Museu percebe roubo após devolução de obra pela polícia
19 de janeiro de 2021
Autoridades encontram pintura de 500 anos em apartamento em Nápoles e constatam que furto passou despercebido. Museu está fechado há meses devido à pandemia e não tinha sinais de arrombamento.
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A polícia italiana encontrou num apartamento em Nápoles uma pintura de 500 anos roubada de um museu que sequer tinha percebido que a obra havia sumido. A cópia do quadro Salvator Mundi, atribuído a Leonardo da Vinci, foi devolvida à igreja onde ela ficava exposta, que somente no momento da devolução se deu conta do roubo.
Autoridades afirmaram nesta segunda-feira (18/01) que o dono do apartamento, de 36 anos, foi preso sob suspeita de receptar bens roubados. A obra foi encontrada dentro de um armário no seu quarto. O suspeito alegou que comprou a pintura num mercado de pulgas. Uma arma foi encontrada no local.
Retratando Jesus com uma mão erguida e outra segurando uma bola de cristal, o quadro pertence à coleção do Museu Doma na Igreja de San Domenico Maggiore, em Nápoles. A obra é uma cópia de Salvator Mundi, que foi arrematada em leilão por cerca de 450 milhões de dólares, supostamente a mando do príncipe-herdeiro saudita Mohammed bin Salman.
O quadro foi levado do museu sem que ninguém percebesse o roubo. O local está fechado há meses devido às restrições impostas para conter o avanço da pandemia de covid-19. Dessa forma, o furto da obra não havia sido reportado às autoridades.
"A pintura foi encontrada no sábado graças a uma operação policial brilhante e diligente. Não havia queixa e, de fato, contatamos a igreja que não estava consciente do desaparecimento porque a sala onde estava a pintura não era aberta há três meses", contou o promotor de Nápoles Giovanni Melillo.
A polícia investiga agora como a pintura foi roubada do museu, onde não havia nenhum sinal de arrombamento. Autoridades suspeitam que uma organização de comércio internacional de artes tenha encomendado o furto.
A autoria do quadro datado de 1.500 é atribuída ao artista Giacomo Alibrandi, que fora aluno de Leonardo da Vinci.
CN/rtr/afp
As obras de arte mais caras do mundo
Colecionadores pagam fortunas por obras de artistas famosos. Poucos trabalhos, no entanto, foram comprados por mais de 100 milhões de dólares. Veja as dez obras mais valiosas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Wenig
O mais caro do mundo
A pintura "Salvator mundi" (Salvador do Mundo), de Leonardo da Vinci, foi leiloada em Nova York em 15 de novembro de 2017 por 450 milhões de dólares, tornando-se o quadro mais caro de todos os tempos. A pintura a óleo representando Cristo foi feita em madeira há 500 anos e mede 66 x 46 cm. Não foi revelado quem adquiriu o quadro, que era a última obra conhecida do autor em mãos privadas.
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Picasso está na lista quatro vezes
O quadro "As mulheres de Argel (versão 0)", de Pablo Picasso, foi leiloada em 11 maio de 2015. Por mais de 179 milhões de dólares, a tela mudou de dono na casa Christie's de Nova York. Com essa transação, o pintor moderno espanhol aparece quatro vezes na lista das obras de arte que alcançaram os lances mais altos. E está em excelente companhia.
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Vice-campeão italiano
O pintor italiano Amedeo Modigliani pintou este "Nu deitado" em 1917, três anos antes de morrer. Em novembro de 2015, a tela foi arrematada na Christie's de Nova York por 170,4 milhões de dólares. O novo proprietário é Liu Yiqian, negociante e bilionário de Xangai, China.
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Bacon, o ex-número um
"Três estudos de Lucian Freud" de Francis Bacon era, até maio de 2015, o quadro mais caro já leiloado. Em 2013, os retratos que o inglês fez do também pintor Freud foram arrematados por 142,4 milhões de dólares. O tríptico pertence à colecionadora americana Elaine Wynn.
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Venda privada
O quadro "Adele Bloch-Bauer I" foi pintado pelo austríaco Gustav Klimt em 1907 e é mais conhecido como "Adele Dourada". Em 2006, o empresário americano Ronald Lauder o adquiriu por 135 milhões de dólares para uma galeria em Nova York, onde está exposto. Trata-se de uma venda particular, mas que foi organizada pela casa de leilões Christie's.
Em maio de 2012, a versão em pastel de "O grito", feita pelo norueguês Edvard Munch em 1985, foi leiloada por 119,9 milhões de dólares. Poucos sabem, no entanto, que há quatro versões deste quadro. Ao lado de "Mona Lisa", de Da Vinci, e "Girassóis", de Van Gogh, é um dos quadros mais conhecidos no mundo. O comprador foi o americano Leon Black.
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Monet: recorde do Impressionismo
Em maio de 2019, uma pintura da série "Meules", do pintor francês Claude Monet, foi vendida por US$ 110,7 milhões em um leilão em Nova York, marcando um recorde para o artista e para o Impressionismo. Pintada no inverno de 1890 na casa do artista em Giverny, na região francesa da Normandia, a obra é considerada um dos ícones do Impressionismo.
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Nudez milionária
Pablo Picasso pintou "Nu com folhas verdes e busto" num único dia de 1932, retratando sua amante da época. Em termos atuais, um salário-hora milionário. Em 2010, um colecionador incógnito arrematou a tela pelo telefone, por 106,5 milhões de dólares. Em 2011, foi emprestada à galeria Tate, de Londres.
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"Acidente com carro prata", de Andy Warhol
Em 1963, o artista americano Andy Warhol produziu esta obra, que mostra várias imagens de um acidente de carro. A obra-prima foi leiloada por 105,4 milhões de dólares pela Sotheby's em 2013.
Foto: AUSSCHNITT: picture-alliance/dpa/Sotheby's
Outra obra de Picasso
O óleo "Rapaz com cachimbo" foi pintado por Pablo Picasso em 1905. Ele marca a transição do período azul para rosa do pintor. O quadro foi leiloado em Nova York em 2004 por 104,2 milhões de dólares.
Foto: picture-alliance/dpa
Escultura mais cara
O modernista suíço Alberto Giacometti também quebrou o próprio recorde no leilão de maio de 2015 em Nova York. Sua escultura "Homem apontando" alcançou 141,3 milhões de dólares.
Outra escultura de bronze de Giacometti, "Homem caminhando I" foi arrematada por 103,7 milhões de dólares pela filantropa brasileira Lily Safra. A escultura, de 1960, é considerada uma das mais destacadas obras de arte suíças no século 20. Ainda hoje ela estampa a cédula de 100 francos suíços.