Espaço voltado para as crianças está sem luz e não tem condições financeiras para substituir fiação. Com agravamento da crise econômica, furtos de cabos se tornaram comuns na Venezuela.
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O Museu das Crianças em Caracas fechou nesta quinta-feira (19/07) suas portas depois de 37 anos de funcionamento devido a um roubo de cabos que deixou grande parte de suas atrações sem energia elétrica. A instituição não tem condições financeiras para arcar com as despesas do conserto.
"Desde o dia 14 de julho, o edifício principal, nosso edifício sede, está totalmente sem luz. Os cabos de alta tensão que estavam no local foram levados", afirmou o diretor da unidade educacional do museu, Darwin Sánchez. Fundada em 1982, a instituição foi a primeira do gênero na América Latina.
O roubo de cabos se tornou uma prática comum na Venezuela com o agravamento da crise econômica. Há anos, o país enfrenta uma escassez de alimentos, produtos básicos e medicamentos somada a uma hiperinflação. Mais de 4 milhões de venezuelanos já deixaram o país desde 2015.
Segundo Sánchez, o conserto dos danos causados pelo roubo foi avaliado em 15 mil dólares, cerca de 56 mil reais, e a fundação privada sem fins lucrativos que administra o museu não tem condições para arcar com essa despesa. O diretor afirmou que a instituição espera repostas da companhia estatal de eletricidade enquanto pensa em alternativas para poder reabrir as portas.
O apagão no local afetou o prédio com as exposições de ecologia, biologia, comunicação e física. "Somos um museu interativo e 100% das nossas instalações precisam de eletricidade", acrescentou Sánchez.
O museu completará 37 anos em agosto e é voltado a aproximar as crianças da ciência e tecnologia.
A moeda venezuelana não vale praticamente nada. Mudando seu nome para "bolívar soberano" e cortando cinco zeros, o governo Maduro promete melhorar a economia. Mas segundo especialistas a inflação seguirá descontrolada.
Foto: Reuters/C. G. Rawlins
Frango milionário
Quem quer fazer compras na capital venezuelana, Caracas, tem que enfrentar longas filas e, até antes da reforma monetária, trazer montes de dinheiro vivo. Esse frango de pouco mais de dois quilos custava 14,6 milhões de bolívares, o equivalente a dois euros. As fotos desta galeria são de Carlos Garcia Rawlins, da agência Reuters.
Foto: Reuters/C. G. Rawlins
Dinheiro sem valor
Cerca de 5 milhões de bolívares era o que se cobrava por um quilo de tomates. Apenas cerca de 40 centavos de euro, mas para os venezuelanos, muito mais, já que seus salários e economias se desvalorizam a cada dia. Segundo o FMI, em 2018 a inflação no país poderá chegar a 1 milhão por cento.
Foto: Reuters/C. G. Rawlins
Fuga em massa
Quem precisa de papel higiênico, paga 2,6 milhões de bolívares por um rolo – se conseguir achar o artigo, pois é quase impossível obter muitos produtos do dia a dia. Os gargalos de abastecimento já levaram mais de 2 milhões de habitantes a deixar país, segundo dados da ONU.
Foto: Reuters/C. G. Rawlins
Higiene como luxo
Um pacote de absorventes custava 5,5 milhões de bolívares, até que, em 20 de agosto de 2018, o governo socialista de Nicolás Maduro cortou cinco zeros da moeda nacional. Novas cédulas estão sendo impressas.
Foto: Reuters/C. G. Rawlins
O próprio peso em dinheiro
Dois milhões e meio de bolívares pesam mais ou menos um quilo, e com eles se pode comprar, justamente, um quilo de arroz. A nova moeda se chama bolívar soberano. Mas esta não é primeira reforma monetária sob o governo socialista na Venezuela.
Foto: Reuters/C. G. Rawlins
"Forte"... "soberano"...
Um pacote de fraldas passará de 8 milhões de bolívares a 80 bolívares soberanos. Menos de dez anos atrás, o governo venezuelano já substituíra o bolívar pelo bolívar fuerte, cortando três zeros.
Foto: Reuters/C. G. Rawlins
Mudança em vão
Com a nova moeda, este quilo de queijo passará a custar "apenas" 75 bolívares soberanos. No entanto, especialistas partem do princípio que a inflação seguirá galopante, como nos anos anteriores. A reforma monetária provavelmente não trará nenhum benefício à população da Venezuela.