou nove meses para alcançar a marca de 1 milhão de óbitos, e menos de quatro meses para atingir o segundo milhão, o que expõe um aumento no ritmo da contagem de mortes, pelo menos as oficialmente identificadas.
Até agora em 2021, o mundo registrou, em média, cerca de 11.900 óbitos por covid-19 por dia, ou uma vida perdida a cada oito segundos, segundo contagem da agência de notícias Reuters.
"Nosso mundo atingiu um marco de partir o coração", lamentou nesta sexta-feira o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em depoimento em vídeo. "Por trás desse número impressionante há nomes e rostos: o sorriso agora apenas uma memória, o assento para sempre vazio na mesa do jantar, o quarto que ecoa com o silêncio de um ente querido."
Guterres acrescentou que os números relativos à doença foram "agravados pela ausência de um esforço global coordenado" para combater o vírus. "A ciência foi bem-sucedida, mas a solidariedade fracassou", condenou o chefe da ONU.
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Onde a pandemia fez mais vítimas
Os Estados Unidos são o país que acumula o maior número absoluto de mortos, com mais de 390 mil vítimas registradas até esta sexta-feira, e atualmente respondem por uma em cada quatro mortes relatadas em todo o mundo por dia. O Brasil vem em segundo, com mais de 208 mil óbitos.
Os próximos países mais afetados são Índia, México e Reino Unido. Combinados, os cinco primeiros Estados com mais mortes concentram quase metade de todos os óbitos por covid-19 no mundo, embora representem apenas 27% da população global.
A Europa, o continente mais afetado do mundo, informou mais de 615 mil mortes até agora e é responsável por quase 31% de todas as vidas perdidas para a doença no planeta.
Dada a rapidez com que o vírus está se espalhando, em parte devido a novas variantes mais infecciosas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a pior fase da pandemia de coronavírus pode ainda nem ter chegado.
"Estamos entrando em um segundo ano [de pandemia]. Ele pode ser até pior dadas as dinâmicas de transmissão e alguns dos problemas que estamos observando", disse Mike Ryan, diretor de emergências da OMS, em um evento na quarta-feira.
Corrida pela vacinação
A marca de 2 milhões de vítimas foi alcançada em meio a um esforço mundial monumental, embora bastante desigual, para vacinar a população global contra o coronavírus.
Em países ricos, como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Israel e Alemanha, milhões de cidadãos já receberam a primeira dose de imunizantes, que foram desenvolvidos em velocidade inédita e rapidamente autorizados para uso emergencial.
Enquanto isso, em outros países as campanhas de vacinação mal saíram do papel, como é o caso do Brasil, que é uma das nações mais atingidas do mundo, mas ainda não tem uma previsão oficial para o início da imunização.
Especialistas preveem mais um ano de vidas perdidas e dificuldades em países como Brasil, Irã, Índia e México, que juntos correspondem por cerca de um quarto de todas as mortes do mundo.
Ao todo, o mundo soma hoje mais de 93,6 milhões de casos confirmados de covid-19. Em números absolutos, os EUA também são o país com mais infectados, somando 23,4 milhões, seguidos da Índia, com 10,5 milhões, e do Brasil, que acumula mais de 8,3 milhões de casos.
EK/rtr/ap/efe
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.