Museu devolve a família judia pintura roubada pelos nazistas
11 de fevereiro de 2022
Obra "Blumenstilleben", do expressionista alemão Lovis Corinth, foi devolvida pelo governo belga a herdeiros legítimos dos antigos proprietários. Quadro havia sido confiscado durante a Segunda Guerra Mundial.
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A obra Blumenstilleben, que o expressionista alemão Lovis Corinth pintou em 1913, já esteve pendurada na sala de estar de Gustav e Emma Mayer. Fugindo dos nazistas, o casal judeu se estabeleceu em Bruxelas, na Bélgica – mas novamente foi perseguido pelos alemães.
Embora os Mayer e seus três filhos tenham conseguido fugir para a Inglaterra em 1938, alguns de seus pertences permaneceram em um depósito na capital da Bélgica - e foram confiscados pelos nazistas, entre eles, a obra de arte.
Após a Segunda Guerra Mundial, a pintura foi recuperada pelo especialista em arte Leo Van Puyvelde, que pertencia a um comitê aliado para a proteção e restituição de bens culturais. Em 1951, a obra foi entregue aos Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica.
Agora, 71 anos depois, o quadro finalmente voltou às mãos da família Mayer. Nesta quinta-feira (10/02), ele foi oficialmente entregue aos herdeiros legítimos dos antigos proprietários. O advogado da família, Imke Gielen, recebeu a escritura.
Primeira restituição de arte saqueada
Foi a primeira vez que os Museus Reais de Bruxelas devolveram uma obra de arte declarada saqueada.
O secretário de Estado responsável pelo caso, Thomas Dermine, falou que o desfecho é um "forte sinal". "Mesmo décadas depois, a justiça pode prevalecer", comentou.
O caso dos Mayer, infelizmente, não é exceção. Muitas obras foram saqueadas pelos nazistas. Uma nova sala com sete obras de origem desconhecida, provavelmente roubadas durante a Segunda Guerra Mundial, foi inaugurada no museu.
Além disso, já está disponível um banco de dados online com cerca de 2.800 obras de arte que caíram nas mãos do Estado belga após a Segunda Guerra Mundial. O objetivo é ajudar a identificar outros possíveis proprietários.
le (DPA, AFP)
Os mais espetaculares roubos de obras de arte da história
Armados, disfarçados de policiais ou de turistas, ladrões entraram para a história ao roubar valiosas pinturas e objetos de museus – da "Mona Lisa" a uma moeda de ouro de 100 quilos.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Van Weel
Quando o sorriso de Mona Lisa desapareceu
Em 1911, o retrato feminino mais famoso do mundo – "Mona Lisa", de Leonardo da Vinci – foi roubado. Um jovem italiano, Vincenzo Peruggia, furtou a imagem do Louvre depois de se vestir como um empregado do museu parisiense e esconder a obra debaixo do casaco. A pintura reapareceu em 1913, após um comerciante de arte denunciar Peruggia à polícia.
Foto: picture alliance/Mary Evans Picture Library
A pintura mais roubada
O retrato de "Jacques 3º de Gheyn", de Rembrandt, foi roubado quatro vezes da Dulwich Picture Gallery, no Reino Unido, em 1966, 1973, 1981 e 1986. Por isso, a pintura também é conhecida como "o Rembrandt para viagem". Também após o último roubo, a obra de arte felizmente foi recuperada.
Foto: picture-alliance/akg-images
Misterioso roubo em Boston
Em 1990, o roubo de 13 pinturas do Museu Isabella Steward Gardner, em Boston, nos EUA, atraiu a atenção internacional. Dois homens disfarçados de policiais invadiram o prédio e roubaram, entre outras obras de arte, "Chez Tortoni", de Édouard Manet, e "O Concerto" (foto), de Jan Vermeer. Até hoje, as molduras, sem os quadros, permanecem penduradas no local.
Foto: Gemeinfrei
O roubo espetacular de pinturas de Van Gogh
Em 1991, sem ser notado, um homem se fechou num banheiro do Museu Van Gogh, em Amsterdã, e roubou 20 pinturas com a ajuda de um supervisor. Entre elas, estavam o "Autorretrato diante do cavalete" (foto). No entanto, a polícia conseguiu recuperar as obras roubadas apenas uma hora depois, no veículo usado na fuga. Depois de alguns meses, os ladrões foram presos.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Van Weel
"Virgem do fuso" desaparecida
A pintura de Leonardo da Vinci, avaliada em até 70 milhões de euros, foi roubada em 2003 de um castelo na Escócia. Dois ladrões, que entraram na exposição como turistas, dominaram o guarda do Castelo de Drumlanrig e fugiram com a obra. A imagem ficou desaparecida por quatro anos. Somente em 2007 ela foi recuperada após uma batida policial realizada em Glasgow.
Foto: picture-alliance/dpa
Roubo armado no Museu Munch
Em 2004, "O grito" e "Madonna", do expressionista Edvard Munch, foram roubadas em Oslo. Dois criminosos armados invadiram o Museu Munch e furtaram as obras diante de várias testemunhas. Durante uma busca, a polícia recuperou as duas pinturas. Porém, o estado de "O grito" era tão ruim que o quadro não pôde ser totalmente restaurado.
Foto: picture-alliance/dpa/Munch Museum Oslo
Roubo milionário na Suíça
Em 2008, ladrões armados roubaram quatro pinturas no valor de 180 milhões de francos suíços do museu privado Fundação Coleção Emil G. Bührle, em Zurique: "Rapaz de colete vermelho", de Paul Cézanne; "Conde Lepic e suas filhas", de Edgar Degas; "Amendoeira em flor", de Vincent Van Gogh; e "Campo de papoulas perto de Vétheuil" (foto), de Claude Monet. Todos foram recuperados.
Foto: picture-alliance/akg-images
Moeda de ouro de 100 quilos em Berlim
Em março de 2017, uma moeda de ouro de 100 quilos, com valor nominal de 1 milhão de dólares, foi roubada do Museu Bode, em Berlim. Os ladrões provavelmente usaram uma escada para entrar no edifício. A moeda, chamada de "Big Maple Leaf", é originária do Canadá, tem 53 centímetros de diâmetro e três centímetros de espessura. Na parte frontal, ela traz o retrato da rainha Elizabeth 2ª.
Foto: picture-alliance/dpa/F.May
2019: Roubo na Abóbada Verde em Dresden
Três conjuntos de joias foram roubados no museu Grünes Gewölbe (Abóbada Verde), no Palácio Real em Dresden, em 25 de novembro de 2019. Investigações iniciais apuraram que os ladrões entraram por uma janela e quebraram as vitrines, como mostra um vídeo.