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Muro de Berlim tem pichação "Ele Não" removida

Marcio Damasceno
13 de outubro de 2018

Um dia após aparecer em trecho tombado no centro da capital alemã, slogan de movimento contra presidenciável Jair Bolsonaro é apagado do monumento. Vídeo de brasileira sobre grafite viralizou nas redes sociais.

Grupo de turistas diante do Trecho do Muro de Berlim na rua Niederkirchnerstrasse
Muro de Berlim após remoção de pichação recente: construção é preservada com "marcas da destruição da época"Foto: DW/M. Damasceno

Uma pichação com a frase "Ele Não" foi removida nesta sexta-feira (12/10) de um trecho do Muro de Berlim localizado no centro da capital alemã, dentro do memorial Topografia do Terror. A restauração foi realizada por uma empresa especializada em remoção de grafites.

O grafite, na cor vermelha e acompanhado do desenho de uma suástica riscada, foi descoberto na manhã desta quinta-feira, juntamente com outra inscrição com letras estilizadas em azul escuro (chamadas de "tag" pelos grafiteiros).

As duas pichações estavam a poucos metros de distância uma da outra e possivelmente tiveram os mesmos autores. A assessoria de imprensa do memorial não esteve acessível neste sábado para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido.

Grafite foi apagado um dia após aparecer no Muro de BerlimFoto: Privat

Segundo informações de um membro da segurança do memorial – onde um trecho original do antigo Muro de Berlim se encontra, preservado para visitação pública –, câmeras de vídeo de segurança possivelmente registraram o momento em que a pichação foi feita.

O funcionário do Topografia do Terror, que não quis se identificar, não confirmou se a instituição realmente possui imagens dos autores nas câmeras de segurança, nem se houve queixa policial por suposto ato de vandalismo.

Um vídeo de uma brasileira denunciando a pichação no Muro de Berlim viralizou nesta semana nas redes sociais.

O movimento de mulheres #EleNão foi iniciado nas redes sociais visando criticar posições machistas e misóginas do candidato à Presidência Jair Bolsonaro. Manifestantes saíram às ruas no último dia 29 de setembro em dezenas de cidades do Brasil e do exterior para demonstrar repúdio à candidatura do presidenciável.

Especialista apaga um dos grafites recentes: pichações mantidas no trecho são da época da queda do MuroFoto: Privat

Grafite realizado em patrimônio público ou privado sem permissão do proprietário é considerado ato de vandalismo que, segundo a lei alemã, pode ser passível de punição que vai de multa a até três anos de prisão.

Casos de pichação no Muro de Berlim não são incomuns, mas dificilmente os autores são encontrados. Em junho passado, a mídia alemã divulgou o caso de dois espanhóis, de 17 e 18 anos, flagrados pela polícia grafitando em um trecho situado no bairro de Friedrichshain, conhecido como East Side Gallery, e que exibe uma série de pinturas murais e também pichações feitas ilegalmente por turistas que visitam o lugar. Os jovens grafiteiros foram liberados em seguida, mas respondem processo por danos ao patrimônio público.

O trecho do Muro de Berlim existente na rua Niederkirchnerstrasse, no centro da capital alemã e com cerca de 200 metros de comprimento, foi incorporado pelo Topografia do Terror, uma das atrações turísticas de Berlim, situado na antiga sede da polícia secreta nazista, a Gestapo. O memorial informa, em sua página na internet, que aquele trecho é preservado com todas as "marcas da destruição do tempo da queda do Muro", que incluem buracos e grafites originais da época, tendo sido tombado pelo patrimônio histórico em 1990.

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