Não vacinados representam 85% dos internados na França
30 de julho de 2021
Levantamento aponta que 78% das mortes por covid-19 registradas em hospitais do país europeu envolveram pessoas que não tinham tomado vacina.
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Pessoas que não se vacinaram contra a covid-19 representam cerca de 85% dos internados na França e 78% das mortes causadas pelo coronavírus, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30/07).
Entre 31 de maio e 11 de julho, as pessoas não vacinadas representavam 84% das internações hospitalares convencionais e 85% nas unidades de terapia intensiva (UTIs). Já os pacientes completamente vacinados representaram apenas 7% das internações nesse período.
No momento do estudo, aproximadamente 35% da população já havia sido completamente vacinada e 45% ainda não tinham recebido nenhuma dose da vacina. A proporção de hospitalizados que não foram vacinados, 84%-85% dependendo do tipo internação, é quase o dobro da proporção de não vacinados na população em geral.
O estudo que envolve diversos ministérios, foi obtido combinando dados dos resultados de testes de covid-19, vacinações e hospitalizações convencionais ou em terapia intensiva. "O recente aumento das hospitalizações se deve às pessoas não vacinadas", destacou o relatório.
Em 11 de julho, por exemplo, toda a França registrou 55 hospitalizações de pessoas não vacinadas e 7 de pessoas vacinadas.
Entre todas as morte registradas em hospitais nesse período- 926 no total - entre o final de maio e 11 de junho, 78% foram de pessoas não vacinadas, 11% de pessoas totalmente vacinadas e 11% de pessoas que receberam apenas a primeira dose.
A variante Delta, por sua vez, aparece de forma mais elevada entre os testes de controle na chegada dos pacientes ao hospital, o que sugere que esta cepa "provoca uma proporção um pouco mais alta de casos graves". No entanto, a amplitude de casos estudados não permite tirar conclusões muito generalizadas, alerta o órgão que analisou os dados.
Atualmente, 7.236 pessoas seguem internadas nos hospitais franceses, com 1.015 pacientes em unidades de terapia intensiva, mais 23 pessoas do que na quarta-feira. Nas últimas 24 horas foram detectados 25.190 novos casos de covid-19 e 27 mortes associadas a complicações causadas pelo vírus.
jps (AFP, Lusa)
As vacinas contra covid-19 aprovadas na UE
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) liberou cinco imunizantes para combater a pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Saiba de onde vêm e como funcionam.
Foto: Christof STACHE/AFP
Pfizer-Biontech (BNT162b2)
Desenvolvida pela alemã Biontech e produzida pela americana Pfizer, é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA). Seu princípio é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus. Depois que o material é injetado no corpo humano, ele instrui o organismo a produzir a proteína, incentivando a fabricação de anticorpos contra Sars-Cov-2. O produto exige a aplicação de duas doses.
Foto: Liam McBurney/REUTERS
AstraZeneca (AZD1222 ou ChAdOx1 nCoV-19)
A tecnologia usada chama-se vetor viral recombinante, que usa um adenovírus incapaz de causar doenças. No corpo humano, a vacina incentiva a produção da proteína do coronavírus, que o sistema imune reconhece como ameaça e destrói. Quando o Sars-Cov-2 infecta o organismo de verdade, o corpo reconhece e combate o vírus. São necessárias duas doses.
Foto: Marco Passaro/Independent Photo Agency Int./imago images
Moderna (mRNA-1273)
Também usa a tecnologia de RNA mensageiro, que imita a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que ajuda na invasão das células humanas. A cópia não é nociva como o vírus, mas desencadeia uma reação das células do sistema imune. Ela também deve ser aplicada em duas doses. Como todas as vacinas contra covid-19, é aplicada em forma de injeção intramuscular.
Foto: Markus Mainka/dpa/picture-alliance
Janssen, da Johnson&Johnson (Ad26.COV2-S)
O produto da farmacêutica Janssen exige a aplicação de apenas uma dose. Sua tecnologia é baseada em vetores de um tipo de vírus que causa resfriado comum. Na vacina, parte da proteína das espículas do vírus é colocada no adenovírus (que é o transportador). No corpo vacinado, inicia-se um processo de defesa, com a produção de anticorpos contra o invasor e a criação de uma "memória" contra o vírus.
Foto: Michael Ciaglo/Getty Images
Nuvaxovid, da Novavax (NVX-CoV2373)
A quinta vacina aprovada pela União Europeia contra o coronavírus é a Nuvaxovid, fabricada pela americana Novavax. Ela é baseada em proteínas, ou seja, contém pequenas partículas proteicas do vírus Sars-CoV-2 produzidas em laboratório. Com isso, as proteínas atuam como anticorpos neutralizantes e, assim, bloqueiam o vírus causador de covid-19.