Museu francês descobre que metade de seu acervo é falso
28 de abril de 2018
Mais de 80 obras expostas em museu dedicado ao francês Étienne Terrus, em Elne, nunca foram pintadas pelo artista. Segundo especialista, alguns quadros retratavam edifícios construídos após a morte do pintor.
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Um museu dedicado ao pintor francês Étienne Terrus, localizado na cidade de Elne, no sul da França, descobriu que mais da metade das obras de seu acervo são falsas e nunca foram pintadas pelo artista, segundo revelou a imprensa do país neste sábado (28/04).
O escândalo foi descoberto pelo historiador de arte Eric Forcada, que, após reformas no museu francês, começou a suspeitar da veracidade de algumas das pinturas da coleção.
O elemento-chave, segundo a emissora de rádio local France Bleu, foi que alguns desses quadros retratavam edifícios construídos somente após a morte de Terrus, em 1922.
Diante da suspeita, uma comissão de especialistas foi criada para analisar todo o acervo do museu, concluindo mais tarde que 82 das obras – cerca de 60% do total – não poderiam ser atribuídas ao pintor.
A Câmara Municipal de Elne, uma pequena cidade na Catalunha francesa, apresentou uma denúncia por falsificação e estimou que o prejuízo causado pelas obras ilegítimas tenha sido de 160 mil euros.
As pinturas, desenhos e aquarelas foram adquiridos ao longo de duas décadas pelo município para integrarem o museu Terrus, dedicado ao artista que nasceu e morreu na cidade.
"Eu me coloco no lugar dos visitantes que pagaram pelo ingresso e viram obras falsas. É inaceitável", declarou o prefeito de Elne, Yves Barniol. A entrada no museu custa 3 euros.
Segundo a rádio France Bleu, a investigação aberta pelas autoridades francesas contra o tráfico de obras de arte inclui outros artistas, e o prejuízo pode se estender por toda a região.
Étienne Terrus nasceu em 1857 e morreu em 1922 em Elne, embora tenha vivido maior parte da vida em Roussillon, também no departamento francês dos Pirineus Orientais. Amigo próximo do pintor Henri Matisse, seus pincéis costumam retratar as paisagens da região.
EK/efe/lusa/ots
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Os mais espetaculares roubos de obras de arte da história
Armados, disfarçados de policiais ou de turistas, ladrões entraram para a história ao roubar valiosas pinturas e objetos de museus – da "Mona Lisa" a uma moeda de ouro de 100 quilos.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Van Weel
Quando o sorriso de Mona Lisa desapareceu
Em 1911, o retrato feminino mais famoso do mundo – "Mona Lisa", de Leonardo da Vinci – foi roubado. Um jovem italiano, Vincenzo Peruggia, furtou a imagem do Louvre depois de se vestir como um empregado do museu parisiense e esconder a obra debaixo do casaco. A pintura reapareceu em 1913, após um comerciante de arte denunciar Peruggia à polícia.
Foto: picture alliance/Mary Evans Picture Library
A pintura mais roubada
O retrato de "Jacques 3º de Gheyn", de Rembrandt, foi roubado quatro vezes da Dulwich Picture Gallery, no Reino Unido, em 1966, 1973, 1981 e 1986. Por isso, a pintura também é conhecida como "o Rembrandt para viagem". Também após o último roubo, a obra de arte felizmente foi recuperada.
Foto: picture-alliance/akg-images
Misterioso roubo em Boston
Em 1990, o roubo de 13 pinturas do Museu Isabella Steward Gardner, em Boston, nos EUA, atraiu a atenção internacional. Dois homens disfarçados de policiais invadiram o prédio e roubaram, entre outras obras de arte, "Chez Tortoni", de Édouard Manet, e "O Concerto" (foto), de Jan Vermeer. Até hoje, as molduras, sem os quadros, permanecem penduradas no local.
Foto: Gemeinfrei
O roubo espetacular de pinturas de Van Gogh
Em 1991, sem ser notado, um homem se fechou num banheiro do Museu Van Gogh, em Amsterdã, e roubou 20 pinturas com a ajuda de um supervisor. Entre elas, estavam o "Autorretrato diante do cavalete" (foto). No entanto, a polícia conseguiu recuperar as obras roubadas apenas uma hora depois, no veículo usado na fuga. Depois de alguns meses, os ladrões foram presos.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Van Weel
"Virgem do fuso" desaparecida
A pintura de Leonardo da Vinci, avaliada em até 70 milhões de euros, foi roubada em 2003 de um castelo na Escócia. Dois ladrões, que entraram na exposição como turistas, dominaram o guarda do Castelo de Drumlanrig e fugiram com a obra. A imagem ficou desaparecida por quatro anos. Somente em 2007 ela foi recuperada após uma batida policial realizada em Glasgow.
Foto: picture-alliance/dpa
Roubo armado no Museu Munch
Em 2004, "O grito" e "Madonna", do expressionista Edvard Munch, foram roubadas em Oslo. Dois criminosos armados invadiram o Museu Munch e furtaram as obras diante de várias testemunhas. Durante uma busca, a polícia recuperou as duas pinturas. Porém, o estado de "O grito" era tão ruim que o quadro não pôde ser totalmente restaurado.
Foto: picture-alliance/dpa/Munch Museum Oslo
Roubo milionário na Suíça
Em 2008, ladrões armados roubaram quatro pinturas no valor de 180 milhões de francos suíços do museu privado Fundação Coleção Emil G. Bührle, em Zurique: "Rapaz de colete vermelho", de Paul Cézanne; "Conde Lepic e suas filhas", de Edgar Degas; "Amendoeira em flor", de Vincent Van Gogh; e "Campo de papoulas perto de Vétheuil" (foto), de Claude Monet. Todos foram recuperados.
Foto: picture-alliance/akg-images
Moeda de ouro de 100 quilos em Berlim
Em março de 2017, uma moeda de ouro de 100 quilos, com valor nominal de 1 milhão de dólares, foi roubada do Museu Bode, em Berlim. Os ladrões provavelmente usaram uma escada para entrar no edifício. A moeda, chamada de "Big Maple Leaf", é originária do Canadá, tem 53 centímetros de diâmetro e três centímetros de espessura. Na parte frontal, ela traz o retrato da rainha Elizabeth 2ª.
Foto: picture-alliance/dpa/F.May
2019: Roubo na Abóbada Verde em Dresden
Três conjuntos de joias foram roubados no museu Grünes Gewölbe (Abóbada Verde), no Palácio Real em Dresden, em 25 de novembro de 2019. Investigações iniciais apuraram que os ladrões entraram por uma janela e quebraram as vitrines, como mostra um vídeo.