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Munique cancela mercado de Natal devido a alta da covid-19

16 de novembro de 2021

Prefeito afirma que situação nos hospitais é "dramática". Em meio a avanço da quarta onda da pandemia na Alemanha, capital bávara é a primeira grande cidade do país a cancelar o tradicional evento natalino neste ano.

Vista aérea do mercado de Natal na praça Marienplatz, em Munique, em frente à antiga sede da prefeitura
Mercado de Natal na praça Marienplatz, em Munique, em 2018. Evento atraía 3 milhões de visitantes por ano.Foto: Getty Images/S. Gallup

A cidade de Munique cancelou seu tradicional mercado de Natal em razão de um aumento "dramático" nos números da pandemia de covid-19. 

O prefeito Dieter Reiter disse nesta terça-feira (16/11) que esta é uma "notícia amarga" para a população e para os proprietários das barracas que vendem comidas, bebidas e produtos natalinos, mas disse que seria irresponsável manter a realização do evento.

"A situação dramática em nossos hospitais e o aumento exponencial do número de infecções não me deixa outra escolha: o mercado de Natal de Munique não pode ocorrer este ano", afirmou o prefeito, em nota.

Em 2019, última vez em que foi realizado, o evento atraiu 3 milhões de visitantes. A abertura da edição deste ano na capital bávara estava marcada para o dia 22 de novembro.

O estado da Baviera é um dos mais atingidos pela quarta onda da pandemia na Alemanha. O índice de incidência de casos de covid-19 por 100 mil habitantes em um período de sete dias registrou um recorde de 554,2 nesta terça-feira, bem acima do índice nacional, também sem precedentes, de 312,4, segundo informou o Instituto Robert Koch (RKI), a agência de controle e prevenção de doenças do país.

O governo bávaro já adotou regras para controlar as infecções que limitam o acesso a restaurantes e hotéis somente para as pessoas com esquema vacinal completo ou que já se recuperaram da covid-19 – a chamada regra 2G (das palavras em alemão Geimpfte e Genesene, que significam vacinados e recuperados). Testes com resultados negativos não serão mais aceitos.

O governador da Baviera, Markus Söder, disse que essas mesmas regras deveriam ser aplicadas em todo o país. "É errado adotarmos uma colcha de retalho de medidas", observou.

Outros estados também adotam restrições

Todos os anos, em torno de 2,5 mil mercados natalinos são realizados em toda a Alemanha. Antes da pandemia, eles atraíam aproximadamente 160 milhões de visitantes, de dentro e fora do país, e geravam renda total de entre 3 bilhões e 5 bilhões de euros (18 e 31 bilhões de reais).

A capital bávara é a primeira grande cidade alemã a cancelar seu tradicional mercado natalino neste ano. As atenções se voltam agora para os mercados de Natal, também bastante populares, em cidades como Colônia, Hamburgo, Nurembergue, Stuttgart e Dresden, que já estão em meio aos preparativos.

Além da Baviera, diversos estados também anunciaram a imposição de limites para os não vacinados em razão de aumentos acentuados nas infecções.

A Renânia do Norte-Vestfália, o estado mais populoso do país, anunciou nesta terça a imposição de restrições mais rígidas, chamadas de 2G plus, para alguns eventos específicos, como as tradicionais festas do Carnaval local. Isso significa que mesmo as pessoas com esquema vacinal completo ou já curadas da doença deverão apresentar testes com resultado negativo.

No estado de Baden-Württemberg, restaurantes, museus, academias de ginástica e outros espaços públicos somente poderão ser frequentados por pessoas que se enquadrem na regra 2G. As crianças serão obrigadas a usar máscaras nas escolas.

Na Turíngia, as regras 2G também passarão a valer nos próximos dias para o acesso a restaurantes, cafés, hotéis e eventos de grande porte.

rc/lf (DPA, AFP)

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