Galeria de Manchester quer estimular debate com exclusão de pintura do século 19 que mostra ninfas nuas seduzindo um jovem. Visitantes são convidados a opinar sobre decisão.
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A pintura de 1896 Hylas e as ninfas, do artista inglês John William Waterhouse, descreve uma cena da mitologia greco-romana em que um grupo de ninfas nuas seduz um jovem a se afogar num lago, levando-o à morte. Durante anos, ela esteve exposta na Manchester Art Gallery.
Na sexta-feira passada (26/01), o quadro se tornou objeto de um grande debate público depois de ter sido removido da exposição permanente do museu da cidade britânica. De acordo com uma mensagem oficial no blog do museu, a pintura foi retirada porque ela, assim como toda a galeria em que se encontra, "apresenta o corpo feminino de forma 'passivo-decorativa' ou como uma 'femme fatale'".
A galeria se chama Em busca da beleza e apresenta várias pinturas de fins do século 19 que representam corpos femininos nus. A curadora de arte contemporânea Clare Gannaway, da Manchester Art Gallery, afirmou que quer, com o gesto, gerar um debate sobre como imagens desse tipo devem ser exibidas hoje em dia e rejeitou acusações de censura. "Vamos desafiar essa fantasia vitoriana!", diz a mensagem no blog.
Segundo Gannaway, o quadro foi retirado como parte de uma performance artística realizada semana passada e em meio aos atuais debates sobre sexismo, como os inspirados pela campanha #MeToo. No lugar em que estava o quadro, os visitantes do museu são convidados a afixar suas contribuições ao debate, escritas em pequenos papéis. As pessoas também podem opinar pela internet.
A maioria dos comentários na homepage do museu foram críticos. "Tenho medo de que comecemos a mostrar somente o que nos parece aceitável", escreveu um visitante da página. "Estes quadros representam pontos de vista que estão fora de moda há algum tempo, mas acho que isso é muito evidente para os observadores de hoje", escreveu outro. Outros acusaram o museu de trivializar a campanha contra o sexismo.
Mas também houve elogios. Uma pessoa disse que se trata de uma "boa jogada", e outra afirmou que "há muitos peitos neste museu".
Gannaway assegurou, em entrevista ao jornal The Guardian, que são infundadas as suspeitas de que o quadro não vai mais voltar ao lugar em que estava exposto. "Acho que ele provavelmente vai retornar, sim. Mas espero que seja contextualizado de forma diferente. A questão não é apenas essa pintura, mas todo o contexto da galeria", disse.
MD/dpa/dw
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Mulheres no poder
A maioria dos 193 países nas Nações Unidas é governada por homens. Mulheres à frente de uma nação são raras. Mas há exceções. Algumas são bem conhecidas; outras, nem tanto.
Foto: Reuters/Y. Herman
Angela Merkel
Eleita chanceler federal da Alemanha em 2005, foi a primeira mulher a chefiar um governo alemão. Com 62 anos de idade, cumpre seu terceiro mandato e concorre ao quarto nas eleições de setembro próximo. Muitos consideram Merkel a mulher mais poderosa do mundo. Em 2015, a revista americana "Time" escolheu a filha de pastor protestante a "Personalidade do Ano".
Foto: picture alliance/dpa/M.Gambarini
Theresa May
É a segunda primeira-ministra britânica, após Margaret Thatcher, que governou o país na década de 1980. A ex-ministra do Interior, de 60 anos, mudou-se para Downing Street pouco depois do referendo pela saída do Reino Unido da União Europeia, em julho de 2016. Agora ela enfrenta a difícil tarefa de negociar a saída de seu país do bloco.
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Beata Szydlo
A terceira mulher na chefia do governo polonês está há quase um ano no cargo. Em seu primeiro discurso diante do Parlamento, a política do partido conservador Direito e Justiça (PiS) disse ser uma prioridade do governo "garantir a segurança da Polônia e contribuir para a segurança da UE". Beata Szydlo, da 54 anos, é católica devota.
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Tsai Ing-wen
Tsai Ing-wen é a primeira mulher presidente de Taiwan. Por causa de suas críticas à China, após sua posse, em maio último, Pequim congelou as relações com Taiwan. A China é irredutível na posição de que Taiwan, um estreito aliado dos Estados Unidos, algum dia se tornará independente. Tsai Ing-wen assegura que não vai "ceder a qualquer pressão" na questão da soberania.
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Ellen Johnson Sirleaf
A política hoje com 78 anos foi a primeira líder democraticamente eleita, em 2006, não só na Libéria, mas em todo o continente africano. Em 2011, ela e outras duas ativistas da Libéria e do Iêmen receberam o Prêmio Nobel da Paz "por sua luta pacífica pela segurança das mulheres e pelos direitos das mulheres à plena participação no trabalho para garantir a paz".
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Dalia Grybauskaitė
Dalia Grybauskaitėist é a primeira chefe de governo da Lituânia. Da mesma forma como a ex-premiê Thatcher, Grybauskaitė muitas vezes é chamada "dama de ferro". Antes de ser eleita para o governo da Lituânia em 2009, e ser reeleita em 2014, ela conquistou a faixa preta em caratê, ocupou diversos postos no governo de seu país e foi comissária de Programação Financeira e Orçamento da União Europeia.
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Erna Solberg
A Noruega é governada pela segunda mulher, depois de Gro Harlem Brundtland, nos anos 1980 e 1990. Erna Solberg, que tem 56 anos, tornou-se primeira-ministra em 2013. Por causa de sua rígida posição em relação à política de asilo, ela também é chamada "Erna de ferro".
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Saara Kuugongelwa-Amadhila
Ao assumir, em 2015, a política hoje com 49 anos foi a primeira mulher na chefia do governo da Namíbia. Ainda jovem, ela havia se exilado em Serra Leoa. Mais tarde, estudou Economia nos Estados Unidos. Em 1994, ela retornou à Namíbia e iniciou a carreira política.
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No atual mandato, Michelle Bachelet é presidente do Chile desde 2014, mas ela também já esteve neste cargo de 2006 a 2010, quando foi a primeira mulher a ocupar a chefia do governo chileno. Durante a ditadura chilena, ela esteve presa e foi torturada. Mais tarde, viveu no exílio na Austrália e na então Alemanha Oriental, onde estudou Medicina.
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Em 2016, a primeira-ministra de Bangladesh esteve na lista das 100 mulheres mais poderosas do mundo, segundo a revista "Forbes". Hasina Wajed, de 69 anos, governa o oitavo maior país do mundo em número de população – 162 milhões de habitantes – desde 2009. Ela está na política há várias décadas.
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Kolinda Grabar-Kitarovic
Em 2015, foi eleita presidente da Croácia, tornando-se a primeira mulher neste cargo no país. A política de 49 anos já havia ocupado outros postos no governo de seu país e representou a Croácia como embaixadora em Washington. Grabar-Kitarovic também foi a primeira mulher a ser secretária-geral adjunta para a Diplomacia Pública na Otan.