1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Artes plásticas

1 de janeiro de 2011

Mais de 100 milhões de pessoas visitam anualmente os museus da Alemanha. Grandes exposições são os maiores sucessos de público. Mas, mesmo longe das multidões, há ainda muito a descobrir, como no Museu Arp, por exemplo.

Às margens do Reno, lugar é dica de programa dominicalFoto: Laura Padgett

"Temos apenas três anos de existência, o que é muito pouco para um museu, mas já conseguimos nos estabelecer com um programa de bastante alto nível", diz Oliver Kornhoff, diretor do Museu Arp (cujo nome original é Arp Museum Bahnhof Rolandseck), na estação ferroviária de Rolandseck, às margens do rio Reno, no oeste da Alemanha.

Vários fatores atraem os turistas, como o prédio neoclássico da estação de trem, restaurado magnificamente, que exala um ar de passeio de domingo e frescor de verão. Antigamente, daqui os viajantes embarcavam nos vapores do Reno ou em carruagens, agora turistas modernos surgem dos trens regionais da linha ferroviária entre Colônia e Koblenz, para combinar o prazer da arte com uma caminhada saudável às margens do idílico Reno.

O prédio neoclássico foi cuidadosamente restauradoFoto: picture-alliance / dpa/dpaweb

Em 2007, foi construído um novo prédio anexo, uma estrutura branca, arejada, cheia de luz, de autoria do famoso arquiteto americano Richard Meier. Ambas as partes estão interligadas por uma passagem subterrânea e uma imponente torre de elevador – a partir da qual é possível ter uma vista espetacular sobre o Vale do Reno. "Essa integração, com vista para uma natureza maravilhosa, é uma coisa única, que só nós temos", diz Oliver Kornhoff.

Arte, literatura, música

Floresta, água, montanha e árvore, paisagens fluvial e linhas urbanas, assim como locais para caminhadas e a atmosfera romântica do Reno são temas refletidos por artistas contemporâneos em 2011. Mesmo que, como salienta Kornhoff, o museu não queira ser um "mausoléu de Arp", o nome do patrono está sempre presente, de uma ou outra maneira.

Hans Arp nasceu em 1886 em Estrasburgo, morreu em 1966 na Basileia. Foi pintor, escultor, poeta surrealista e dadaísta. Mas o complexo é mais do que um refúgio para as artes visuais. É uma estação cultural, no melhor sentido.

Interior do museu, com esculturas de Daniel SpoerriFoto: VG Bild-Kunst

Escritores famosos, como Martin Walser ou a Prêmio Nobel Herta Müller vêm participar de leituras e saraus literários. Conjuntos musicais e solistas de vários países são destaques em noites de música de câmara do mais alto nível.

Arte, público, dinheiro

As atividades educativas da instituição em 2010 foram amplas. Foram realizados 250 workshops, entre ofertas para crianças, cursos de arte para adultos, formação de professores. Além de 500 visitas guiadas através das exposições. A sociedade privada de apoio ao museu cresceu, dispondo hoje de 100 membros.

Apesar disso, os responsáveis pelo Museu Arp têm lá suas preocupações. Em 2010, houve uma redução significativa no número de visitantes, assim como em muitos outros museus alemães. Oliver Kornhoff acredita que as pessoas gastem menos em cultura em tempos de recursos escassos. Quanto dinheiro estará disponível para ele e sua equipe no próximo ano, também ainda não está claro. O governo do estado da Renânia-Palatinado é que decide sobre o orçamento do Museu Arp.

Construído em 2007, anexo (ao fundo) foi projetado por Richard MeierFoto: Landes-Stiftung Arp Museum Bahnhof Rolandseck

Os museus alemães são hoje muitas vezes "aparelhos administrativos pragmáticos" ou "cínicas máquinas de visitantes da indústria cultural", como se queixou certa vez um colecionador de arte. Mas o museu da cidade de Rolandseck não quer ser incluído nesta categoria.

No entanto, Oliver Kornhoff afirma querer "tornar as pessoas mais curiosas". E a gerente de Marketing, Claudia Seifert, complementa: "A internacionalização é a próxima etapa". Materiais informativos e audioguias em inglês logo deverão estar disponíveis para os visitantes do exterior. Mas, mesmo assim, o lugar ainda estará suficientemente distante de ser uma gigantesca máquina de arte.

Autora: Cornelia Rabitz (md)
Revisão: Roselaine Wandscheer

Pular a seção Mais sobre este assunto