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Mundo supera marca de 6 milhões de mortes por covid-19

7 de março de 2022

Taxas de mortalidade seguem altas em alguns países. Marca é registrada no mês em que pandemia completa dois anos. Número total de óbitos, porém, pode ser bem maior.

Cruzes em frete ao Congresso Nacional lembram os mortos por covid no Brasil
Protesto em Brasília lembrou os mortos por covid no BrasilFoto: Sergio Lima/AFP

O número de mortos por covid-19 chegou a 6 milhões nesta segunda-feira (07/03). Entrando em seu terceiro ano, a pandemia registrou seu último milhão de mortes apenas nos últimos quatro meses. Um ritmo mais lento em comparação ao milhão anterior, mas que ainda assim evidencia que muitos países seguem lutando contra a doença.

Há exemplos bastante distintos. Ilhas remotas no Oceano Pacífico, por exemplo, antes protegidas pelo próprio isolamento, veem os casos subirem, com seus primeiros registros de mortes tendo a altamente contagiosa variante ômicron como principal responsável.

Hong Kong, no sudeste asiático, também observa aumento de vítimas e, por isso, tem realizado testes ao menos três vezes por mês em toda a população, que é de 7,5 milhões, na tentativa de manter a política de tolerância zero à covid, inspirada na China.

As taxas de mortalidade também continuam altas em alguns países europeus que têm baixo índice de vacinação, como Polônia, Hungria e Romênia. Segundo o site Statista, no final da última semana esses países somaram, respectivamente, 1.006, 470 e 595 mortes, um total de pouco mais de 2 mil óbitos. Juntos, esses três países têm em torno de 70 milhões de habitantes. O Brasil, que tem 210 milhões, registrou em torno de 2.500 mortes nos sete dias anteriores.

Os Estados Unidos estão próximos de alcançar a marca de 1 milhão de mortos por covid-19, o maior número oficial em todo o mundo.

O mundo levou cerca de sete meses para registrar a marca de 1 milhão de mortos após o começo da pandemia no início de 2020. O segundo milhão foi contabilizado quatro meses depois. E, desde então, a marca de mais 1 milhão era atingida a cada três meses.

O número total de mortos, no entanto, pode ser até quase quatro vezes maior. Com ausência de registros e também de testagem confiáveis em algumas regiões, muitas mortes não têm sido atribuídas diretamente à covid-19.

Segundo um estudo divulgado pela revista britânica The Economist, estima-se que entre 14 milhões e 23,5 milhões de pessoas podem ter morrido devido ao vírus e também por causa de outras doenças, em virtude da falta de atendimento adequado em hospitais, nos últimos dois anos.

Hong Kong busca tolerância zero contra a covid-19 e está testando toda a população, de mais de 7 milhões de habitantesFoto: Tyrone Siu/REUTERS

O fim das restrições em alguns países

Dois anos após o início da pandemia, vários países começaram a relaxar as restrições contra a doença. Altas taxas de vacinação e a variante ômicron do coronavírus –  com sintomas mais leves e o menor letalidade – são, em parte, responsáveis por essa mudança de paradigma no combate à doença.  

Na Europa, as primeiras nações a derrubarem quase todas as medidas foram as escandinavas Dinamarca, Noruega e Suécia, no início de fevereiro. Na época, a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, disse que os dinamarqueses deram "'adeus' às restrições e 'olá' à vida que conhecíamos antes do coronavírus".

Desde 1º de fevereiro, a Dinamarca não exige nem mesmo o uso de máscaras em locais fechados. Não é mais necessário apresentar comprovantes de vacinação, recuperação ou resultados de testes. Também não há mais limite de público em grandes eventos. Nos estádios de futebol, todos os assentos podem ser ocupados, e o funcionamento de discotecas e bares também voltou a ser permitido.

Na metade do mês passado, foi a vez do Reino Unido anunciar o fim da maioria das medidas restritivas. A partir de 1º de abril, os testes de PCR feitos em laboratório estarão disponíveis somente para os idosos e portadores de imunodeficiências. Os autotestes rápidos de antígeno não serão mais oferecidos pelo governo, e deverão ser comprados pela população, como já ocorre em outros países.

Austrália retirou medidas restritivas para viajantes vacinados na metade do mês de fevereiroFoto: Joel Carrett/AAP Image/AP Photo/picture alliance

Também em fevereiro, a Austrália reabriu suas fronteiras para viajantes vacinados. Durante quase dois anos, o país impôs algumas das medidas restritivas e lockdowns mais severos do mundo.

Na Alemanha, está ocorrendo um relaxamento gradual, dividido em três fases: a primeira removeu a obrigatoriedade da comprovação de vacinação ou de recuperação da doença para o acesso ao comércio não essencial e pôs fim ao limite de presentes em reuniões privadas entre vacinados.

A segunda, em vigor desde 4 de março, aumentou o acesso do público aos setores hoteleiro e gastronômico, por meio de apresentação da dose de reforço ou teste negativo. A partir do dia 20, quase todas as medidas serão relaxadas.

Nesta segunda-feira, a ilha de Bali, na Indonésia, retirou a obrigatoriedade de quarentena para turistas de mais de 20 países e reintroduziu a concessão de vistos na chegada dos viajantes ao país. A ideia é começar a recuperar, aos poucos, o setor do turismo, diretamente afetado pela pandemia.

Risco para ucranianos em meio à guerra

Especialistas temem que a guerra na Ucrânia leve a um aumento nos casos de covid-19 na Ucrânia e em países vizinhos. No início da invasão, a Ucrânia se encontrava no meio de uma onda de infecções causada pela variante ômicron.

Em fevereiro, 900 mil casos da doença foram registrados no país. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha (IFRC).

Refugiados ucranianos em Przemysl, Polônia: autoridades alertam para aumento do risco de contágio por coronavírusFoto: Hesther Ng/ZUMA/Imago

Devido ao conflito, o número de testes irá diminuir, assim como as estatísticas e análises em relação à pandemia no país.

A onda de refugiados já passa de 1,5 milhão de ucranianos que se deslocam, principalmente, para Polônia, Moldávia, Romênia e Eslováquia. Todos esses países têm baixo índice de vacinação. "Há abrigos, ônibus, trens e hotéis superlotados", disse a especialista em saúde da IFRC, Petra Khoury.

gb/cn (AP, AFP, dpa, ots)

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