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Museu Judaico de Berlim passa a ser gratuito

Clarissa Schimunda Neher
Clarissa Neher
15 de março de 2021

Instituição anuncia novidade que entrará em vigor a partir da reabertura pós-lockdown. Medida visa ampliar acesso ao local em meio ao crescimento do extremismo de direita na Alemanha.

Museu Judaico de Berlim ganhou nova exposição permanente no ano passadoFoto: Jüdisches Museum Berlin/Yves Sucksdorff

Depois de mais de quatro meses fechados devido ao lockdown imposto na Alemanha para conter o avanço da covid-19, alguns museus de Berlim finalmente começam a reabrir suas portas ao público. A pandemia atingiu em cheio a vida cultural na capital alemã, e muitos espaços estão sofrendo com a falta na arrecadação de ingressos.

Mas, no meio da pandemia, uma notícia positiva para a cultura foi divulgada no final de fevereiro: o Museu Judaico de Berlim anunciou que a entrada em sua exposição permanente passará a ser gratuita a todos os visitantes. A medida passa a valer assim que o local reabrir suas portas.

Dessa forma, a instituição pretende reafirmar seu compromisso de ser um espaço de encontros e aberto ao debate, segundo a diretora do museu, Hetty Berg. Diante do crescente antissemitismo na Alemanha, o museu tem uma responsabilidade especial, ressaltou Berg.

Como já mencionei em outros textos, na Alemanha, o passado não costuma ser varrido para debaixo do tapete. O país faz questão de manter vivos na memória os erros e horrores históricos cometidos para evitar a sua repetição no futuro.

No entanto, infelizmente o extremismo de direita tem ganhado terreno por aqui nos últimos anos. Nesse contexto, ampliar o acesso a um museu voltado a contar a longa história judaica na Alemanha me parece algo fundamental para tentar reverter esse avanço.

Para Berg, a iniciativa ampliará o acesso ao museu a um número muito maior de visitantes, principalmente às camadas mais carentes da sociedade. O governo federal alemão cobrirá as perdas no orçamento da instituição resultantes do fim da cobrança de ingresso. As entradas correspondiam a cerca de 20% da renda anual do local.

Aberto em 2001, o Museu Judaico de Berlim retrata a história da vida judaica na Alemanha desde a Idade Média até os tempos atuais. Em sua curta existência, o local já se tornou um dos museus de maior destaque da Europa.

Até 2017, o museu já tinha recebido mais de 11 milhões de visitantes. Naquele ano, ele foi fechado, e a sua exposição permanente passou por uma reformulação. A reinauguração ocorreu em 23 de agosto do ano passado, em plena pandemia. Poucos meses depois, em novembro, o local teve que fechar as portas novamente devido ao lockdown. Atualmente, ele oferece diversas opções de exposições online, que podem ser acessadas 24 horas por dia.

Apesar do início da flexibilização para a abertura de museus em Berlim a partir de 8 de março, o museu ainda não anunciou quando reabrirá as portas ao público novamente, mas quando isso acontecer, a exposição permanente estará disponível a todos.

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Clarissa Neher é jornalista da DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy. Siga-a no Twitter.

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Checkpoint Berlim

Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Nesta coluna, ela escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.