Munique rebate especulações sobre Oktoberfest em Dubai
30 de abril de 2021
Municipalidade da capital da Baviera reage com indignação a notícias de que sua tradicional festa da cerveja estaria sendo "transferida" para os Emirados Árabes Unidos.
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A cidade de Munique distanciou-se das notícias de que pretenderia realizar sua tradicional festa da cerveja em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. "A Oktoberfest é um original muniquense e se realiza exclusivamente em Munique", declarou a municipalidade nesta sexta-feira (30/04).
O principal pomo da discórdia foram as notícias na imprensa segundo as quais o festival estaria "se mudando" para outra locação em 2021. "Os planos dos organizadores para o evento em Dubai, que agora vieram a público, estão sendo realizados sem a participação ou o consentimento da cidade de Munique", prossegue o comunicado.
Clemens Baumgärtner, encarregado da capital da Baviera para Trabalho e Economia e responsável pela organização da festa, afirmou à agência de notícias DPA: "Vamos explorar todas as nossas opções legais para proteger a Oktoberfest de Munique."
Embora seja tênue a chance de o festival se realizar no ano corrente, devido à pandemia de covid-19, a ideia de transferi-lo para a metrópole árabe é "absolutamente absurda", acrescentou. A edição 2020 da festa foi cancelada devido ao coronavírus.
As associações de comércio e grupos que fornecem cerveja, comida e diversão para o evento no Sul da Alemanha afirmaram nada saber sobre um festival em Dubai. "Não conheço ninguém que esteja indo para lá", comentou o diretor da associação dos artistas de feira de Munique, Peter Bausch.
Público VIP
Notícias de planos para uma Oktoberfest em Dubai geraram confusão e comentários sarcásticos de usuários das redes sociais na Alemanha, nesta quinta-feira, inclusive piadas sobre usar as tradicionais calças de couro lederhosen no clima de deserto.
Ainda passível de confirmação, o evento transcorreria em março de 2022, paralelamente à Exposição Mundial de Dubai, e está sendo organizado e promovido por Charles Blume, que participa da organização da feira natalina de Berlim, e pelo dono de restaurantes Dirk Ippen, antes sediado em Munique, e que agora vive em Dubai.
Segundo os anúncios, a festa nos Emirados Árabes visa imitar o original muniquense, com dezenas de tendas de cerveja, estandes de comida, atrações e parque de diversões. Entre os possíveis frequentadores estariam nomes como Arnold Schwarzenegger e Pamela Anderson.
av (DPA,DW)
Dez enganos sobre a lederhose
A tradicional calça de couro é peça típica dos trajes bávaros e consta do guarda-roupa de todo fã da Oktoberfest que se preze. A DW desbanca as dez principais crenças errôneas a respeito da lederhose.
Erro 1: a crença de que as calças de couro são nativas da Baviera. Embora pertença às vestimentas tradicionais dos frequentadores da Oktoberfest de Munique, a lederhose não existe só no sul da Alemanha, mas também em outras áreas alpinas, como Suíça, Áustria e norte da Itália, na região do Tirol do Sul.
Erro 2: lederhosen são iguais em toda parte. Não: cada região tem sua própria. Um exemplo: as chamadas "latz", que possuem botões de chifre de cervo, são consideradas tipicamente bávaras. Já as com bordados podem ser encontradas também na Áustria. Os homens sempre as usam com suspensórios.
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Perfeitas para o campo
Erro 3: as calças de couro são desconfortáveis. Feitas para o trabalho duro no campo, seu material – couro de ovelha curtido, pele de cabra para os pobres ou pele de veado para os mais prósperos – faz as calças mais leves, macias e duráveis. Elas protegem de intempéries, mantendo quem a veste sempre seco – fresco no calor e quente no frio.
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Um homem, a cerveja e um plano
Erro 4: as calças de couro tradicionais sempre foram populares. No século 19, súbito elas ficaram "out", consideradas vestimenta dos menos sofisticados, e entraram em extinção. Mas em agosto de 1883, o professor bávaro Josef Vogl teve uma ideia: juntamente com seus companheiros de copo, fundou uma associação para a preservação da lederhose.
Vestimenta real
Erro 5: reis não usam lederhose. A iniciativa da Vogl rapidamente atraiu seguidores: no fim do século 19 a peça experimentou uma ascensão social, passando de roupa de camponês a acessório de lazer de burgueses e reis. O rei bávaro Ludwig 2° apoiou Vogl e tornou as calças conhecidas além da Baviera. Franz Josef da Áustria a vestia para caçar com o príncipe herdeiro Rudolf (foto).
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Lederhose e o nazismo
Erro 6: calças de couro são apolíticas. Os nazistas as exploraram e as transformaram num símbolo de sua ideologia. Eles as idealizaram e a elevaram a um fetiche das tradições alpinas. Em 1938, os nazistas proibiram todos os judeus e os não "arianos" de usar a vestimenta.
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Sob as vistas da Igreja
Erro 7: lederhosen são tipicamente cristãs. A Igreja Católica não ficou satisfeita com o renascimento das calças de couro, considerando-as desrespeitosas, por serem curtas. Por isso, muitos padres não as permitem durante a missa. Em 1913 o arcebispo de Munique as declarou imorais. Em Berlim é possível até se casar usando calça de couro.
Foto: picture-alliance/dpa
Na trilha da globalização
Erro 8: não é possível fazer negócios internacionais com as calças de couro germânicas. Sua produção está crescendo em todo o mundo. Muitas fábricas de lederhose estão localizadas na Índia, Hungria e Sri Lanka; o couro vem do Paquistão ou da Nova Zelândia. Não faltam nem mesmo modelos para cães.
Foto: dpa
Para todos os bolsos
Erro 9: elas são caras. Quem quiser comprar lederhose, pode escolher entre uma variedade de modelos. A mais barata, feita de couro de vaca, custa menos de 100 euros. Os modelos caros, de couro de cervo, podem chegar a mais de mil euros. Uma dica: tenha em mente que as calças se expandem com o calor do corpo. Não há nada pior que uma calça de couro larga demais.
Foto: almliebe
Pergunta que não cala: com ou sem?
Erro 10: todas as questões sobre a lederhose estão respondidas. Na Oktoberfest, ela pode ser vista em todas as suas variações: curta, longa, roxa, marrom. Fãs de todo o mundo as vestem orgulhosamente durante o evento em Munique. Mas uma pergunta teima em permanecer em aberto: é melhor trajar a peça com ou sem roupa de baixo?