"Não esperemos um milagre", diz ministra alemã sobre vacina
29 de julho de 2020
Chefe da pasta da Pesquisa afirma que vacina contra covid-19 não deve estar amplamente disponível antes de meados de 2021. Governo alemão pretende investir em três empresas que estão desenvolvendo vacinas "promissoras".
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A ministra da Pesquisa da Alemanha, Anja Karliczek, disse nesta quarta-feira (29/07) que é improvável que uma vacina contra a covid-19 esteja amplamente disponível antes de meados do próximo ano.
"Não devemos esperar um milagre", afirmou Karliczek em entrevista coletiva, reforçando que contratempos são sempre possíveis. "Devemos partir do pressuposto de que vacinas estarão disponíveis para a população em geral somente em meados do próximo ano, no mínimo."
A ministra também anunciou que o governo da Alemanha planeja repassar fundos de um programa especial de 750 milhões de euros (cerca de 4,5 bilhões de reais) para três empresas alemãs que estão desenvolvendo vacinas “promissoras": Biontech, de Mainz, CureVac, de Tübingen, e IDT Biologika, de Dessau.
"As três são candidatas promissoras, mas, é claro, sempre devemos esperar reveses durante a fase de testes, porque uma coisa é ter uma vacina eficaz, e outra é ter uma vacina segura que as pessoas queiram", disse Karliczek.
Com o aporte, as firmas devem expandir as capacidades de produção e aumentar as possibilidades de ensaios clínicos. Em troca do financiamento, o governo espera das empresas "que uma proporção adequada da produção de uma vacina aprovada seja disponibilizada conforme as necessidades da Alemanha", explicou a ministra. "Todos os cidadãos que desejam se vacinar devem ter a possibilidade", completou, apontando que Ministério da Saúde da Alemanha acompanha de perto o processo.
Sem uma vacina em vista a curto prazo, Karliczek pediu que as pessoas se atenham às regras impostas para conter a disseminação do coronavírus para que a Alemanha não retroceda nos avanços conquistados nos últimos meses.
A maior economia da Europa registrou um aumento de infecções nos últimos dias. De acordo com o presidente do Instituto Robert Koch (RKI), Lothar Wieler, o motivo é que muitas pessoas estão ficando negligentes e deixando de aderir às recomendações de higiene e distanciamento social e de usar máscara.
De acordo com o RKI, responsável pela prevenção e controle de doenças na Alemanha, o país tem 206.926 casos confirmados de covid-19 e pouco mais de 9.128 mortes. A Alemanha, assim como outros países da Europa, quer evitar uma segunda onda da doença, que voltaria a requerer confinamentos após restrições economicamente prejudiciais que fecharam muitos negócios por cerca de seis semanas entre março e abril.
Vacinas alemãs usam RNA como mensageiro químico
Nesta terça-feira, a BioNTech e a farmacêutica americana Pfizer receberam permissão das autoridades dos Estados Unidos para iniciar a fase final de testes de uma vacina contra a covid-19. Os testes das fases 2 e 3 contarão com a participação de cerca de 30 mil voluntários, com idades entre 18 e 85, e serão realizados em 120 centros de estudo em todo o mundo, entre eles o Brasil.
A vacina da Pfizer e da BioNTech, batizada de BNT162, mostrou resultados promissores em pequenos estudos preliminares com 60 participantes, estimulando as respostas de anticorpos e células T, mesmo em doses baixas.
Assim como a BioNTech, a CureVac trabalha numa vacina de RNA como mensageiro químico (mRNA). Ele induz as células humanas a produzirem proteínas que imitam a superfície externa do novo coronavírus. O corpo reconhece essas proteínas como intrusas, desencadeando uma resposta imunológica contra o vírus real.
Vacinas protegem o corpo, criando resistência contra doenças. As vacinas são feitas com substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que, quando introduzidos no organismo, estimulam a reação do sistema imune.
Foto: picture-alliance/imagebroker
Catapora
Também chamada de varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Os principais sintomas são manchas vermelhas e bolhas no corpo, acompanhadas de muita coceira, mal-estar, dor de cabeça e febre. As bolhas costumam surgir primeiro no rosto, tronco e couro cabeludo e, depois, se espalham. Em alguns dias, elas começam a secar e cicatrizam.
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Sarampo
É uma doença infecciosa grave, que pode ser fatal, causada por um vírus do gênero Morbilivirus, transmitida através de secreção oral ou nasal. É tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. Os principais sintomas são: manchas avermelhadas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, otite, pneumonia e encefalite.
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Hepatite B
Um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil, a B é causado por um vírus. A falta de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, é detectada décadas após a infecção, por sintomas como tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Hepatite B não tem cura, mas o tratamento pode reduzir o risco de complicações, como cirrose e câncer hepático.
Foto: picture-alliance/dpa
Caxumba
É uma infecção viral aguda e contagiosa, que na maioria das vezes afeta as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É causada por um vírus e transmitida através de gotículas de saliva. O sintoma mais característico é o aumento das glândulas salivares. O agravamento da doença pode levar à surdez ou esterilidade.
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Rubéola
É uma doença viral aguda, altamente contagiosa. A forma congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gestação, é a mais grave porque pode provocar, por exemplo, surdez e problemas visuais no bebê. A transmissão acontece por meio de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. Os principais sintomas são dor de cabeça e no corpo, ínguas, febre e manchas avermelhadas.
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Difteria
É uma doença transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A transmissão ocorre por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. Entre os principais sintomas estão: membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, gânglios inchados e dificuldade para respirar.
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Tétano
Ao contrário da maioria das doenças evitadas com vacina, o tétano não é contagioso. É causado por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que, sob a forma de esporos, é encontrada em fezes, na terra, em plantas e em objetos e pode contaminar pessoas por meio de lesões na pele, como feridas, cortes ou mordidas de animais. Um dos sintomas é a rigidez muscular em todo o corpo.
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Tuberculose
É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principais sintomas tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. A transmissão ocorre pela respiração, por espirros e pela tosse.
Foto: picture-alliance/BSIP/NIAID
Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os principais sintomas são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No ciclo silvestre, os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e, no ciclo urbano, é o Aedes aegypti.
Foto: R. Richter
Coqueluche
É uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Se não for tratada, pode levar à morte de bebês menores de seis meses. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala. No começo, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, mas podem evoluir para tosse severa e descontrolada, comprometendo a respiração.
Foto: Imago Images/blickwinkel/McPhoto
Poliomielite
Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares irreversíveis. Devido à intensa vacinação, com a famosa "gotinha", no Brasil não há circulação do vírus desde 1990.