Capital bávara tem dificuldades em lidar com intenso fluxo de migrantes. Administração local demanda auxílio de outros estados alemães. Renânia do Norte-Vestfália, no entanto, diz enfrentar problema semelhante.
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A crise migratória leva Munique a seus limites: pela primeira vez desde o grande afluxo de refugiados, há uma semana, a cidade anuncia que não pode garantir vagas em abrigos provisórios para todos.
Desde o fim de agosto, a capital da Baviera acolheu e cuidou de 63 mil solicitantes de asilo. Isso corresponde à população de uma pequena cidade, afirmou o presidente do conselho regional da Alta Baviera, Christoph Hillenbrand, neste domingo (13/09).
Segundo dados da polícia local, no sábado, mais de 12 mil pessoas chegaram à estação ferroviária de Munique. Temporariamente, nem todos puderam ser acomodados em abrigos de emergência. Alguns pernoitaram na estação sobre colchonetes e sacos de dormir.
A polícia acrescenta que, até o meio-dia deste domingo (hora local), "diversas centenas de pessoas" teriam chegado a Munique. Com a vinda de cada vez mais refugiados, o prefeito social-democrata de Munique, Dieter Reiter, criticou a falta de apoio de outros estados alemães. A Renânia do Norte-Vestfália, no entanto, diz enfrentar problema semelhante ao da capital da Baviera.
Agravamento da situação
Atualmente, Munique dispõe de 6 mil vagas em abrigos provisórios. Diante da chegada em massa de refugiados, as autoridades da cidade buscam novas soluções. Acampamentos de barracas e o Pavilhão Olímpico deverão ser disponibilizados para acolher os migrantes temporariamente.
Devido ao agravamento dramático da situação, o governo da Baviera marcou uma reunião extraordinária, ainda neste domingo, para decidir sobre novas medidas emergenciais.
O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, havia especulado que aproximadamente 40 mil novos migrantes chegariam à Alemanha neste fim de semana.
O número real deverá ser inferior, mas a capacidade de hospedagem já foi completamente esgotada, declarou uma porta-voz da Alta Baviera, região administrativa onde se localiza Munique.
Problemas também na Renânia do Norte-Vestfália
A Renânia do Norte-Vestfália, estado alemão mais populoso, localizado no oeste do país, também afirma ter batido em seus limites. "Pois nós simplesmente não sabemos onde podemos hospedar as pessoas", disse um porta-voz da Secretaria do Interior neste domingo, em Düsseldorf.
No espaço de uma semana, 10 mil migrantes chegaram à Renânia do Norte-Vestfália em trens especiais provenientes da Baviera. "Durante toda a semana, estivemos do lado dos colegas da Baviera e disponibilizamos diariamente novas vagas", declarou porta-voz do estado. No entanto, ressaltou: "Não sabemos por quanto tempo ainda poderemos aguentar."
CA/afp/dpa/epd
Como a Alemanha abriga os refugiados
A Alemanha receberá, só neste ano, até 450 mil refugiados. Mas quem espera por um visto precisar viver em locais bem distintos. Veja na galeria de fotos.
Foto: Picture-Alliance/dpa/P. Kneffel
Alojamento preliminar
Quando os refugiados chegam à Alemanha, vão para um alojamento preliminar. Este, em Trier, no estado da Renânia-Palatinado, tem capacidade para receber 850 pessoas que estejam à espera de um visto. Os refugiados precisam ficar por três meses até serem transferidos para outra cidade ou distrito – dependendo do local, as moradias são bem distintas.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Tittel
Acampamento improvisado
Como muitos dos alojamentos preliminares estão lotados, outras instalações têm sido utilizadas para abrigar os refugiados. Em Hamm, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, 500 pessoas vivem no salão para eventos da prefeitura. Com 2,7 mil m², o local foi divido em "quartos", cada um com 14 leitos.
Foto: picture-alliance/dpa/I. Fassbender
Pernoite na sala de aula
O enorme fluxo de refugiados leva muitas cidades ao limite de capacidade. Aachen, por exemplo, teve, em meados de julho, que abrigar 300 pessoas de uma hora pra outra. Logo, a única maneira de acomodá-los foi colocando camas numa escola da cidade.
Foto: Picture-Alliance/dpa/R. Roeger
Acampamentos provisórios
Nos últimos tempos, o número de campos para refugiados na Alemanha tem crescido vertiginosamente. Com a construção de um acampamento provisório, o alojamento central para refugiados em Halberstadt, na Alta Saxônia, aumentou consideravelmente a capacidade. Agora, no verão, essas tendas temporárias podem ser utilizadas. Até que o inverno comece, outros alojamentos devem ser colocados à disposição.
Foto: Picture-Alliance/dpa/J. Wolf
Vivendo com dificuldades
Atualmente, a cidade de Dresden tem um dos maiores acampamentos para refugiados. Contudo, viver por lá exige paciência dos moradores. Há filas gigantes para os banheiros e nos refeitórios. No total, o local abriga atualmente mil pessoas, de 15 nacionalidades. Nos próximos dias, outros refugiados deverão chegar – até que se chegue à capacidade total de 1.100 pessoas.
Foto: Picture-Alliance/dpa/A. Burgi
Morando em containers
Para que a capacidade de receber os refugiados seja maior, muitas cidades alemãs têm construído containers que servem de moradia. Em Trier, por exemplo, a solução vem sendo utilizada desde 2014. Atualmente, são mais de mil pessoas nessas instalações.
Foto: Picture-Alliance/dpa/H. Tittel
Atentados
A foto mostra o corpo de bombeiros apagando o incêndio causado por um atentado nas instalações de Remchingen, no estado de Baden-Württemberg. Muitas vezes, a oposição de muitos moradores à chegada dos refugiados acaba se transformando em violência. No momento, há ataques quase diários aos alojamentos – principalmente no leste e no sul da Alemanha.
Foto: Picture-Alliance/dpa/SDMG/Dettenmeyer
O envolvimento político
O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, conversa com crianças de um campo de refugiados na cidade de Wolgast, no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, onde vivem cerca de 300 pessoas. O político exigiu que o governo alemão preste auxílios financeiros aos munícipios atingidos. Porém, Gabriel salientou que receber refugiados não é uma questão de dinheiro, mas, sim, "de decência".
Foto: picture-alliance/dpa/B. Wüstneck
Novas instalações
Para que os refugiados possam ser devidamente abrigados, vários municípios estão construindo novos alojamentos – como em Eckental, perto de Nurembergue, na Baviera. A foto mostra o novo complexo, que terá capacidade para 60 pessoas. Os primeiros moradores devem chegar em janeiro de 2016.
Foto: Picture-Alliance/dpa/D. Karmann
Novos acampamentos provisórios
Até que os novos alojamentos fiquem prontos, serão erguidos vários outras instalações de emergência. Como este, no parque industrial de Munique. Aqui, cerca de 170 membros de organizações humanitárias e do corpo de bombeiros constroem, de madrugada, um acampamento com duas dúzias de barracas e 300 leitos.