Mundo vive sexta extinção em massa - e é pior do que parece
11 de julho de 2017
Estudo alerta que planeta atravessa uma aniquilação biológica de suas espécies animais, o que lança perspectiva sombria sobre o futuro da vida, inclusive humana. Um terço das espécies vive declínio populacional.
Anúncio
O mundo está passando por uma "aniquilação biológica" de suas espécies animais, num fenômeno que já pode ser considerado uma sexta extinção em massa e que é mais grave do que parece, aponta um estudo divulgado nesta segunda-feira (10/07).
Segundo o estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), há uma tendência de investidas cada vez maiores contra a biodiversidade do planeta, resultando numa perspectiva "sombria sobre o futuro da vida, inclusive humana". O motivo, diz o estudo: "problemas ambientais globais causados pelo homem".
"Nas últimas décadas, a perda de habitat, a superexploração de recursos, os organismos invasivos, a poluição, o uso de toxinas e, mais recentemente, as mudanças climáticas, bem como as interações entre esses fatores, levaram ao declínio catastrófico nos números e nos tamanhos das populações de espécies de vertebrados tanto comuns como raros", afirmam os pesquisadores.
Para a pesquisa, uma das mais completas já feitas sobre o tema, cientistas da Universidade de Stanford e da Universidade Nacional Autônoma do México utilizaram uma mostra de 27,6 mil vertebrados terrestres e uma análise detalhada de 177 espécies de mamíferos que sofreram declínio populacional entre 1900 e 2015.
Diversas espécies de lêmures estão ameaçadas de extinção
04:34
Os pesquisadores observaram que as populações de vertebrados sofreram grandes perdas, inclusive entre as espécies que despertam pouca preocupação. Cerca de um terço (8.851) das espécies analisadas – o que representa quase metade das espécies de vertebrados conhecidas – apresentou declínio populacional e diminuição em termos de distribuição geográfica, mesmo aquelas que atualmente não são consideradas como sob risco de extinção.
Já entre os 177 mamíferos estudados, todos perderam 30% ou mais em distribuição geográfica, com mais de 40% registrando um declínio populacional severo, com encolhimento superior a 80%.
"Diversas espécies de mamíferos que estavam relativamente seguras há uma ou duas décadas estão agora em perigo", dizem os pesquisadores. Como exemplos de quedas representativas na população, eles citaram guepardos, orangotangos, leões, pangolins e girafas.
Nos 500 milhões de anos de existência da Terra, houve cinco "extinções em massa" que levaram ao desaparecimento de 75% das espécies. O último episódio aconteceu cerca de 66 milhões de anos atrás, quando 76% de todas as espécies foram perdidas, incluindo os dinossauros, devido à atividade vulcânica, alterações climáticas e impacto de asteroides.
Os cientistas ressaltaram ainda que o foco na extinção de espécies leva a "uma falsa impressão de que o habitat da Terra não está ameaçado, e sim apenas lentamente entrando em um episódio de grande perda de biodiversidade".
"Essa visão negligencia as tendências atuais de declínios e extinções da população", afirma o estudo. "A aniquilação biológica resultante obviamente terá graves consequências ecológicas, econômicas e sociais".
"A humanidade acabará por pagar um preço muito alto pela diminuição do único conjunto de vida que conhecemos no universo", alertam os cientistas.
IP/dpa/efe/ots
Dez ações contra as mudanças climáticas
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.