Não há mais dúvidas de que foi atentado, diz ministro
20 de dezembro de 2016
Principal suspeito é originário do Paquistão e entrou na Alemanha como refugiado em 31 de dezembro de 2015, afirma Thomas de Maizière. Homem, que foi detido pela polícia, nega envolvimento no caso.
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Ministro diz que tragédia na feira de Natal foi atentado
01:09
O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, afirmou nesta terça-feira (20/12) que "não há mais qualquer dúvida" de que o atropelamento numa feira em Berlim é um atentado.
De Maizière acrescentou que o principal suspeito é originário do Paquistão e entrou na Alemanha como refugiado, em 31 de dezembro. A análise do pedido de refúgio dele não estava concluída porque tentativas de fazer uma entrevista com ele fracassaram, algumas porque ele não comparecera, outras porque informara falar uma língua para a qual não havia tradutor disponível.
O suspeito não estava em listas de terroristas, afirmou o ministro. O suspeito, que foi detido perto da Coluna da Vitória, também negou qualquer envolvimento no caso. Nenhuma organização assumiu a autoria até o momento, acrescentou De Maizière.
Segundo informações de fontes policiais, o suspeito conduzia o caminhão que invadiu a feira natalina, causando a morte de 12 pessoas e deixando 48 feridas. Uma segunda pessoa na cabine era um motorista da empresa polonesa que era proprietária do veículo. Este homem, um polonês, morreu com um disparo no local do atentado.
O ministro afirmou que as investigações prosseguem e que as autoridades responsáveis não vão descansar enquanto as circunstâncias do crime não estiverem esclarecidas.
AS/rtr/afp
O que se sabe sobre a tragédia em Berlim
Reunimos os principais fatos sobre o ataque com um caminhão à feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O local
Por volta das 20h (hora local) de segunda-feira (19/12), um caminhão avançou contra uma feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim. A praça diante da Igreja Memorial do Imperador Guilherme é um destino turístico conhecido. Próximos dali ficam a Estação Zoo e a famosa avenida Kurfürstendamm.
Foto: Google Earth
O que ocorreu
O caminhão invadiu a calçada e avançou cerca de 80 metros sobre a feira de Natal, atropelando pessoas e destruindo barracas. As autoridades dizem não haver dúvidas de que se trata de um atentado e partem do princípio de que seja um ato terrorista.
Foto: Reuters/F. Bensch
As vítimas
Ao menos 12 pessoas morreram e outras 56 ficaram feridas, 30 das quais em estado grave. Oito dos mortos foram identificados como alemães, um homem é polonês, uma mulher é israelense, uma segunda é italiana e um outra é da República Tcheca.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
A vítima polonesa
A primeira vítima do atentado foi o polonês Lukasz U., de 37 anos, motorista do caminhão sequestrado pelo autor do ataque. Segundo investigadores, o polonês foi esfaqueado diversas vezes, sugerindo que teria tentado reassumir o volante do veículo. Após a autópsia, contudo, constatou-se que Lukasz fora fuzilado horas antes do ataque. A polícia encontrou o corpo do polonês na cabine do veículo.
Foto: picture alliance/AP Photo/Str
As investigações
As investigações foram encaminhadas à Procuradoria Federal, responsável por casos de terrorismo. Os motivos do atentado ainda são desconhecidos, mas ele é investigado como sendo um atentado terrorista. Investigadores falam que várias pessoas podem estar envolvidas. Uma operação de busca foi realizada pela polícia num abrigo de refugiados de Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O primeiro suspeito
O refugiado paquistanês detido por suposto envolvimento no ataque foi solto pelas autoridades. A Procuradoria Federal comunicou que não foi expedido nenhum mandado de prisão contra o jovem de 23 anos, que entrou no país como refugiado em 31 de dezembro de 2015. As investigações não conseguiram provar que ele esteve na cabine do caminhão. Não havia, por exemplo, manchas de sangue na roupa dele.
Foto: Reuters/H. Hanschke
O segundo suspeito
Anis Amri, um tunisiano de 24 anos, é o principal suspeito. Ele foi morto por policiais italianos quatro dias depois do ataque. Amri chegou à Alemanha em 2015 e teve pedido de refúgio negado em junho de 2016. Como não pôde ser deportado por questão burocrática, passou a ser "tolerado". Ele circulava entre Berlim e o estado da Renânia do Norte-Vestfália. Um documento dele foi encontrado na cabine.
Foto: picture-alliance/dpa/Bundeskriminalamt
Os responsáveis
O tunisiano Anis Amri, de 24 anos, é o suspeito de ser o condutor do caminhão. Ele foi morto por policiais italianos na madrugada desta sexta-feira. Um documento dele, de "refugiado tolerado" na Alemanha, foi encontrado na cabine do caminhão. O "Estado Islâmico" assumiu a autoria do ataque.