1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Musk formaliza saída do governo Trump em evento de despedida

Publicado 29 de maio de 2025Última atualização 31 de maio de 2025

Após comandar departamento para reduzir gastos na máquina federal, bilionário de ultradireita expressa "decepção" com rumo fiscal e orçamentário adotado pelo governo Trump.

Donald Trump e Elon Musk
Participação do bilionário no governo durou 130 diasFoto: Nathan Howard/REUTERS

O bilionário Elon Musk participou nesta sexta-feira (30/05) de um evento de despedida ao lado do presidente dos EUA, Donald Trump, que oficializou sua saída do governo do republicano.

Ele havia anunciado na última quarta-feira que deixaria seu cargo no após expressar "decepção" com um megaprojeto fiscal e orçamentário do presidente dos Estados Unidos

Durante a cerimônia no Salão Oval, Trump elogiou o trabalho de Musk como chefe do Departamento de Eficiência Governamental.

O republicano disse que Musk continuará sendo um conselheiro próximo. "Elon realmente não está indo embora. Ele vai ficar indo e voltando", afirmou. 

Musk também argumentou que continuará a fazer parte do círculo de conselheiros de Trump. "Espero continuar sendo um amigo e conselheiro e, certamente, se houver algo que o presidente queira que eu faça, estarei à disposição", disse ele.

Meses conturbados na chefia do Doge

Musk, que doou centenas de milhões de dólares para a campanha de Trump em 2024, havia sido designado em janeiro como "assessor" do governo. 

Na prática, ele comandava informalmente o chamado Departamento de Eficiência Governamental, conhecido pela sigla Doge, que se notabilizou por eliminar milhares de empregos no serviço público e programas federais, especialmente na área de cooperação internacional.

O Doge sob Musk também foi regularmente acusado de inflar e distorcer números para propagandear resultados melhores do que os efetivamente alcançados.

Vários dessas iniciativas, somadas ao endosso de Musk a movimentos de ultradireita mundo afora, acabaram por respingar nas empresas do bilionário, provocando movimentos de boicote internacional, que atingiram especialmente a montadora Tesla, que viu suas vendas desabarem na Europa.

Em abril, diante da pressão de acionistas insatisfeitos, Musk já havia anunciado que reduziria seu papel no governo Trump, voltando a focar suas atenções nas empresas. Inicialmente, seu "mandato" no governo Trump havia sido fixado em 130 dias, com fim previsto em 30 de maio. O anúncio da sua saída na quarta-feira deixou claro que não houve interesse em renovar sua participação.

Além disso, Musk também não era visto com unanimidade entre a base de apoio de Trump. Alguns membros radicalmente anti-imigração do movimento trumpista "Maga" criticaram seguidas vezes Musk por seu apoio à manutenção de um programa emissão de vistos para trabalhadores estrangeiros altamente qualificados.

"Decepção" com plano orçamentário de Trump

Agências de notícias apontaram que a saída definitiva de Musk do governo também ocorre após o bilionário demonstrar insatisfação com um projeto orçamentário de Trump, apelidado pelo presidente de "lei grande e bonita", que prevê mais cortes de impostos.

Trata-se do eixo central da agenda de política interna de Trump, que pode definir seu segundo mandato na Casa Branca, após o primeiro de 2017 a 2021.

O pacote foi aprovado na semana passada pela Câmara e agora aguarda análise no Senado.

"Fiquei decepcionado ao ver esse projeto de lei de gastos imensos que, francamente, aumenta o déficit orçamentário", disse Musk em entrevista ao canal CBS News, que teve trechos exibidos na noite de terça-feira.

"Acho que um projeto de lei pode ser grande ou pode ser bonito", declarou Musk à CBS News, "mas não sei se pode ser as duas coisas ao mesmo tempo. É a minha opinião pessoal", disse.

jps/ra (EFE, AFP, ots)