"Estamos abrindo espaço para o próximo presidente", afirma Madame Tussauds, dias antes das eleições nos EUA. Estátua do americano aparece rodeada de sacos de lixo.
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O museu de cera Madame Tussauds em Berlim, na Alemanha, colocou a estátua do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dentro de uma lixeira – uma medida aparentemente destinada a refletir suas expectativas para as eleições presidenciais da próxima terça-feira (03/11).
Em foto publicada pelo museu no Instagram, a figura de cera do republicano aparece rodeada de sacos de lixo e tuítes ficcionais impressos em papelão, com as frases "Você está demitido", "Fake News!" e "Eu amo Berlim". Um boné com o slogan de Trump "Make America Great Again" (fazer os Estados Unidos grandes novamente) também aparece no lixo.
"As eleições nos Estados Unidos estão iminentes e estamos abrindo espaço para o próximo presidente", dizia a legenda da postagem na rede social.
A gerente de marketing do museu berlinense, Orkide Yalcindag, explicou que a ação "tem mais um caráter simbólico antes das eleições nos Estados Unidos". "Nós aqui no Madame Tussauds Berlim removemos a peça de cera de Donald Trump como medida preparatória."
No que parecia mais um insulto calculado, a estátua de seu antecessor, o ex-presidente democrata Barack Obama – que contou com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, entre seus aliados mais próximos –, permaneceu intacta no mesmo lugar, logo ao lado.
No Instagram, o Madame Tussauds informou ainda que a peça de Trump no lixo poderia ser vista somente até este domingo, antes do fechamento do museu durante o lockdown parcial na Alemanha devido ao coronavírus, que começa nesta segunda-feira, 2 de novembro.
Além de Obama, a exibição do museu na capital alemã também inclui outros ex-presidentes americanos. Portanto, independentemente do resultado das eleições de terça-feira, Trump deverá voltar a ser exposto em sua configuração original.
Após quatro anos no cargo, o presidente americano tenta agora a reeleição, mas pesquisas apontam como altas as chances de seu adversário democrata, Joe Biden, vencer o pleito.
EK/rtr/ots
Que poderes tem o presidente americano?
Muitos pensam que quem chefia a Casa Branca tem a supremacia política mundial. Mas não é bem assim: os poderes do presidente dos Estados Unidos são limitados por instrumentos democráticos.
Foto: Klaus Aßmann
O que diz a Constituição
O presidente dos EUA é eleito por quatro anos, com direito a uma reeleição. Ele é, ao mesmo tempo, chefe de Estado e de governo. Cerca de quatro milhões de pessoas trabalham no Executivo americano, incluindo as Forças Armadas. É tarefa do presidente implementar as leis aprovadas pelo Congresso. Como o mais alto diplomata, ele pode receber embaixadores − e assim reconhecer outros Estados.
Foto: Klaus Aßmann
Controle entre os Poderes
Os Três Poderes se influenciam mutuamente, de forma que limitam o poder um do outro. O presidente pode conceder indultos a pessoas condenadas e nomear juízes federais − mas somente com a aprovação do Senado. O presidente também nomeia seus ministros e embaixadores − se aprovados pelo Senado. Esta é uma das formas de o Legislativo controlar o Executivo.
Foto: Klaus Aßmann
A importância do Estado da União
O presidente informa o Congresso sobre a situação do país no pronunciamento chamado Estado da União. Embora não esteja autorizado a apresentar propostas de leis ao Congresso, o presidente americano pode apresentar ali os temas que acha importantes e, assim, pressionar o Congresso a tomar atitudes. Mas não mais do que isso.
Foto: Klaus Aßmann
Ele pode dizer "não"
Quando o presidente devolve um projeto de lei ao Congresso sem sua assinatura, isso significa que ele o vetou. Esse veto só pode ser anulado pelo Congresso com uma maioria de dois terços em ambas as câmaras (Câmara dos Representantes e Senado). Segundo dados do Senado, em toda a história, dos pouco mais de 1.500 vetos, apenas 111 foram anulados, ou seja, 7%.
Foto: Klaus Aßmann
Pontos indefinidos
A Constituição e as decisões da Suprema Corte não explicitam claramente quanto poder o presidente tem. Um truque permite um segundo tipo de veto, o "veto de bolso". Sob certas circunstâncias, o presidente pode "embolsar" um projeto de lei e assim ele não terá validade. O Congresso não pode anular esse veto. O truque já foi usado mais de mil vezes.
Foto: Klaus Aßmann
Instruções com poder de lei
O presidente pode ordenar aos funcionários do governo que cumpram suas responsabilidades. Essas ordens, conhecidas como "executive orders", têm força de lei. Ninguém precisa ratificá-las. Mesmo assim, o presidente não pode fazer o que bem entender. Tribunais podem derrubar essas ordens ou o Congresso pode aprovar uma lei contra elas. Ou então o próximo presidente pode simplesmente revogá-las.
Foto: Klaus Aßmann
Pequena autonomia
O presidente pode negociar acordos com outros governos, mas no final eles têm que ser aprovados por uma maioria de dois terços pelo Senado. Para contornar isso, em vez de acordos, os presidentes usam "acordos executivos", são documentos governamentais que não requerem a aprovação do Congresso. Eles podem ser aplicados desde que o Congresso não se oponha ou aprove leis que invalidem o acordo.
Foto: Klaus Aßmann
Congresso pode intervir
O presidente é o comandante supremo das Forças Armadas, mas é o Congresso que pode declarar guerra. Não está definido até que ponto um presidente pode comandar soldados em um conflito armado sem aprovação prévia. Isso aconteceu na Guerra do Vietnã, quando o Congresso interveio por lei após achar que o presidente extrapolou sua competência.
Foto: Klaus Aßmann
Impeachment e rejeição do Orçamento
Se um presidente abusar de seu cargo ou cometer algum crime, a Câmara dos Representantes pode iniciar um processo de impeachment. Isso já aconteceu três vezes na história americana, mas sem sucesso. No entanto, existe uma ferramenta mais poderosa para tolher o presidente: por ser responsável pela aprovação do Orçamento público, o Congresso pode vetá-lo e, assim, paralisar o trabalho do governo.